Tarcísio supera Zema e Caiado
“O extremista moderado não tem a confiança de ninguém”, escreve Moisés Mendes
Tarcísio de Freitas tenta provar que ainda governa São Paulo. Tem o suporte, mesmo que desconfiado, da velha direita. Tem a Faria Lima e o agro ao seu lado e pode ter a Globo, se conseguir se livrar de Bolsonaro.
Tarcísio pode beber litros de Coca-Cola normal, com açúcar, a qualquer hora do dia, porque tem glicose baixa. Considera-se um homem forte, com histórico de tenente do Exército. Deveria ser o cara para enfrentar Lula.
É a maior expressão da direita sem tornozeleira hoje. Tem um poder político que só rivaliza com o poder de Lula. Os dois são os mais poderosos políticos brasileiros hoje em função executiva.
Mas enquanto Tarcísio tem tudo, Ciro Gomes não tem mais nada. Michelle só tem Deus no coração e é a ex-primeira-dama. Ciro e Michelle não têm mandato e não têm cargo importante.
Michelle é apenas a presidente do PL Mulher e, ao lado de Malafaia, a expressão do mundo religioso que sustenta o bolsonarismo. Mas Ciro Gomes e Michelle têm, nas pesquisas, melhor performance do que Tarcísio de Freitas.
O governador de São Paulo se equipara hoje ao eterno candidato dos 3%, que nem turma tem mais, e à mulher de Bolsonaro como possíveis nomes para enfrentar Lula.
Esse é o problema da extrema direita e da velha direita, a um ano da eleição. Um problema do mercado financeiro, da Folha, do Globo, do Estadão e dos grileiros e incendiários da Amazônia e do Cerrado.
O problema deles é Tarcísio de Freitas. Tarcísio tem uma Ferrari e se arrasta ao lado do Chevette de Ciro e da bicicleta de Michelle.
Tarcísio é pesado demais. A direita carrega um fardo de um lado pra outro, enquanto a violência miúda e o crime graúdo dominam São Paulo, nas ruas e na Faria Lima.
Tarcísio tem medo de Bolsonaro e tem pavor de Eduardo. E tem inveja da intimidade de Valdemar Costa Neto com o chefão preso em casa. Bolsonaro confia mais em Valdemar do que em Tarcísio.
A Globo gostaria de chamar Tarcísio de seu, mas sabe que ele nunca será confiável. O bolsonarismo não tem um nome forte, nem a velha direita, nem o centrão, porque Tarcísio não se segura.
Nem o PCC confia em Tarcísio, que só é mais forte do que Zema e Caiado. O nome, no fim, para o bolsonarismo e para o centrão, pode ser o de Ratinho.
Mas Bolsonaro pode chamar Ratinho, e Ratinho pode dizer que agora não deseja e não precisa da bênção de Bolsonaro. O fascismo não tem mais o controle de bicho algum.
Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.
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