Sobre o 'derrotamos o bolsonarismo'
A barulheira por nada apenas prova que o bolsonarismo está longe de morto e busca qualquer oportunidade para se tornar visível e constranger os democratas
Luís Roberto Barroso (Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)
O Brasil anda à flor da pele. Muitos ainda lambem as feridas de quatro anos do governo Coringa do Batman e outros dois daquele que deu o golpe em Dilma. Virou tabu chamá-los do que são, talvez pelo pavor de acordar as feras. Mas há, também, os que não querem desagradar os detratores do país por puro jogo oportunista - para não perder a chance das vantagens de sempre, caso estes voltem ao poder. Os fascistas vêm se preparando para as eleições municipais do ano que vem. Querem comandar mais diretamente as cidades e seus cofres. Querem entrar em todos os nichos. Se esse macabro plano vingar, irá criar sérios problemas para o governo da vez.
Nesta semana, o otimista Ministro Barroso disse que derrotamos o bolsonarismo. Infelizmente digo: não derrotamos nem o bolsonarismo e nem seu obscurantismo autoritário. Na Alemanha, um ator público, seja qual for seu cargo ou papel, ao dizer que “derrotamos o nacional-socialismo” e instauramos a democracia, daria testemunho, apenas, de sua lealdade à ordem constitucional democrática - e nada mais.
Aqui, quando um ministro da Corte Constitucional - o órgão maior de defesa do Estado Democrático de Direito, guardião de sua Constituição - diz, com visível alívio, que a sociedade brasileira derrotou o bolsonarismo, instaura-se a polvorosa.
Os fascistas barulhentos de sempre veem nova perspectiva de virar a mesa! Sim, eles estão com as lombrigas assanhadas, cheias de apetite para voltarem a saquear o espaço público.
O que os democratas não enxergam é que o Ministro Barroso ao proclamar a derrota inexistente fez apenas seu ato de profissão de fé na democracia e contra o fascismo. Proclamou-se fiel à Constituição que jurou proteger. Pode tê-lo feito de modo apressado, compreensível num ambiente de calor político em que havia se metido, sendo vaiado por parte da plateia. Mas, em momento nenhum, ultrapassou os limites do decoro, da probidade e do republicanismo.
A barulheira por nada apenas prova, desculpe-nos o Ministro, que o bolsonarismo está longe de morto e busca qualquer oportunidade para se tornar visível e constranger os democratas. Bolsonaro foi derrotado, mas o bolsonarismo, para a desgraça do país, ainda pulsa.
Eugênio Aragão
Ex-ministro da Justiça
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Comentários
Então, temos que fazer barulho sim, os comunistas, os quadrilheiros não fazem barulho pra defender o chefe da quadrilha? Então o tal ministro militante, comunista nada mais provou que está a serviço da quadrilha.
O autor da matéria PROVA o quanto é ditatorial, e o quanto defende o PARTIDO ÚNICO; como é fácil CARIMBAR de fascistas, aqueles que não comungam de seu catecismo; intolerância radical, com todos que não são submissos ao atual governo; chama os que votaram ou que são contrários ao atual governo de "fascistas", repetindo o mesmo dogma stalinista, que não admitia ninguém contrário ao seu pensamento; ora, a esquerda com lula e caterva de aliados, comandou o País por mais de doze anos, e produziu o MENSALÃO.... O PETROLÃO.... o ministro Barroso comportou-se como se fosse um reles adolescente rebelde, jogou sua IMPARCIALIDADE de ministro às favas......quando Barroso diz NÓS englobou o NÓS de forma ampla: ele..o STF..o TSE..as Urnas..os eleitores...lula venceu as eleições por margem pequena para presidente...mas a oposição venceu DEMOCRATICAMENTE na camara federal e no senado....portanto, lula não é nenhum senhor suserano......
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