A mentira para anistiar os golpistas: Fãs de Bolsonaro e Brilhante Ustra denunciam violação dos direitos humanos

Comissão do Senado presidida por Damares Alves aprova visita aos presídios onde estão recolhidos os condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro

Fonte: Joaquim de Carvalho - Publicada em 13 de março de 2025 às 11:53

A mentira para anistiar os golpistas: Fãs de Bolsonaro e Brilhante Ustra denunciam violação dos direitos humanos

Damares Alves (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a criação de um grupo para visitar os presos que praticaram atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. O objetivo é verificar as condições carcerárias desses presos, diante de uma onda de postagens que acusam o Estado brasileiro de violação de direitos humanos.

A criação desse grupo, anunciada pela notória Damares Alves, presidente da Comissão, faz parte de um movimento organizado que tem o nítido propósito de colar no Brasil o selo de violação de direitos humanos, o que é uma fraude, mas atende aos propósitos da extrema direita para garantir a impunidade aos líderes da tentativa de golpe. 

Sei disso porque participo, como infiltrado, de grupos de extrema direita no WhatsApp. Eles não descansam. São muitas postagens ao longo do dia, da noite e da madrugada, muitas delas flagrantemente mentirosas, como a que mostra um homem atirando contra janelas, como se fossem de um dos palácios invadidos e a frase “militante do MST, poupado pelo STF”. 

Esse lixo de WhatsApp muitas vezes acaba tendo versões na rede social de extremistas que procuram parecer isentos. São versões mais amenas, mas igualmente desonestas. É o caso de um músico e professor de música de Brasília, que usou sua rede social para falar de “injustiças do STF”, como se não fosse ele próprio um bolsonarista e quisesse apenas defender os direitos humanos. 

Tudo isso ocorre ao mesmo tempo em que os líderes da extrema direita se conectam a políticos ligados a Donald Trump para operar, no exterior, contra as instituições brasileiras, como é o caso de Eduardo Bolsonaro.

Parece claro que o objetivo é tentar passar a imagem de que o Brasil não é um país democrático. Fraude, e é preciso que sejam denunciados. 

Sem resposta, pessoas de boa-fé podem acreditar que políticos como Damares, subordinadas a quem defende tortura e torturadores, estejam, na verdade, lutando pelos direitos humanos.

No grupo deles, são conhecidas as frases “bandido bom é bandido morto” ou a outra, igualmente abjeta, “direitos humanos para humanos direitos”. 

Fãs de Bolsoanro e Brilhante Ustra, o que querem é a anistia, não para a dona Fátima, de Tubarão, mas para aquele que conversava diariamente com o general que abrigou, em sua casa, oficiais que tramavam o assassinato do presidente e vice-presidente eleitos, e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Esse movimento é para criar o ambiente favorável à garantia de impunidade para os que, efetivamente, atentam contra a liberdade e os direitos humanos.

Edna Teixeira, advogada da irmã de Adélio Bispo de Oliveira, disse, ao tomar conhecimento do movimento de Damares Alves: “A situação de Adélio teria que receber este tratamento da comissão”.

Como se sabe, há seis anos e meio, Adélio vive em isolamento num presídio de segurança máxima, em Campo Grande, longe da família e com estado de saúde mental agravado.

Edna é evangélica como Damares, mas atua em campo oposto e foi uma das fundadoras da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.

“Esperamos que a Comissão de Direitos Humanos do Senado se empenhe para tratar do caso Adélio. Impressionante o que esta senadora quer fazer insinuando que os condenados golpistas estão sofrendo torturas”, afirmou.

Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

331 artigos

A mentira para anistiar os golpistas: Fãs de Bolsonaro e Brilhante Ustra denunciam violação dos direitos humanos

Comissão do Senado presidida por Damares Alves aprova visita aos presídios onde estão recolhidos os condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro

Joaquim de Carvalho
Publicada em 13 de março de 2025 às 11:53
A mentira para anistiar os golpistas: Fãs de Bolsonaro e Brilhante Ustra denunciam violação dos direitos humanos

Damares Alves (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a criação de um grupo para visitar os presos que praticaram atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. O objetivo é verificar as condições carcerárias desses presos, diante de uma onda de postagens que acusam o Estado brasileiro de violação de direitos humanos.

Publicidade

Governo de Rond�nia Publicidade

A criação desse grupo, anunciada pela notória Damares Alves, presidente da Comissão, faz parte de um movimento organizado que tem o nítido propósito de colar no Brasil o selo de violação de direitos humanos, o que é uma fraude, mas atende aos propósitos da extrema direita para garantir a impunidade aos líderes da tentativa de golpe. 

Sei disso porque participo, como infiltrado, de grupos de extrema direita no WhatsApp. Eles não descansam. São muitas postagens ao longo do dia, da noite e da madrugada, muitas delas flagrantemente mentirosas, como a que mostra um homem atirando contra janelas, como se fossem de um dos palácios invadidos e a frase “militante do MST, poupado pelo STF”. 

Esse lixo de WhatsApp muitas vezes acaba tendo versões na rede social de extremistas que procuram parecer isentos. São versões mais amenas, mas igualmente desonestas. É o caso de um músico e professor de música de Brasília, que usou sua rede social para falar de “injustiças do STF”, como se não fosse ele próprio um bolsonarista e quisesse apenas defender os direitos humanos. 

Tudo isso ocorre ao mesmo tempo em que os líderes da extrema direita se conectam a políticos ligados a Donald Trump para operar, no exterior, contra as instituições brasileiras, como é o caso de Eduardo Bolsonaro.

Parece claro que o objetivo é tentar passar a imagem de que o Brasil não é um país democrático. Fraude, e é preciso que sejam denunciados. 

Sem resposta, pessoas de boa-fé podem acreditar que políticos como Damares, subordinadas a quem defende tortura e torturadores, estejam, na verdade, lutando pelos direitos humanos.

No grupo deles, são conhecidas as frases “bandido bom é bandido morto” ou a outra, igualmente abjeta, “direitos humanos para humanos direitos”. 

Fãs de Bolsoanro e Brilhante Ustra, o que querem é a anistia, não para a dona Fátima, de Tubarão, mas para aquele que conversava diariamente com o general que abrigou, em sua casa, oficiais que tramavam o assassinato do presidente e vice-presidente eleitos, e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Esse movimento é para criar o ambiente favorável à garantia de impunidade para os que, efetivamente, atentam contra a liberdade e os direitos humanos.

Edna Teixeira, advogada da irmã de Adélio Bispo de Oliveira, disse, ao tomar conhecimento do movimento de Damares Alves: “A situação de Adélio teria que receber este tratamento da comissão”.

Como se sabe, há seis anos e meio, Adélio vive em isolamento num presídio de segurança máxima, em Campo Grande, longe da família e com estado de saúde mental agravado.

Edna é evangélica como Damares, mas atua em campo oposto e foi uma das fundadoras da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.

“Esperamos que a Comissão de Direitos Humanos do Senado se empenhe para tratar do caso Adélio. Impressionante o que esta senadora quer fazer insinuando que os condenados golpistas estão sofrendo torturas”, afirmou.

Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

331 artigos

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook