Que o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), queira ser generoso com diretores do Ipam, reajustando-lhes os salários e criando uma penca de sinecuras para eventualmente acomodar cabos eleitorais e apaniguados de políticos que o faça. Afinal, essa é uma de suas prerrogativas, mas, pelo amor de Deus, doutor, melhore antes a qualidade da assistência médica prestada aos segurados e seus dependentes.

O que tem de conveniado insatisfeito com o Ipam não é brincadeira. Muitos já pediram desligamento e outros tantos ameaçam fazê-lo por atraso no pagamento. A assistência médica está com o pé na cova, mas parece que só o doutor Hildon Chaves ainda não acordou para a realidade, insistindo em velhas e manjadas práticas administrativas, que só contribuem para sangrar ainda mais os cofres da instituição.

O Ipam não precisa de reestruturação, doutor. Isso é balela! Não sei quem colocou essa ideia estapafúrdia na sua cabeça. O senhor é uma pessoa inteligente e sabe perfeitamente que essa história de reorganização administrativa, ou qualquer outra denominação que se lhe queira dar, é papo furado.

Quantidade não significa necessariamente qualidade. Os problemas que vêm arrastando a assistência médica para o fundo do poço não serão resolvidos, jamais, com uma simples remodelagem funcional. Ponha a mão na consciência, prefeito! Não cometa os mesmos erros de seu antecessor. Não dê atenção a tudo que se lhe dizem, principalmente às teorias livrescas e teses acadêmicas de alguns que o cercam. Essa gente quer ver a sua desgraça. São os mesmos que puxaram o tapete do Bosco da Federal, que trabalharam diuturnamente para apeá-lo da presidência do Ipam.

Lembre-se, prefeito, de que seus adversários não estão somente na oposição nem são aqueles que não votaram no senhor. Alguns podem estar dentro do próprio palácio Tancredo Neves, a poucos metros de seu gabinete. Não jogue pela janela o respeito e a confiança dos mais de 140 mil portovelhenses que o sufragaram na eleição para a Prefeitura de Porto Velho.

O Ipam é viável, apesar das dificuldades. Esqueça esse negócio de reestruturação. Isso só vai contribuir para sangrar ainda mais os parcos recursos da assistência médica. Invista na melhoria e ampliação dos serviços médico-hospitalares, hoje, alvo de críticas ácidas por parte de segurados e dependentes.