Vinicius Miguel se manifesta sobre revisão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo Governo Federal
Advogado especializado em direitos humanos apresenta razão para aumento da procura pelo benefício e lembra dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência
Vinicius Miguel, advogado especializado em direitos humanos e professor da Universidade Federal de Rondônia, se pronunciou a respeito do processo de atualização cadastral e revisão dos benefícios pagos do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A medida visa compreender as causas do aumento significativo com o BCP, que garante um salário mínimo mensal (R$ 1.412) a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência de qualquer idade que possuem baixa renda.
De acordo com o último relatório de avaliação de receitas e despesas do orçamento enviado ao Congresso, a previsão de despesas com o BPC para este ano aumentou R$ 1,73 bilhão em apenas dois meses, de 22 de março a 22 de maio.
Para 2024, o governo projeta um gasto de R$ 105,1 bilhões com o benefício.
Em abril, os gastos com o BPC chegaram a R$ 9,2 bilhões, uma alta real de 18,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De janeiro a abril, o crescimento foi de 17,6%, totalizando R$ 35,5 bilhões, um aumento de R$ 5,3 bilhões em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados do Tesouro Nacional.
Nos 12 meses até março, o número de benefícios concedidos a pessoas com deficiência cresceu 14,15%.
Apesar de existirem casos de fraudes cibernéticas, com a criação de pessoas fictícias requerendo o benefício, especialistas do governo argumentam que a principal causa do aumento de gastos se deve ao envelhecimento da população e ao aumento da pobreza.
De acordo com Vinicius Miguel, outra razão para o aumento da procura e concessão de benefícios é a maior conscientização e fortalecimento das pessoas com deficiência (PcDs) e de seus familiares.
“Esta maior percepção de direitos é um avanço significativo para a cidadania e a inclusão social. No entanto, ainda existem grandes desafios”, comenta.
O especialista ressalta que, mesmo com capacitação e educação formal, pessoas com deficiência têm menos acesso a empregos e oportunidades.
“Mais de 60% dos trabalhadores com deficiência estão desempregados, situação que os empurra para a dependência de benefícios assistenciais e previdenciários. A Administração Pública, muitas vezes, não cumpre as cotas obrigatórias de contratação de PcDs, negando-lhes acesso ao mercado formal de trabalho”, acrescenta o advogado.
SOBRE VINICIUS MIGUEL - Advogado especialista em direitos fundamentais e professor da Universidade Federal de Rondônia, Vinicius Miguel é especializado em Administração Pública, mestre em Política Internacional e doutor em Ciência Política.
Proposta transfere os encargos da tornozeleira eletrônica para o preso
Na Câmara dos Deputados, proposta precisa passar pela análise de três comissões temáticas
Novo Código Eleitoral oscila entre atualização e 'mais do mesmo'
Para especialistas, projeto de lei complementar é necessário com seus pontos positivos e negativos, mas deixa de fora importantes debates relativos à democracia
A ilegalidade e os abusos cometidos pelos planos de saúde
Cancelamentos de contratos de forma unilateral têm aparecido junto a histórias de pessoas que, de uma hora para outra, têm seus tratamentos interrompidos
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook