A paralisação que de geral só teve o nome
A depredação do patrimônio público e privado foi a tônica dos protestos na maioria das cidades, patrocinada por aqueles que ainda não aprenderam a conviver em sociedade.
Dirigentes sindicais dos quatro cantos do país devem estar se perguntando o que deu errado com aquela que deveria ser a maior manifestação já realizada contra as reformas trabalhista e previdenciária. A resposta é simples: o povo se cansou de conversa mole. Por isso, muita gente ficou em casa vendo televisão; outros foram trabalhar, e houve ainda que preferisse curtir um local de lazer com a família e os amigos.
O que se viu no noticiário não deve ter satisfeito às lideranças sindicais. A depredação do patrimônio público e privado foi a tônica dos protestos na maioria das cidades, patrocinada por aqueles que ainda não aprenderam a conviver em sociedade. Exigem seus direitos, mas não respeitam os dos outros.
Na briga contra as reformas, além dos trabalhadores, os maiores prejudicados, os sindicatos deixaram às ruas com a imagem ainda mais chamuscada. É hora, pois, de rever conceitos.
Empurrada pela pressão de grande massa de trabalhadores que a cada dia vê reduzir-se seu poder de compra, muitas instituições esquecem-se de considerar fatos que ocorrem aqui e alhures, limitando-se a repisarem teses socialistas, folhas murchas do comunismo, quando deveriam encontrar outras formas de lutar pelos interesses das categorias que representam. Isso sem falar nas graves denúncias envolvendo alguns de seus principais dirigentes. As disputas dentro de alguns sindicatos também foram apontadas como fator desmobilizador do movimento.
A greve (que não teve nada de geral, porque a maioria da população simplesmente a ignorou) foi um fiasco. Em vez de contribuir para fomentar o debate sobre as reformas dentro e fora do parlamento, serviu para sepultar o pouco de credibilidade que ainda movia o motor de muitas organizações sindicais. A pesar de tudo, ainda há instituições de classe sérias neste país. Pouquíssimas, mas há.
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