Aliados de Bolsonaro montaram operação para resgatar joias desviadas
PF indiciou ex-presidente e mais 11 acusados de participar do esquema
A Polícia Federal (PF) concluiu que aliados de Jair Bolsonaro montaram uma "operação de resgate" para recuperar parte das joias sauditas que foram desviadas durante o governo dele. A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou o ex-presidente e mais 11 acusados de participar do suposto esquema.
O sigilo do relatório foi retirado nesta segunda-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.
De acordo com a Polícia Federal, parte das joias estava em lojas nos Estados Unidos à espera de compradores, mas foram resgatadas às pressas e enviadas ao Brasil após matérias jornalísticas informarem que a corporação investigava o esquema de venda ilegal dos itens e o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução dos bens, em marco de 2023.
Os investigadores conseguiram rastrear pelo menos três kits de joias que foram resgatados. Um kit masculino da marca Chopard foi retirado da loja Fortuna Auctions, localizada no estado de Nova Iorque.
O segundo kit, que contém um relógio Rolex de ouro branco, estava em um estabelecimento em Miami e foi retirado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid. O terceiro conjunto de esculturas presenteadas por autoridades do Bahrein estava na casa do pai de Mauro Cid, Mauro Lourena Cid, general da reserva do Exército, que morava na cidade norte-americana.
A PF também informa que um relógio da marca Patek Philippe foi levado aos Estados Unidos, mas está desaparecido.
"Mauro Cesar Lourena Cid seria ainda a pessoa responsável por receber, em nome e em benefício de Jair Messias Bolsonaro, os recursos decorrentes da venda dos bens. Por fim, identificou-se que os recursos auferidos com as vendas eram encaminhados, em espécie, para Jair Bolsonaro, evitando, de forma deliberada, passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal, possivelmente para evitar o rastreamento pelas autoridades competentes", finalizou a PF.
A Agência Brasil busca contato com a defesa de Bolsonaro.
A mídia corporativa e o roubo das joias
"Mesmo com o STF tendo aberto ao público o relatório da PF, a grande mídia corporativa não parece ter se sensibilizado tanto com o assunto"
Raí para senador em 2026
"Num parlamento tão rebaixado como o nosso, não apenas o doutor Sócrates comemoraria este golaço, mas todo o campo progressista", afirma Aquiles Lins
A lambança da PF
"A lambança será, é claro, explorada pela defesa e poderá também levar o PGR a pedir mais investigações", escreve o colunista Alex Solnik
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook