Três dias depois de assassinato, justiça decreta prisão de matador do eletricista da Energisa. Mas ele fugiu
Assassino é um velho conhecido da polícia: ele responde por outro assassinato, violência contra a mulher e roubo; mesmo assim, depois de prestar depoimento, foi liberado
A pedido do Ministério Público de Rondônia, o juiz Franklin Vieira dos Santos, da 3ª Vara Criminal de Porto Velho, decretou, neste domingo, a prisão preventiva do assassino confesso Evandilson Veloso de Oliveira, que, na sexta-feira, 31, matou, com quatro tiros, o eletricista Gerson Francisco Nunes, de 46 anos, da empresa Rondonorte, que presta serviço terceirizado para a Energisa. Um policial civil que atua no caso disse que o criminoso não foi localizado após o decreto de prisão.
Evandilson matou o eletricista e contou, na polícia, que estava sendo extorquido pelo trabalhador. Disse que já havia pagado R$ 10 mil e multado em seu estabelecimento comercial, uma padaria. Alegou, também, que passou a sofrer perseguição por parte de eletricistas da Energisa após se recusar a continuar a pagar propinas. Contudo, não apresentou nenhuma prova de suas acusações nem consta registro de queixa na Energisa ou na polícia sobre a suposta extorsão.
Gerson foi morto na manhã de sexta-feira em frente a uma residência na rua Eurico Caruso, no bairro Aponiã, na zona leste de Porto Velho, quando fazia a religação de energia numa casa.
ASSASSINATO, ROUBO E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
O assassino confesso do eletricista é um velho conhecido da polícia: ele possui passagem por homicídio, roubo e violência contra a mulher. Porém, mesmo com este histórico de crimes, ele prestou depoimento no sábado e foi liberado pela polícia. Somente neste domingo, a pedido do Ministério Público, a justiça decretou sua prisão preventiva.
Para adotar tal medida, o juiz Franklin Vieira dos Santos anotou, em sua decisão, que os indícios da autoria vieram evidenciados através da identificação do veículo utilizado pelo autor do crime (um Fiat Strada branco), sendo este de propriedade do acusado.
“Além disso”, acrescentou o magistrado, “conforme consta do pedido inicial, o representado (Evandilson) teria admitido (o crime) para a autoridade policial, informalmente, reforçado pelo teor do seu interrogatório prestado perante aquela autoridade. Neste particular, embora o interrogatório formal não tenha se concluído, a parte em que descreveu estar suportando extorsão pela vítima, se amolda à admissão”.
ENTREVISTA DO ADVOGADO DE DEFESA AJUDOU NA DECRETAÇÃO DA PRISÃO DO CLIENTE
De acordo com a decisão que decretou a prisão do acusado, uma entrevista do advogado do assassino também serviu para convencer o juiz a mandar prender Evandilson.
Em determinado trecho da decisão, o juiz anota: “Como se não bastasse, no pedido de prisão temporária formulado pelo Ministério Público, também neste plantão forense, a promotora de justiça destaca que o próprio advogado do representado, em entrevista concedida a site de notícia da internet, afirmou que seu cliente era a autor do delito. Assim, há indícios suficientes apontando que EVANDILSON foi o autor do crime”.
ELETRICISTAS AMEDRONTADOS
O juiz chama a atenção para o fato de eletricistas a serviço da Energisa terem ficado amedrontados com o crime de que foi vítima o colega, que, além de assassinado, acabou acusado de extorsão pelo assassino.
“Por fim”, anotou o magistrado, “o perigo gerado pelo estado de liberdade do representando ficou concretizado, tendo em vista que os funcionários da empresa Energisa, em especial a vítima do homicídio tentado (Ednei), estão aterrorizados e com medo de darem continuidade nos serviços prestados pela empresa”.
O corpo do eletricista foi sepultado na manhã de sábado cercado de grande comoção por parte de seus colegas, que se reuniram para fazer uma homenagem. Ele deixou mulher e dois filhos.
ÌNTEGRA DA DECISÃO
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Comentários
Parte da imprensa e do Legislativo Estadual, bem como da populacao, possuem culpa neste assassinato. A populacao diuturnamente vem sendo influenciada a odiar a empresa energisa. As notícias são todas de "ódio" contra a empresa e por se tratar de uma pessoa jurídica que não possui forma física, recaindo assim toda a ingratidao e rancor sobre os funcionários que por isso acabam "pagando com a vida". De onde surge esse "ódio"contra tal empresa. Principalmente encampado por alguns políticos do estado, será que a empresa não quis contribuir em "algo que eles pediram". Não vejo a populacão se rebelar tão violentamente assim contra os políticos corruptos, que roubam o dinheiro dos hospitais, das estradas, da seguranca... fica minha dúvida: a quem interessa esse ódio contra a energisa?
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