A 'salvação' nacional
A classe política pode resolver grande parte dos nossos problemas. Basta que eles se unam pelo bem da nação. Petistas, bolsonaristas e tucanos, por exemplo, poderiam selar a paz
Já ouvi várias pessoas falarem que o Brasil não tem mais jeito. É um país cujos habitantes na sua maioria estão acostumadas ao jeitinho e que, de um modo geral, quase todos só pensam em si mesmos. Empatia por aqui é apenas consigo mesmo ou com seus amigos e familiares. Falar mal dos políticos há tempos virou um (péssimo) hábito nacional. “Como pode um país como o nosso nos últimos cinquenta anos figurar entre as dez maiores economias do mundo e ter uma qualidade de vida tão pífia?”, é a reclamação mais comum. Dizem à boca larga que os governos aqui só são formados para dar privilégios a poucos. É possível, sim, discordar um pouco dessa mentalidade. A classe política pode resolver grande parte dos nossos problemas. Basta que eles se unam pelo bem da nação. Petistas, bolsonaristas e tucanos, por exemplo, poderiam selar a paz.
A paz e também o bem estar de todos. Sejam ricos ou pobres. Os petistas, liderados por Lula poderiam gerenciar o Pré-Sal, por exemplo. A Petrobras e outras grandes empresas nacionais seriam gerenciadas pela esquerda. A relação do novo governo com os congressistas também ficaria a cargo dos políticos “barbudos”. Nenhum político neste país entende mais de Petrobras e das relações do Executivo com o Legislativo do que esse pessoal da esquerda. O PT se quisesse poderia criar também o “Ministério das Delações Premiadas”. Palocci ministro de novo? Os movimentos sociais como MST, MTST, CIMI, dentre muitos outros, seriam gerenciados e monitorados, óbvio, pelos esquerdistas. Lula voltaria para a cadeia apenas para agradar ao “juiz-promotor” Sérgio Moro, que seria mandado para o Supremo como ministro.
Os tucanos liderados por Aécio Neves, Geraldo Alckmin, FHC e José Serra também participariam do novo governo de salvação nacional e seriam reesposáveis pela construção de metrôs e paradas de ônibus urbanos nas principais metrópoles do país. Todas as grandes cidades teriam sofisticados sistemas de mobilidade urbana. Viadutos, rotatórias e anéis viários seriam criados. E tudo gerenciado pelos políticos do PSDB. Até a suja e fedorenta Porto Velho, a capital de Roraima, poderia ter o seu sistema de “underground”. O prefeito Hildon Chaves, por exemplo, é deste partido e inovou na criação de modernas paradas de ônibus urbanos nesta capital. Os tucanos são muito bons também para gerir funcionários públicos. Quando governaram o país deram muitos aumentos e criaram sistemas de produção jamais vistos. Um ministério só para isso.
Os bolsonaristas, óbvio, participariam do novo governo e seriam liderados pelos filhos do atual presidente do país. Eles ficariam encarregados dos avanços sociais na nação e também das relações internacionais. Negros, artistas, mulheres, homossexuais, quilombolas e todos os LGBTT’s seriam estratégicos na formação de novas células sociais. Os evangélicos e outros religiosos cristãos teriam espaço garantido também. Seria criado o “Ministério do Pé de Goiaba” e também o “Ministério do Amor aos Estados Unidos”. O Brasil seria outro muito melhor e também muito diferente do atual. Lula, Dilma, Aécio, Temer, FHC, Marco Feliciano e Bolsonaro de mãos dadas pelo progresso do país e pela autodeterminação de seu povo. No novo governo, qualquer operação policial seria liderada e conduzida pela Polícia Civil de Rondônia. Só uma pequena dúvida: qual dos novos grupos políticos ficaria com o Ministério da Economia?
*É Professor em Porto Velho.
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