A calçada que você mandou construir não é sua propriedade, mas de toda a comunidade, assim como as ruas, praças e os mares. Por isso, se chamam bens públicos. É o que ensina o Código de Processo Civil.

Lamentavelmente, há pessoas que veem as calçadas como a extensão de suas casas, objetos de uso pessoal, ou, ainda, como áreas de lazer privativas, estacionamentos ou pontos de negócios. As calçadas são parte essencial das cidades. Há quem diga que, sem elas, as cidades, assim pensadas, estão pela metade.

Porto Velho desponta entre as cidades onde as calçadas, além de escassas, são mal construídas. A prefeitura da capital, hoje sob o comando do doutor Hildon Chaves, do PSDB, deveria realizar uma campanha para conscientizar os moradores não somente a construírem suas calçadas, como também deixá-las livres.

Isso seria uma maneira de tornar a área urbana mais humanizada. No período eleitoral, esse e outros temas são discutidos pelos candidatos à exaustão. Passada a disputa, no entanto, o que se observa é a deterioração das condições da vida citadina.

Na capital portovelhense, calçadas livres são privilégios de uns poucos. A grande maioria da população realiza, todos os dias, exercício perigoso para ir e vir.

A ausência de planejamento com o qual a cidade convive por décadas e a compreensão restrita sobre a forma de uso do espaço transformou-a em um caos.

Hoje, se aceita como normal que carros ocupem toda a extensão de uma calçada e os pedestres utilizem as ruas para caminhar, entre veículos, motos e bicicletas.

É preciso desconstruir esse conceito equivocado. E logo! Calçada foi feita para pedestres. Resgatar os espaços livres e proporcionar uma vida melhor aos moradores da cidade é uma das competências do poder público municipal. Mãos à obra, prefeito!