Vazamento de áudios revela vereadores supostamente cobrando vantagens para aprovar empréstimo de R$ 180 milhões em Porto Velho

A reunião, que não foi divulgada oficialmente, ocorreu nas dependências da Câmara Municipal de Porto Velho

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 14 de julho de 2025 às 22:14

Vazamento de áudios revela vereadores supostamente cobrando vantagens para aprovar empréstimo de R$ 180 milhões em Porto Velho

PORTO VELHO (RO) – O vazamento de áudios de uma reunião fechada entre vereadores da capital e o secretário-geral de Governo de Porto Velho, Sérgio Paraguassu, trouxe à tona o que até então era tratado apenas nos bastidores: a suposta negociação política de vantagens em troca de votos favoráveis à autorização de um empréstimo de R$ 180 milhões que o Executivo pretende contratar com garantias da União.

A reunião, que não foi divulgada oficialmente, ocorreu nas dependências da Câmara Municipal de Porto Velho e tinha como pauta articular o apoio à mensagem encaminhada pelo prefeito Léo Moraes, solicitando autorização legislativa para buscar novos recursos junto a instituições internacionais.

Diálogos comprometem vereadores

Os áudios revelam trechos comprometedores das falas dos vereadores Sofia Andrade (PL) e Breno Mendes (Republicanos), que condicionaram apoio ao projeto à liberação de emendas impositivas — cerca de R$ 21 milhões do orçamento municipal, correspondentes a 2% da receita corrente líquida.

“Nós não vamos abrir mão do 2%, queira o Executivo ou não. Se for para cortar contrato da MB (empresa de limpeza), nós vamos cortar. Nem que deixe de limpar menos a cidade para atender as emendas impositivas”, afirmou Breno Mendes, durante a reunião.

Já a vereadora Sofia Andrade demonstrou preocupação com a repercussão negativa nas redes sociais e com a falta de contrapartidas diretas aos parlamentares:

“Quero saber como o povo vai pagar a conta”, questionou, sem abordar critérios técnicos, impactos fiscais ou execução de recursos anteriores.

Em outro trecho, ela exige tratamento “igualitário” na partilha política e admite pressão nas redes:

“Querendo ou não, vamos apanhar igual menino ruim. Os Instagrans de todos estão fervendo...”

O que está em jogo

O projeto de empréstimo, segundo o secretário Sérgio Paraguassu, representa a única margem disponível para novos investimentos, diante dos elevados custos com folha de pagamento e contratos vigentes. A receita corrente líquida prevista para 2025 é de R$ 2,86 bilhões, e os 2% das emendas impositivas equivalem a R$ 21 milhões – recursos que os vereadores podem destinar a entidades ou obras locais, com elevado potencial de capital político.

Apesar da importância do recurso, não houve exigência de estudos de impacto, detalhamento de projetos ou prestação de contas dos R$ 300 milhões anteriormente autorizados pela Câmara.

Repercussão e tentativa de contenção

Com a repercussão negativa do caso, os vereadores citados repudiaram publicamente o vazamento dos áudios. O presidente da Casa, Gideão Negreiros, suspendeu a sessão para "acalmar os ânimos", enquanto assessores tentavam evitar maiores danos à imagem dos parlamentares envolvidos.

O secretário Sérgio Paraguassu confirmou, em sua fala, que o trâmite para obtenção do empréstimo pode levar até um ano, e que o pagamento seria feito com base na arrecadação municipal, sem previsão de aumento de impostos.

Principais trechos das falas
Sofia Andrade (PL):

“Quero saber como o povo vai pagar o empréstimo... E o que nós vamos ganhar com isso?”

Breno Mendes (Republicanos):

“Nós não vamos abrir mão dos 2%. Nem que deixe de limpar menos a cidade para atender as emendas impositivas.”

Sérgio Paraguassu (Secretário-Geral):

“O custo da máquina pública é alto. Só temos R$ 180 milhões de margem de investimento.”

Vazamento de áudios revela vereadores supostamente cobrando vantagens para aprovar empréstimo de R$ 180 milhões em Porto Velho

A reunião, que não foi divulgada oficialmente, ocorreu nas dependências da Câmara Municipal de Porto Velho

Tudorondonia
Publicada em 14 de julho de 2025 às 22:14
Vazamento de áudios revela vereadores supostamente cobrando vantagens para aprovar empréstimo de R$ 180 milhões em Porto Velho

PORTO VELHO (RO) – O vazamento de áudios de uma reunião fechada entre vereadores da capital e o secretário-geral de Governo de Porto Velho, Sérgio Paraguassu, trouxe à tona o que até então era tratado apenas nos bastidores: a suposta negociação política de vantagens em troca de votos favoráveis à autorização de um empréstimo de R$ 180 milhões que o Executivo pretende contratar com garantias da União.

A reunião, que não foi divulgada oficialmente, ocorreu nas dependências da Câmara Municipal de Porto Velho e tinha como pauta articular o apoio à mensagem encaminhada pelo prefeito Léo Moraes, solicitando autorização legislativa para buscar novos recursos junto a instituições internacionais.

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Diálogos comprometem vereadores

Os áudios revelam trechos comprometedores das falas dos vereadores Sofia Andrade (PL) e Breno Mendes (Republicanos), que condicionaram apoio ao projeto à liberação de emendas impositivas — cerca de R$ 21 milhões do orçamento municipal, correspondentes a 2% da receita corrente líquida.

“Nós não vamos abrir mão do 2%, queira o Executivo ou não. Se for para cortar contrato da MB (empresa de limpeza), nós vamos cortar. Nem que deixe de limpar menos a cidade para atender as emendas impositivas”, afirmou Breno Mendes, durante a reunião.

Já a vereadora Sofia Andrade demonstrou preocupação com a repercussão negativa nas redes sociais e com a falta de contrapartidas diretas aos parlamentares:

“Quero saber como o povo vai pagar a conta”, questionou, sem abordar critérios técnicos, impactos fiscais ou execução de recursos anteriores.

Em outro trecho, ela exige tratamento “igualitário” na partilha política e admite pressão nas redes:

“Querendo ou não, vamos apanhar igual menino ruim. Os Instagrans de todos estão fervendo...”

O que está em jogo

O projeto de empréstimo, segundo o secretário Sérgio Paraguassu, representa a única margem disponível para novos investimentos, diante dos elevados custos com folha de pagamento e contratos vigentes. A receita corrente líquida prevista para 2025 é de R$ 2,86 bilhões, e os 2% das emendas impositivas equivalem a R$ 21 milhões – recursos que os vereadores podem destinar a entidades ou obras locais, com elevado potencial de capital político.

Apesar da importância do recurso, não houve exigência de estudos de impacto, detalhamento de projetos ou prestação de contas dos R$ 300 milhões anteriormente autorizados pela Câmara.

Repercussão e tentativa de contenção

Com a repercussão negativa do caso, os vereadores citados repudiaram publicamente o vazamento dos áudios. O presidente da Casa, Gideão Negreiros, suspendeu a sessão para "acalmar os ânimos", enquanto assessores tentavam evitar maiores danos à imagem dos parlamentares envolvidos.

O secretário Sérgio Paraguassu confirmou, em sua fala, que o trâmite para obtenção do empréstimo pode levar até um ano, e que o pagamento seria feito com base na arrecadação municipal, sem previsão de aumento de impostos.

Principais trechos das falas
Sofia Andrade (PL):

“Quero saber como o povo vai pagar o empréstimo... E o que nós vamos ganhar com isso?”

Breno Mendes (Republicanos):

“Nós não vamos abrir mão dos 2%. Nem que deixe de limpar menos a cidade para atender as emendas impositivas.”

Sérgio Paraguassu (Secretário-Geral):

“O custo da máquina pública é alto. Só temos R$ 180 milhões de margem de investimento.”

Comentários

  • 1
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    Inácio Azevedo da Silva 15/07/2025

    Será? Não foram eleitos com a pregação de combater a corrupção? Trabalhar em defesa dos pobres e oprimidos? Pela pátria, pela família? kkkkkkk

  • 2
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    César coimbra 15/07/2025

    Começou a putaria??,

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