Administração fragilizada
Profissionais qualificados estariam sendo substituídos por apaniguados políticos sem nenhuma experiência. É bíblica a assertiva segundo a qual se um cego conduzir outro cego ambos cairão no buraco.
(*) Valdemir Caldas
Venhamos e convenhamos, a Secretaria Estadual de Educação de Rondônia nunca foi um primor em termos de eficiência pedagógica no qual se possa espelhar. No governo Confúcio Moura, que deixou o cargo para disputar uma das duas vagas para o Senado da Republica, teve lá seus altos e baixos, mais baixos do que altos.
Depois que o vice Daniel Pereira assumiu o comando do Estado e entregou a SEDUC de porteira fechada a turma de um ex-prefeito de Porto Velho, o que era ruim piorou ainda mais. Falam que a palavra de ordem por lá é nomeação de aliados. Profissionais qualificados estariam sendo substituídos por apaniguados políticos sem nenhuma experiência. É bíblica a assertiva segundo a qual se um cego conduzir outro cego ambos cairão no buraco.
Pois é. Mal iniciada, a gestão de Daniel Pereira já é posta à prova. Ao contrário do que se possa imaginar, não são os políticos de oposição que ameaçam a calmaria das águas em que o governador deseja fazer navegar a nau estadual. Na verdade, incertos são os inimigos, o que torna ainda mais difícil a tarefa das autoridades.
Cansativo repetir a forma como esse vampirismo por cargos públicos se reflete negativamente não somente no âmbito da administração, gerando manifestações de descontentamento, sobretudo entre servidores do quadro efetivo, muitas vezes preteridos por cabos eleitorais, mesmo reunindo habilidade e experiência para os postos de mando, como também na vida dos cidadãos rondonienses, que veem essas coisas e não compreendem, apenas lamentam e se indignam.
Enquanto aliados estariam se engalfinhando por nacos de poder, os problemas da educação – que não são poucos - se avolumam, e, o que é pior, sem nenhuma perspectiva de solução. Duvidar das boas intenções do governador Daniel Pereira, jamais! Mas só isso não é suficiente para resolver o cipoal de dificuldades no qual patina o setor e outras pastas do governo, como a segurança pública, apenas para ficar nesses dois exemplos. Mas há outros.
Há muito tempo representantes dos profissionais em educação vêm alertando as autoridades sobre as dificuldades do sistema, diante dos crescentes problemas, que apenas se tornaram mais complexos, à medida que não foram implantadas ações necessárias. Quando, porém, acontece alguma greve, há quem faça disso um verdadeiro cavalo de batalha, como se não repercutisse igualmente sobre a população, o paralisador da falta das mínimas condições de trabalho aos que atuam na área.
O tempo avança. Enquanto isso, vamos todos vendo consolidar-se a certeza de que a mudança de nomes importa pouco no comportamento de pessoas e órgãos. Como sindicalista e ex- deputado estadual, Daniel sempre foi contra o sinecurismo. Quem mudou: ele ou o tempo?
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