Socioeducandos do Case têm presença assídua na sala de leitura e auditório dentro da biblioteca
As unidades socioeducativas da Fease estão se dedicando ao desenvolvimento de atividades internas, a fim de manter o que é preconizado pelo Sinase, no eixo esporte, cultura e lazer
Adolescentes desenvolvendo o hábito de leitura
Neste mês de maio os socioeducandos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Ji-Paraná, da Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo (Fease), tiveram presença assídua na sala de leitura e auditório dentro da biblioteca, resultado do acordo de subsídio para o projeto ‘Dê um livro para uma nova história’, firmado no final de dezembro de 2019 com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos, doravante denominado Unops.
Em virtude da pandemia do coronavírus, as atividades externas estão temporariamente suspensas, e por isso as unidades socioeducativas da Fease estão se dedicando ao desenvolvimento de atividades internas, a fim de manter o que é preconizado pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), no eixo esporte, cultura e lazer, que garante aos adolescentes espaços onde possam ser aplicadas medidas socioeducativas com o intuito de proporcionar o acesso à cultura e, neste caso, por meio de leituras.
Para o socioeducando P.H do Case, “esta é uma oportunidade muito boa para distrair a mente e poder aprender com os livros”, declarou.
Segundo a direção do Case, o projeto justifica-se, pois a leitura, assim como a escrita, é uma cobrança sociocultural básica das sociedades atuais, representa habilidade que, se adquirida satisfatoriamente, permite às pessoas reconhecer seus direitos e deveres e refletir com autonomia e capacidade crítica sobre informações circundantes.
A leitura configura-se como prática emancipadora, essencial ao pleno exercício da cidadania, permitindo aos indivíduos a tomada de posição em relação aos acontecimentos que afetam suas vidas. No entanto, em nosso país, o hábito de leitura é presença pouco marcante não somente entre adolescentes, mas desafortunadamente em um âmbito geral.
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça a quase totalidade não sente esta sede”, acrescentou a assessora de comunicação da fundação, Aparecida Barbosa de Sousa, citando o pensamento de Carlos Drumond de Andrade.
Apesar de proporcionar a ampliação e a integração de saberes, a leitura se constitui para uns como atividade prazerosa, enquanto que para outros representa um desafio a ser conquistado. Em seu processo de ressocialização, é preciso mostrar aos socioeducandos caminhos que permitam rever sua visão de mundo para além daquela limitada aos seus problemas, à criminalidade e às drogas. Para tanto, a valorização social e cultural da leitura, assim como a escrita podem contribuir para uma formação condizente com suas necessidades. E neste sentido, a leitura pode ser vista como ferramenta de ação junto aos adolescentes autores de atos infracionais.
O hábito de ler leva o indivíduo a inteirar-se, a valorizar as coisas, as ideias, o mundo de um modo geral. Assim, permite ao adolescente investigar, questionar e ser capaz de fazer suas próprias elaborações, sentindo prazer em cada avanço do conhecimento.
PROJETO ‘DÊ UM LIVRO PARA UMA NOVA HISTÓRIA’
O Projeto, apoiado pelo Unops, visa levar aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas do Centro de Atendimento Socioeducativo, em Ji-Paraná, o despertar para o mundo através da leitura, onde o enriquecimento intelectual os levará a refletir no seu ambiente social e familiar, objetivando promover uma consciência social e intelectual, ofertando além dos livros, ministrações de palestras, filmes, atividades audiovisuais de modo a contribuir para a formação profissional, humana e de cidadania.
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