10 de abril, o fim do começo e o começo do fim
Tenha o rondoniense bom gosto por Teixeira ou não, de qualquer forma não se pode dissociar da História de Rondônia uma data que era comum por aqui quando a troca de governador era conhecida por meio do noticiário da “Voz do Brasil”.
Dez de abril. Para Rondônia não é só um número a mais para ser riscado na folhinha do calendário da História de Rondônia, como tantos outros durante o ano. Pelo contrário, parodiando os que atribuem à camisa 10 de qualquer time de futebol uma mística – desde que Pelé a vestiu-, o décimo dia do quarto mês de cada ano deveria ser melhor tratado por todos nós.
Em Guajará-Mirim é a data da instalação do município, fato sempre lembrado, e muito bem, pela comunidade mais tradicional do nosso Estado. Na outra ponta, um dia com lembrança triste, porque foi quando o Conselho Ferroviário Nacional decidiu pela erradicação da Madeira-Mamoré.
Mas foi uma data que marcou também o começo real do início do fim da luta pela criação do Estado e, paradoxalmente, marcou o fim do início da era do Território Federal, porque naquele 1979 assumia o novo governador, Jorge Teixeira que, com a força das palavras, o apoio do ministro Mário Andreazza e do presidente João Figueiredo, assumiria naquele 10 de abril como primeiro governador da “Nova Estrela no Azul da União”.
Claro, seria injustiça e irresponsabilidade creditar a Teixeira todos os “louros” pela criação do Estado, o que aconteceria 32 meses e alguns dias depois de sua assunção à administração do Território.
Cada um daqueles que estiveram à frente do Governo desde 1944, alguns muito mais, alguns mais e outros bem menos, sem esquecer da mobilização provocada por jovens, líderes empresariais e jornalistas, a promulgação da Lei 41, por Figueiredo, não foi ação de um só, foi de muita gente, inclusive dos que vieram tirar a seringa ou dos que vieram para ocupar este lado do oeste brasileiro.
O diferencial de Teixeira é que ele, mais que qualquer outro, até porque já não dava mais para segurar, fez o cidadão comum acreditar que era possível, usando aquilo que teve sempre à mão, a mídia fortemente favorável, a vontade do povo e a motivação de Brasília. E um trabalho preliminar feito pelo seu antecessor , Humberto Guedes.
Tenha o rondoniense bom gosto por Teixeira ou não, de qualquer forma não se pode dissociar da História de Rondônia uma data que era comum por aqui quando a troca de governador era conhecida por meio do noticiário da “Voz do Brasil”.
Portanto, que o 10 de abril seja referenciado, como o fim do início, porque a luta pelo Estado começou bem antes dessa data, e o começo do fim , porque o discurso “Vim com a missão de vriar o Estado” marcou o início do fim daquilo que Getúlio Vargas prometeu e cumpriu, passando o Território Federal a ser mais um dos muitos ciclos da nossa História.
Considere-se dito!
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