Suspeitas em contratos de alimentação no João Paulo II expõem possíveis irregularidades em licitações da Sesau no governo Marcos Rocha

O registro foi feito no 3º Registro Civil e Tabelionato de Notas da capital como medida preventiva, segundo o servidor, diante de possíveis investigações futuras envolvendo processos licitatórios sob a gestão do governo Marcos Rocha (União Brasil)

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 10 de junho de 2025 às 11:41

Suspeitas em contratos de alimentação no João Paulo II expõem possíveis irregularidades em licitações da Sesau no governo Marcos Rocha

PORTO VELHO (RO) – Contratos firmados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de Rondônia para o fornecimento de alimentação a hospitais públicos, como o Hospital João Paulo II, estão sob suspeita. Um servidor de carreira da própria pasta, Wander Sátiro Moraes de Mendonça, registrou oficialmente, em cartório, uma Ata Notarial com a degravação de áudios extraídos de seu celular, nos quais aparecem diálogos considerados comprometedores entre servidores e integrantes do alto escalão da Sesau.

O registro foi feito no 3º Registro Civil e Tabelionato de Notas da capital como medida preventiva, segundo o servidor, diante de possíveis investigações futuras envolvendo processos licitatórios sob a gestão do governo Marcos Rocha (União Brasil).

Entre os áudios transcritos, há trechos atribuídos à então secretária administrativa da Sesau, Fernanda Ferreira de Oliveira Silva, que à época era subordinada à ex-secretária executiva Michele Dahiane Dutra. Fernanda chegou a afirmar, segundo os registros, que, em casos de dispensa de licitação, ela própria selecionava as empresas fornecedoras, sem necessidade de ampla concorrência. Um dos trechos da degravação revela a suposta orientação:

“...essa empresa, não. E você não precisa mandar pra 50 empresas, e você vai mandar pra três ou quatro empresinhas, só pra confirmar que é aquele preço, e que está dentro do preço de mercado, tá?… o ideal era você falar com o César da Caleche… César, quem são umas empresas que a gente pode mandar pra gente fechar isso aqui, entendeu?”

O Grupo Caleche, citado nos áudios, é responsável pelo fornecimento de refeições a hospitais públicos em Porto Velho. Atualmente, o contrato firmado com a Sesau, que permanece vigente, tem valor mensal de R$ 1,8 milhão. Antes da renovação, o mesmo serviço custava aos cofres públicos R$ 1,3 milhão por mês.

As denúncias ocorrem em um contexto de graves deficiências na estrutura do Hospital João Paulo II, unidade referência em urgência e emergência em Rondônia, onde pacientes frequentemente são atendidos em corredores e enfrentam precariedades no atendimento — situação que contrasta com promessas de campanha do governador Marcos Rocha de construir um novo hospital de urgência, compromisso que teve peso em sua reeleição.

Além das suspeitas sobre direcionamento contratual, surgiram relatos sobre a má qualidade da alimentação servida aos pacientes e servidores. Fotografias feitas por funcionários da saúde mostram marmitas com larvas de mosca. Alguns servidores relataram que evitam consumir as refeições fornecidas pela empresa, preferindo levar alimento de casa.

Após as denúncias, Fernanda Ferreira foi exonerada do cargo na Sesau e, posteriormente, nomeada para uma função no Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia (Ipem).

As informações contidas na Ata Notarial, os valores envolvidos e os relatos de má qualidade nos serviços prestados têm potencial para gerar apuração por órgãos de controle. Até o momento, a Sesau não se manifestou oficialmente sobre o caso. A Superintendência de Comunicação do Governo também foi procurada pela reportagem e encaminhou o caso à Assessoria de Imprensa da Sesau, que, ontem, segunda-feira,  pediu um prazo de quatro horas para emitir um posicionamento. Até a manhã desta terça o jornal eletrônico continuava aguardando. 

Suspeitas em contratos de alimentação no João Paulo II expõem possíveis irregularidades em licitações da Sesau no governo Marcos Rocha

O registro foi feito no 3º Registro Civil e Tabelionato de Notas da capital como medida preventiva, segundo o servidor, diante de possíveis investigações futuras envolvendo processos licitatórios sob a gestão do governo Marcos Rocha (União Brasil)

Tudorondonia
Publicada em 10 de junho de 2025 às 11:41
Suspeitas em contratos de alimentação no João Paulo II expõem possíveis irregularidades em licitações da Sesau no governo Marcos Rocha

PORTO VELHO (RO) – Contratos firmados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de Rondônia para o fornecimento de alimentação a hospitais públicos, como o Hospital João Paulo II, estão sob suspeita. Um servidor de carreira da própria pasta, Wander Sátiro Moraes de Mendonça, registrou oficialmente, em cartório, uma Ata Notarial com a degravação de áudios extraídos de seu celular, nos quais aparecem diálogos considerados comprometedores entre servidores e integrantes do alto escalão da Sesau.

O registro foi feito no 3º Registro Civil e Tabelionato de Notas da capital como medida preventiva, segundo o servidor, diante de possíveis investigações futuras envolvendo processos licitatórios sob a gestão do governo Marcos Rocha (União Brasil).

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Entre os áudios transcritos, há trechos atribuídos à então secretária administrativa da Sesau, Fernanda Ferreira de Oliveira Silva, que à época era subordinada à ex-secretária executiva Michele Dahiane Dutra. Fernanda chegou a afirmar, segundo os registros, que, em casos de dispensa de licitação, ela própria selecionava as empresas fornecedoras, sem necessidade de ampla concorrência. Um dos trechos da degravação revela a suposta orientação:

“...essa empresa, não. E você não precisa mandar pra 50 empresas, e você vai mandar pra três ou quatro empresinhas, só pra confirmar que é aquele preço, e que está dentro do preço de mercado, tá?… o ideal era você falar com o César da Caleche… César, quem são umas empresas que a gente pode mandar pra gente fechar isso aqui, entendeu?”

O Grupo Caleche, citado nos áudios, é responsável pelo fornecimento de refeições a hospitais públicos em Porto Velho. Atualmente, o contrato firmado com a Sesau, que permanece vigente, tem valor mensal de R$ 1,8 milhão. Antes da renovação, o mesmo serviço custava aos cofres públicos R$ 1,3 milhão por mês.

As denúncias ocorrem em um contexto de graves deficiências na estrutura do Hospital João Paulo II, unidade referência em urgência e emergência em Rondônia, onde pacientes frequentemente são atendidos em corredores e enfrentam precariedades no atendimento — situação que contrasta com promessas de campanha do governador Marcos Rocha de construir um novo hospital de urgência, compromisso que teve peso em sua reeleição.

Além das suspeitas sobre direcionamento contratual, surgiram relatos sobre a má qualidade da alimentação servida aos pacientes e servidores. Fotografias feitas por funcionários da saúde mostram marmitas com larvas de mosca. Alguns servidores relataram que evitam consumir as refeições fornecidas pela empresa, preferindo levar alimento de casa.

Após as denúncias, Fernanda Ferreira foi exonerada do cargo na Sesau e, posteriormente, nomeada para uma função no Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia (Ipem).

As informações contidas na Ata Notarial, os valores envolvidos e os relatos de má qualidade nos serviços prestados têm potencial para gerar apuração por órgãos de controle. Até o momento, a Sesau não se manifestou oficialmente sobre o caso. A Superintendência de Comunicação do Governo também foi procurada pela reportagem e encaminhou o caso à Assessoria de Imprensa da Sesau, que, ontem, segunda-feira,  pediu um prazo de quatro horas para emitir um posicionamento. Até a manhã desta terça o jornal eletrônico continuava aguardando. 

Comentários

  • 1
    image
    wilkon neves botelho pinto 11/06/2025

    Esse grupo que mandava e desmandava ou ainda manda vai lá saber né, perseguiu muitos servidores, até mesmo quem nem trabalhava diretmente com eles, como essa secretaria executiva, que se achava muito inteligente e utilizava de narcisismo, petulancia e antipatismo, você a via sorrindo, só se fosse para pessoas do alto escalão ou aos deputados, aí ela mostrava a chapa sorrindo de orelha a orelha, pq ninguém sabe né ... só sei dizer quie é uma péssima pessoa, tanto pessoal como profissional, com a palavra o MP, TCRO e tudo mais ... Federal ...?

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