Supermercados vendem 96% mais na internet com isolamento social

Novos hábitos dos consumidores também refletem em compras menos frequentes, porém mais caras

Assessoria
Publicada em 26 de agosto de 2020 às 15:24
Supermercados vendem 96% mais na internet com isolamento social

(Crédito: Divulgação)

O coronavírus mudou as interações da população, principalmente com o comércio, que ficou fechado durante meses na maioria dos estados do Brasil. Até mesmo os serviços essenciais, que continuaram funcionando, perceberam mudanças. É o caso dos mercados, que, mesmo abertos, passaram a ter menos visitas presenciais e mais clientes online.

Uma pesquisa nacional feita pela consultoria Ebit/Nielsen registrou aumento de 96% de compras de supermercado pela internet, se comparado ao período anterior à pandemia no país. A participação desse tipo de comércio na web antes era de apenas 4% e agora saltou para 7%.

A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) explicou que as mudanças no consumo dos clientes fizeram com que a rotina dos supermercados fosse modificada também: “Tivemos uma mudança rápida no hábito de consumo da população, que tem priorizado a alimentação dentro do lar. O segmento está se preparando com o aumento dos estoques e ampliando seus centros de distribuição para atender a demanda delivery”, disse em nota.

Mudança de comportamento nas compras

Durante o isolamento social, tanto as compras online, quanto as presenciais, contaram com carrinhos mais cheios, o que fez com que os mercados tivessem de adaptar os estoques ao novo ritmo, no qual a frequência de compras é menor, mas a quantidade de itens adquiridos é maior.

Entre março e abril – primeiros meses de isolamento social no Brasil – houve uma queda de 18% no número de clientes dentro dos supermercados. Ao mesmo tempo, cada compra se tornou, em média, 35% mais cara para compensar a menor quantidade de saídas de casa. É o que aponta a pesquisa da empresa de pontos de fidelidade Dotz.

O grupo que mais deixou de frequentar os varejos foram os idosos – considerados parte do grupo de risco da Covid-19 –, apesar de muitos supermercados terem horários reservados exclusivamente para eles. A queda na presença de clientes com mais de 60 anos foi de 37%. Eles estão recorrendo à ajuda de terceiros ou ao mercado por delivery para receber os alimentos sem sair de casa.

A pesquisa usou dados de 2,3 milhões de consumidores que compraram em estabelecimentos das 16 redes de supermercados que têm parceria com a Dotz no Brasil.

Hábitos alimentares diferentes

O conteúdo dos carrinhos de compras também mudou. Além da maior quantidade de produtos de limpeza e para higiene, como álcool em gel, foi registrado pela empresa de tecnologia voltada para profissionais do marketing, a Criteo, um crescimento na compra de lanches industrializados, conhecidos como snacks. Apenas em São Paulo a pesquisa afirma que esses aperitivos foram 722% mais procurados depois do início da pandemia.

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