Alerta: queda de cabelo pode ser sinal de doença

Vitaminas, medicamentos e produtos para tratar a perda dos fios devem ser usados sob prescrição médica

Da redação/Foto: Freepik
Publicada em 08 de dezembro de 2022 às 15:44
Alerta: queda de cabelo pode ser sinal de doença

Queda de cabelo excessiva pode ser um alerta para a existência de doenças e requer investigação médica. São várias as causas possíveis, como algum tipo de alopecia, deficiência de nutrientes, disfunções metabólicas ou hormonais.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), perder entre 100 e 200 fios de cabelo por dia é esperado. Por ser difícil contar quantos caem, a orientação é observar o problema durante o banho, quando o cabelo solto desliza com a água. Outro aspecto que pode dar indícios de que algo não está normal é o acúmulo na escova ou no chão da casa.

O uso de vitaminas, medicamentos e produtos para tratar a perda dos fios deve ser feito com prescrição médica, já que a causa pode ser um distúrbio mais complexo. O tratamento pode ser feito, por exemplo, com estimulantes do crescimento dos fios, como o Minoxidil, citado no site da SBD como um dos principais fármacos utilizados para essa finalidade.

Thaissa Coelho, médica dermatologista e preceptora de tricologia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enfatiza que existe um grupo de causas de queda de cabelo que deixam cicatrizes. Isso significa que, no local onde o fio caiu, não nasce outro. Por isso é tão necessário tratar somente com o diagnóstico correto, evitando a perda definitiva.

As informações foram dadas em entrevista ao programa de rádio e podcast “Saúde com Ciência'', da UFMG.

Causas da queda de cabelo

Diversos são os fatores relacionados à perda dos fios. Entre elas estão a alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, e o eflúvio telógeno, uma alteração no ciclo capilar que leva à queda de cabelo.

Alopecia androgenética

De acordo com definição da SBD, a calvície é uma forma de queda de cabelos determinada pela genética e relativamente frequente na população. Homens e mulheres podem ser afetados pela doença, que começa na adolescência e se torna mais visível por volta dos 40 a 50 anos.

Segundo a Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), 42 milhões de brasileiros têm alopecia androgenética. Apesar de o problema afetar homens em maior proporção, as mulheres também são atingidas.

Metade da população masculina terá problemas com a calvície até os 50 anos, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em relação ao público feminino, a SBC aponta que 30% deve ter questões relacionadas.

Os homens são mais acometidos pela calvície porque ela está relacionada diretamente aos hormônios sexuais masculinos, especialmente à presença da testosterona. Como as mulheres produzem esse esteroide em quantidade menor, elas até podem desenvolver o problema, mas os casos de perda drástica são consideravelmente mais raros.

Disfunções metabólicas e hormonais

Além das doenças mais localizadas, Thaissa afirma que a perda de cabelo pode sinalizar outros distúrbios no corpo. Quadros de disfunções metabólicas, como glicemia alterada ou mudança significativa de peso, são exemplos.

É possível que se instale uma síndrome metabólica devido à junção de problemas como diabetes, hipertensão, obesidade e triglicérides altos. Essas disfunções podem impactar os vasos sanguíneos que irrigam o couro cabeludo, fazendo com que o sangue não chegue como deveria e não nutra a região adequadamente.

Disfunções hormonais também podem ter repercussão no couro cabeludo e levar à queda de cabelo, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

Estresse

Thaissa esclarece que, embora muitos acreditem que o estresse também é um fator que pode provocar perda de fios em excesso, ele só é identificado em casos muito acentuados.

A dermatologista pontua que não se deve considerar o estresse como causa da queda sem antes fazer uma investigação de outras questões subjacentes.

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