Abraham Weintraub não fala em cortes e foca em alfabetização e ensino técnico; acompanhe

Weintraub disse que os analfabetos totais já são raros, mas que a qualidade de alfabetização é “um desastre”.

Agência Câmara Notícias
Publicada em 15 de maio de 2019 às 15:18

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, no Plenário da Câmara, que uma das prioridades do governo é investir na alfabetização. “Vamos investir na alfabetização como uma ferramenta de superação de desigualdade. Se não alfabetizar bem a população, a gente vai continuar desigual, principalmente no ensino técnico e no ensino médio.” 

Weintraub disse que os analfabetos totais já são raros, mas que a qualidade de alfabetização é “um desastre”. Por isso, ele afirmou que é necessário investir na primeira infância – creche e pré-escola. “Uma pessoa que não sabe interpretar, não consegue montar um produto sozinho, não consegue ler o manual de uma máquina para operá-la melhor, é uma pessoa que não consegue se virar na vida", afirmou o ministro. Esse analfabetismo, segundo ele, impacta nos outros indicadores.

Ele falou sobre a necessidade de investimento em estudo integral. “O Brasil está indo para trás nos investimentos desse segmento”, criticou.

Ensino técnico
Weintraub disse ainda que o ensino técnico precisa ser valorizado no Brasil. Segundo ele, não faz sentido que as vagas sejam oferecidas apenas pelo setor público. O Chile, segundo ele, investiu na educação de base, no ensino técnico e hoje “é uma nação de engenheiros”.

De acordo com o ministro, há 500 mil vagas de empregos para tecnologia e não há pessoas para ocupar essas vagas. Weintraub disse que o Pronatec teve um resultado “muito ruim”. “Gastamos R$ 13 bilhões com o Pronatec, paramos de fazer e ninguém reclamou”, disse.

Para ele falta técnica, método, ciência e gestão. “Não discussões ideológicas na sala de aula”, acrescentou.

Recursos
O ministro foi convocado pelos deputados para explicar os cortes nas verbas de universidades e institutos federais. No dia 30 de abril, Abraham Weintraub anunciou que a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) teriam os repasses bloqueados em 30% por promoverem “balbúrdia”.

No mesmo dia, o bloqueio acabou estendido para todas as universidades e institutos federais. O Colégio Pedro II, financiado pela União, também foi afetado. A oposição reagiu com um movimento para obstruir as votações em Plenário.

Dados do governo contabilizam o bloqueio de R$ 1,7 bilhão do orçamento de todas as universidades, o que representa 24,84% dos gastos discricionários e 3,43% do orçamento total das federais.

O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas.

Precedentes
Weintraub é o segundo ministro da Educação convocado a prestar esclarecimentos em Plenário desde a redemocratização. Em 2015, o então ministro da Educação Cid Gomes teve de prestar esclarecimentos ao Plenário sobre declarações polêmicas contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em um episódio que culminou em sua demissão.

Antes dele, em 1991, o ministro da Agricultura, Antônio Cabrera, respondeu à convocação do Plenário para falar sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.

O debate prossegue no Plenário da Câmara.

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