A questão dos precatórios

Especialistas discorrem sobre as principais consequências da aprovação da PEC referente ao pagamento das dívidas públicas de alto valor

Assessoria
Publicada em 16 de junho de 2022 às 12:55
A questão dos precatórios

A promulgação na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 23/2021 determinou um limite anual para o pagamento dos precatórios, alterando a fórmula para calcular o teto de gastos para que o Estado honre seus compromissos judiciais sem prejudicar o seu caixa.

Márcio Coimbra, presidente da Fundação da Liberdade Econômica (FLE), convidou Ismael Almeida, cientista político capacitado em Processo Legislativo Avançado, para participar do #15 episódio do podcast Liberdade em Foco. O conteúdo é disponibilizado no site da instituição e também no Spotify.

O tema entra na pauta do dia uma vez que, em ano de eleições, a determinação pode alterar o pagamento de dívidas públicas e ainda modificar o repasse de recursos para programas sociais, como o recente Auxílio Brasil que vem para substituir o Bolsa Família.

“Os precatórios se referem às dívidas do governo com sentença judicial definitiva em que o Poder Público seja derrotado em sentença judicial”, esclareceu Almeida.

Ultrapassando valores acima de 60 salários mínimos, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o montante, hoje estimado em R$89.1 bilhões, seja pago até o fim deste ano.

Coimbra explicou que os precatórios estão acumulados desde 2002 e o governo busca a possibilidade de parcelar estes pagamentos para desafogar a totalidade dos gastos.

“Com a obrigação do pagamento, cerca de 75% dos gastos não obrigatórios podem ser comprometidos. Um fato que prejudica um orçamento que já é limitado em todos os governos, sejam eles de direita ou esquerda”, comentou.

O afrouxamento desta obrigação pode auxiliar na manutenção de programas sociais, tendo em vista que assim o Estado teria uma folga maior para cumprir com as suas responsabilidades orçamentárias. Um fator que é de grande importância quando é considerado o panorama atual de recuperação econômica com o esperado fim da pandemia.

“Os gastos não obrigatórios são a principal fonte dos repasses do Auxílio Brasil”, comenta Almeida. Este é um cenário que preocupa o governo, como esclarece o cientista político.

“O programa é o carro-chefe da campanha de Bolsonaro. É a estratégia utilizada por ele para aumentar a sua popularidade, como aconteceu com o auxílio emergencial nos anos de 2020 e 2021 e com o Bolsa Família nos governos Lula e Dilma”, acrescentou.

A conversa entre os especialistas da FLE, abordou os principais pontos na discussão deste tema. Um assunto que entra em pauta quando considerada a estrutura de campanha a ser utilizada nos próximos meses pelo presidente. Além disso, deve ser ponderado que muitos cidadãos esperam que suas dívidas sejam sanadas.

Sobre a FLE

A Fundação da Liberdade Econômica (FLE) é um centro de pensamento, produção de conhecimento e formação de lideranças políticas. É baseada nos pilares da defesa do liberalismo econômico e do conservadorismo como forma de gestão. Criada em 2018, a entidade defende fomentar o crescimento econômico, dando oportunidades a todos. Nesse sentido, investe em programas para a formação acadêmica, como centro de pensamento e desenvolvimento de ideias. Ao mesmo tempo, atua como instituição de treinamento para capacitar brasileiros ao debate e à disputa política.

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