Subprocuradores se revoltam e divulgam nota contra ameaça de 'estado de defesa' feita por Augusto Aras

Manifesto assinado por seis subprocuradores da PGR cobra atuação de Augusto Aras contra o descaso com a pandemia, e diz que a defesa do Estado democrático de direito é "mais apropriada e inadiável" do que a antevisão de um 'estado de defesa'

Brasil 247
Publicada em 21 de janeiro de 2021 às 15:34
Subprocuradores se revoltam e divulgam nota contra ameaça de 'estado de defesa' feita por Augusto Aras

Augusto Aras (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Subprocuradores da República divulgaram nesta quarta-feira (20) uma nota com duras críticas ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pela manifestação em que o PGR diz que "estado de calamidade pública é a antessala do estado de defesa"

O documento, assinado por seis subprocuradores da PGR,  lembram que a pandemia do coronavírus já causou a morte de 211 mil brasileiros e aponta a incompetência do governo ao enfrentamento da pandemia. 

"Não bastassem as manifestações de autoridades em dissonância com as recomendações das instituições de pesquisa, tivemos a demora ou omissão na aquisição de vacinas e de insumos para sua fabricação, circunstância que coloca o Brasil em situação de inequívoco atraso na vacinação de sua população", diz o documento. 

Os procuradores cobram de Augusto Aras atuação contra o descaso de Jair Bolsonaro na pandemia. "O Ministério Público Federal e, no particular, o Procurador-Geral da República, precisa cumprir o seu papel de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e de titular da persecução penal, devendo adotar as necessárias medidas investigativas a seu cargo", dizem os integrantes da PGR. 

A manifestação de Augusto Aras, divulgada em nota nessa terça-feira (19), ocorreu em meio ao aumento da pressão pelo impeachment de Jair Bolsonaro nas redes sociais e em setores da oposição, após o agravamento da crise da saúde pública no Amazonas.

"Consideramos, por fim, que a defesa do Estado democrático de direito afigura-se mais apropriada e inadiável que a antevisão de um 'estado de defesa' e suas graves consequências para a sociedade brasileira, já tão traumatizada com o quadro de pandemia ora vigente", acrescentam. 

O documento é assinado pelos subsprocuradores José Adonis Callou de Araújo Sá, José Bonifácio Borges de Andrada, José Elaeres Marques Teixeira, Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, Mario Luiz Bonsaglia e Nicolao Dino.

Leia a nota na íntegra:

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