Senadores reagem a orientação de Bolsonaro para comemorar o golpe de 1964
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou de "provocação" a ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que as Forças Armadas comemorem o golpe de 1964.
Randolfe Rodrigues elogiou equilíbrio das Forças Armadas e criticou a declaração do presidente da República
Marcos Oliveira/Agência Senado
Vários senadores criticaram em Plenário, nesta terça-feira (26), a orientação de Bolsonaro para que as Forças Armadas comemorem no próximo dia 31 de março os 55 anos do golpe militar de 1964. A data marca a derrubada do governo de João Goulart (1919-1976) e a instauração do regime militar no Brasil.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou de "provocação" a ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que as Forças Armadas comemorem o golpe de 1964. O senador sublinhou o equilíbrio e o compromisso com a democracia dos comandantes militares, incluindo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e pediu que as Forças Armadas não atendam ao pedido de Bolsonaro sobre uma questão que, a seu ver, já foi objeto de conciliação nacional, nos anos 1980.
Randolfe afirmou ainda, nesta terça-feira (26) em Plenário, que a declaração de Bolsonaro é lamentável e, sem perceber, atenta contra ele mesmo, já que, durante a ditadura cívico-militar (1964-1985), "um capitão reformado, punido pelo Exército, jamais chegaria pelo voto popular à Presidência". Para o senador, a celebração do golpe seria o mesmo que os alemães comemorarem a ascensão de Adolf Hitler (1889-1945) ou os russos comemorarem os gulags do regime soviético (1917-1991).
— A democracia permite que se defenda uma ditadura. Mas em uma ditadura não é possível se defender a democracia — afirmou Randolfe.
Ele também cobrou de Jair Bolsonaro que "saia do Twitter e comece a governar" e que "deixe de bate-boca" e trabalhe pela unidade do país e pela agenda nacional. Na visão do senador, “não chegaremos a bom termo quando o presidente busca reabrir chagas que as próprias Forças Armadas tinham como resolvidas”.
Na mesma linha de Randolfe, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) destacou seu respeito e admiração pelo papel das Forças Armadas. Ele, porém, criticou a orientação para comemorar o golpe de 1964.
— Nós efetivamente não podemos apoiar esse tipo de manifestação — afirmou o parlamentar.
A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) disse ver a orientação do presidente com indignação e preocupação. Ela definiu o pedido de Bolsonaro como uma provocação à nação, diante da luta histórica pela democracia. Para a senadora, a medida seria também uma desmoralização das Forças Armadas, que ficariam vinculadas a um período que “precisamos esquecer”.
— O que temos aqui é uma tentativa de cultuar um período de pessoas desaparecidas, com famílias que não tiveram ao menos o direito de velar seus entes queridos — disse a senadora.
"Evento cívico-militar"
Em sentido contrário, porém, o senador Major Olimpio (PSL-SP) afirmou que sempre houve um evento cívico-militar em 31 de março. Ele disse que o que alguns chamam de golpe militar foi na verdade “uma contrarrevolução para evitar que milhões de vidas brasileiras fossem ceifadas”. Ele chamou a ex-presidente Dilma Rousseff de guerrilheira e disse que foi ela quem orientou, em 2011, a não se fazer mais referência ao evento de 1964.
— Com todo o respeito à manifestação do senador Randolfe, quero deixar muito bem claro que nós sempre tivemos a chamada Ordem do Dia e um evento cívico-militar em 31 de março. Não vou entrar num debate em relação às circunstâncias — declarou o parlamentar.
Segundo o senador, trata-se de um fato histórico, que deu início ao governo militar. Major Olimpio afirmou que Bolsonaro “não está insuflando nada”, pois ele é o comandante-chefe das Forças Armadas. Ele criticou a Comissão da Verdade, por não investigar também os crimes cometidos por guerrilheiros, e a classificou de “comissão da vergonha”. Disse também que ditaduras de esquerda mataram milhões de pessoas.
— Que sejam punidos aqueles que se excederam e que sejam valorizados aqueles que deram a sua vida lutando em defesa da sociedade — afirmou.
Davi arquiva requerimento da CPI dos Tribunais; decisão final será do Plenário
Após o anúncio, Davi recorreu da própria decisão para o Plenário, que decidirá se mantém ou se reverte o arquivamento. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) se manifestará sobre o assunto. Não há prazo para essa deliberação.
Jean Oliveira propõe a criação de Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Indígena
Jean Oliveira comentou ainda sobre a influência do vice-governador José Jodan (PSL) no Governo, que estaria fazendo indicações, a exemplo do residente do DER em Cacoal, Alex Reis. "Que demorou a encontrar seu local de trabalho, mas fica na internet atacando, gratuitamente esta Casa".
Cássia Muleta protocola pedido para funcionamento 24 horas da Delegacia da Mulher
Parlamentar falou do aumento nas taxas de violência doméstica e afirmou que o pedido é urgente.
Comentários
Graças aos militares, o Brasil se livrou de um bando de terroristas se passando por revolucionários. Os "revolucionários" conseguiram conquistar Cuba, e o pais é um lixo, assim como a Venezuela. Viva ao Coronel Brilhante Ustra.
Parabéns tem sim que ser comemorado.
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook