Vale tudo e trairagem

A história da política rondoniense, recente ou não, está repleta de exemplos de políticos que, publicamente, engoliram sapos sem dizer nada, contudo, longe dos holofotes, reclamaram da degustação dos anfíbios

Valdemir Caldas
Publicada em 09 de agosto de 2022 às 13:25
Vale tudo e trairagem

O prazo para que os partidos políticos e federações realizassem convenções para a escolha dos candidatos que vão concorrer às eleições de outubro deste ano acabou dia 5 de agosto. As articulações para as definições ocorreram em ritmo frenético. Foi um vale tudo do começo ao fim. Houve muitas promessas e juras de amor eterno, mas há quem diga que a trairagem também correu solta.

Teve pretendente ao cargo de governador que conseguiu entrar no páreo um dia antes do fim do prazo, como é o caso do ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, graças a Deus, primeiramente, como ele mesmo faz questão de destacar, e, depois, ao ministro Nunes Marques (STF), que lhe concedeu uma liminar, convencido que foi pela peça judicial elaborada pelo competente advogado Juacy Loura Junior.

Registrem-se, ainda, as lágrimas e os bruxismos. E, diga-se de passagem, não foram poucos. Se a política é a arte de engolir sapos – e, às vezes, dos grandes -, é, também, uma estrada altamente perigosa, cheia de altos e baixos, com curvas sinuosas, que exigem do condutor o uso das corretas técnicas de pilotagem para não correr o risco de derrapar, sair do traçado da pista e fica fora da corrida, ou, então, acabar perdido no meio do cominho tornando-se, assim, presa fácil de feras famintas, com unhas e dentes afiadíssimos, capazes de estraçalhar a mais resistente das dignidades.

A história da política rondoniense, recente ou não, está repleta de exemplos de políticos que, publicamente, engoliram sapos sem dizer nada, contudo, longe dos holofotes, reclamaram da degustação dos anfíbios.  Porém, há, também, aqueles que recusaram a iguaria. Outros, do grupo dos corajosos, até que se esforçaram para comer o bicho, mas, pelo visto, o alimento não lhes caiu bem no organismo, causando um tremendo desarranjo intestinal. Esse parece ser o caso de um ex-prefeito da bela cidade de Ouro Preto do Oeste, figura conhecida no cenário político estadual, cujo nome era dado como certo para a Assembleia Legislativa de Rondônia.   

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Bastaria tais fatos jurídicos para verificar que Cassol não é um político qualquer, uma vez que gosta de se regozijar em desafiar o óbvio e, contraditoriamente, convencer uma parcela expressiva de seguidores de que ele pode tudo. E pode, muito, mas nem tudo