A mulher e suas lutas

Nos últimos decênios, várias conquistas foram alcançadas, porém, na base da pirâmide social ainda há muito por fazer pelas mulheres

Valdemir Caldas
Publicada em 10 de março de 2022 às 17:52
A mulher e suas lutas

É comum na data de 8 de março acompanhar na mídia e nas redes sociais políticos e autoridades realçando a trajetória individual de uma ou de outra personalidade do gênero feminino que conquistou o seu espaço na educação, na saúde, na política, no mercado de trabalho e granjeou, por causa disso, o respeito e a admiração da sociedade. Nada mais justo. Afinal, além do natural reconhecimento ao mérito, dá-se também visibilidade a proposta de vida cujo sucesso pode inspirar milhares de outras mulheres que, infelizmente, ainda vivem discriminadas e oprimidas.

A realidade, porém, é inquietante. No Brasil, a cada dois minutos uma mulher é agredida. Em 2021, as estatísticas revelam que os casos de feminicídios dispararam. Muitas delas deixaram o país para se prostituir no estrangeiro. Ainda é muita pequena a presenças feminina no mercado de trabalho, cujos salários são infinitamente menores que os dos homens, sem contar o assédio de natureza moral e sexual, uma praga difícil de arrancar, talvez só com pena de morte. Nos últimos decênios, várias conquistas foram alcançadas, porém, na base da pirâmide social ainda há muito por fazer pelas mulheres.

A solução do problema, contudo, não passa apenas por eventos pontuais e discursos recheados de promessas que acabam desaparecendo no espaço como fumaça, ou, então, numa dessas gavetas da burocracia oficial. Na prática, porém, esses atos só servem, mesmo, para produzir efeito político, quando, na verdade, deveriam estar inseridas no contexto maior dos projetos de conquistas sociais para todos os esquecidos pela sorte e pelos governantes.

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
Winz

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook