Agente da Semtran é condenado a 20 anos de prisão por sequestro
O crime aconteceu no dia 12 de agosto de 2019, na Rua Alfazema, bairro Cohab Floresta. o agente de trânsito Elcione José Sales teria convidado a vítima para sua casa, supostamente para tratar de uma dívida referente a multas de trânsito
O agente de trânsito da Semtran de Porto Velho, Elcione José Sales, e o ex-agente policial penal Helton Santos Moura, foram condenados pelo Juízo da 1ª. Vara Criminal da Comarca da capital pelo envolvimento no sequestro de um trader de bitcoin, identificado por Arcílio Nogueira de Souza.
Elcione, vulgo ´Gato Seco´, pegou pena de 20 anos e 7 meses no regime fechado; Helton levou 7 anos e seis meses, também no regime fechado. Os dois, no entanto, poderão apelar da sentença em liberdade. O outro acusado, Fabio da Silva Gomes, foi absolvido por insuficiência de provas.
O crime aconteceu no dia 12 de agosto de 2019, na Rua Alfazema, bairro Cohab Floresta. o agente de trânsito Elcione José Sales teria convidado a vítima para sua casa, supostamente para tratar de uma dívida referente a multas de trânsito.
Após a chegada de Arcilio, um carro vermelho com três pessoas chegou à casa, onde encapuzaram a vítima, ameaçaram-no com armas de fogo e conduziram-no "a um lugar ermo". No local, amarraram a vítima em uma árvore e teriam começado a agredir Arcilio.
Eles exigiam os bitcoins do empresário mas a vítima dizia aos sequestradores que não possuía as chaves de sua carteira no celular. A partir daí, os criminosos teriam considerado matar a vítima, teriam andado por horas com ela no porta malas do carro até abandoná-la numa rua de Porto Velho.
Eles teriam conseguido roubar um cordão de ouro, R$ 3.500 em dinheiro, telefone celular, documentos celulares e outros itens de menor importância.
A vítima disse que era amigo do denunciado Elcione há mais de 20 anos e que buscou sua ajuda para auxiliá-lo com a contestação de uma multa de trânsito registrada, injustamente, em seu prontuário e que este teria afirmado que poderia resolver o problema por intermédio de um primo que trabalhava no DETRAN.
Depois de agredida, a vítima foi levada a um motel, onde permaneceu amarrado e vendado até que os criminosos o colocaram novamente no porta-malas do veículo. E, dado momento percebeu que o veículo parou e então após alguns minutos resolveu chamar pelos criminosos, os quais não responderam.
Acreditando que estes haviam ido embora a vítima forçou a trava do banco traseiro do veículo e conseguiu escapar, fugindo em direção ao CEMETRON, onde pediu ajuda aos seguranças que lá estavam. Nesse momento pode observar que os dois infratores estavam próximos ao local em outro veículo, e que ao perceberem o que havia ocorrido empreenderam fuga nos dois veículos.
Ao ser questionado pelo Juízo, a vítima pontuou que durante a abordagem o denunciado Elcione simulou ser mais uma vítima do sequestro, chegando, inclusive, a ser algemado e encapuzado pelos infratores, entretanto, não foi levado no porta-malas do veículo e que também não o viu em nenhum outro momento da ação delituosa.
Segundo a vítima, tanto o infrator que o rendeu e o algemou na residência do denunciado Elcione (que não tem condições de identificar) quanto o denunciado Helton (responsável por encapuzá-lo com um saco plástico), portavam armas de fogo. Os acusados foram preso dias depois, após a Delegacia de Patrimônio lançar nas redes e nos sites da cidade a foto dos três como ´procurados´.
Para o juízo, não há dúvidas da participação de Gato Seco e Helton no crime.
“(...) Do mesmo modo, diante da robusta prova oral coligida, pode-se concluir, com total segurança, que os réus ELCIONE e HELTON, juntamente com outra pessoa ainda não identificada, previamente ajustados e com unidade de desígnios foram os executores do roubo descrito no segundo fato da inicial.
No que tange às causas de aumento de pena do roubo, consistentes no concurso de agentes, emprego de arma de fogo e mediante restrição de liberdade da vítima, verifico que restaram caracterizadas, a partir dos relatos da vítima.
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