Menos de três meses nos separam das eleições. Até como dever ético, a população rondoniense deveria sair às ruas para exigir padrões morais na política. A manifestação deveria ser organizada por entidades da sociedade civil, como a OAB/RO e Igrejas, dentre outras organizações, repetindo, assim, o que ocorreu em tempos idos.

A última vez que a população brasileira se reuniu em multidões foi para pedir a cabeça da petista Dilma Rousseff. Desde então, parece que um misto de descrença e desânimo tomou conta da maioria dos brasileiros, fazendo, assim, aumentar o ceticismo reinante diante do comportamento da maioria dos políticos, para os quais o exercício de um mandato não passa da oportunidade de amealhar recursos financeiros impossíveis de alcançar por esforço mais árduo e consequente.

A julgar pelo que se tem visto e ouvido, por aqui, as coisas vão se acomodando de acordo com as conveniências pessoais e de grupos. Curiosamente, a maioria da população não parece preocupada com o que acontecerá a partir de janeiro de 2019. Muitos ainda não se deram conta de que tudo caminha para a reiteração de velhos e conhecidos procedimentos absolutamente oportunistas, completamente dissociados das legitimas aspirações coletivas.

Seria de bom alvitre que o eleitor, neste momento difícil da quadra brasileira, quando se aproxima o dia em que ele será chamado a participar de mais dever cívico, assumisse realmente uma postura conflitante com os políticos que têm responsabilidade com os problemas sociais que ora vemos ocorrer em todos os setores da vida nacional e estadual.

Aproxima-se o momento em que o povo, na condição de principal fiador e beneficiário da democracia, precisa escancarar os seus conflitos sociais, buscando estabelecer, nas urnas, uma postura aguda nesse sentido. Sem isso, jamais conseguiremos livrar-nos dos entulhos políticos que hoje temos.