ANSELMO VASCONCELLOS: Em Porto Velho no dia 05 de maio
A agenda do ator em Porto Velho começa no dia 05, pela manhã, com city tour acompanhado de convidados e de empresários locais, sob a coordenação do historiador Anysio Gorayeb.
Nada como uma boa pesquisa virtual para saber mais sobre ANSELMO VASCONCELLOS que estará em Porto Velho do dia 5 de maio. No site http://www.portalmie.com/magazine/2013/05/anselmo-vasconcellos/ (Reportagem Cleo Oshiro – Colunista Social) encontramos entrevista que traz curiosidades sobre o ator que merecem boa leitura para saber de tudo que esse grande homem fez e faz pela cultura brasileira como ser humano e personagem não apenas no humor, mas no teatro e em seus relatos em livros.
A agenda do ator em Porto Velho começa no dia 05, pela manhã, com city tour acompanhado de convidados e de empresários locais, sob a coordenação do historiador Anysio Gorayeb.
À tarde, das 14 às 18 horas, no auditório do SENAC participará do “Workshop da Idéia Cinematográfica” com presença de convidados, alunos do Senac e público em geral abordando sua experiência em várias atividades com destaque para o seu recente trabalho como escritor.
No dia 06, pela manhã, haverá mais um city tour com ator e convidados. O evento é promovido pelo Instituto Babaçu da Amazônia (AIBA) e pela Telart/PB – formação de atores.
Podem participar do worshop e do lançamento do livro, empreendedores da área de turismo, gastronomia, teatro, música, comunicólogos, promotores de eventos, universitários e artistas locais.
O objetivo do evento, segundo a coordenadora Izabel Cristina da Silva, é despertar o interesse do público para a obra audiovisual, como ferramenta de promoção dos pontos turísticos, do resgate da história e da cultura local. Para mais informações ligar para 69-999844569.
“Não podemos esquecer também da exuberância do Bioma Amazônia, que proporciona cenários belíssimos e vem sendo muito utilizado por produtores do exterior”, declara esta entusiasta pelas riquezas da Amazônia.
O ator
Anselmo é ator, diretor, roteirista, professor, pesquisador e autor de livros. Sua atuação iniciou nos anos 70 com grupos como “Opinião” e Livining Theather, onde estuda e produz espetáculos como “O Último Carro de João das Neves”. No cinema participou de mais de 50 filmes. Na televisão atua em novelas, programas humorísticos e seriados. Seu mais recente trabalho foi a direção do espetáculo “Comédia Futebol Clube”. Na Globo, além de atuar em novelas, ele integra o elenco de Zorra Total.
Anselmo Vasconcellos – Ator e Diretor por Excelência
Anselmo Vasconcellos – 60 anos, nasceu no Rio de Janeiro, mora na Barra da Tijuca, é casado com Cristiana Studart há 25 anos, pai de 3 filhos: Isadora, Vittório e Isabella, “meus filhos lindos e queridos que enchem meus olhos de emoção” (como ele mesmo gosta de frisar). Anselmo é ator, diretor, roteirista, atuando na Tv, teatro e cinema onde já participou de mais de 50 filmes. Vamos saber um pouco mais, sobre o trabalho desse consagrado profissional das artes, dono de um carisma e simpatia a toda prova, esbanjando talento sem perder a humildade.
Anselmo, com que idade descobriu seu talento artístico? É verdade a história de que se tornou ator para conquistar uma mulher?
Sim, é verdade. Tinha 18 anos e estudava para o vestibular de medicina. Sempre fui apaixonado pela neurociência e queria me profissionalizar e estudar. Uma nova professora me instigou sobre teatro, arte que eu não conhecia nem frequentava. Fiquei entusiasmado com ela , inventei que eu fazia teatro e ela pediu pra ver. Escrevi, dirigi e interpretei com 2 outros colegas uma peça teatral. Foi um surto que me revelou a vida que tenho até hoje, ou seja, começaram ali meus 40 anos de dedicação à arte. Invento para me conhecer, desde o inicio essa foi a minha descoberta.
Qual foi sua primeira atuação?
Quando dancei quadrilha na escola Ruy Barbosa aos 8 anos. Compus um personagem engraçado com figurino e caracterização caprichada e dancei de um modo bem caipira. Percebi que o personagem chamava atenção do publico e ganhei o concurso de melhor participação na quadrilha daquele ano.
Quando foi sua estréia profissional?
Estreei profissionalmente, com registro na Policia Federal ( a profissão não era regulamentada) em 1973 no musical de Chico Buarque e Ruy Guerra Calabar. O espetáculo, após o ensaio geral para publico, foi proibido pela Censura Federal, estávamos em plena Ditadura Militar e teve sua estreia oficial adiada Sine-die. Mas fiz coisas antes e bem legais mas não tinha a carteira de trabalho assinada. Tenho o privilégio de ter ingressado no mercado profissional com a assinatura da Fernando Torres Diversões.
E na TV…qual foi sua primeira experiência?
Ciranda Cirandinha, um especial dirigido pelo Paulo José na Globo 1976. Deu origem a uma serie homônima e que também participei em um episódio. Foi o começo das Series Brasileiras e com elas a Globo se notabilizou modernizando a dramaturgia, novos autores, diretores e atores e formatos.
Sua participação em novelas, mini-series, filmes e programas humorísticos é extensa. Poderia citar alguns dos seus trabalhos?
Novelas na Globo; Eu Prometo da Janete Clair, Brilhante de Gilberto Braga, Um Sonho a Mais de Mário Prata, A Viagem de Ivani Ribeiro, Pecado Capital de Glória Perez, Corpo Dourado de Antônio Calmon. Na Rede Manchete: Mandacaru de Clóvis Levi.
Mini series: Hilda Furação de Gloria Perez, Tempos Dourados de Gilberto Braga. Velas de Sangue de Luis Antonio Piá (Record)
Seriados: A Justiceira , Plantão de Policia, Bronco (band) Caça Talentos, Mario Fofoca, O Bem Amado, Sitio do Pica Pau Amarelo.
Humor: Humor Livre, A Festa É Nossa, Zorra Total, Mario Fofoca. Sai de Baixo, Toma Lá da Cá.
Prefere fazer humor ou drama? O que é mais fácil, fazer rir ou chorar?
Fazemos um trabalho difícil sempre que é usar a si mesmo para doar se ao outro. Os gêneros não nos definem, nem nos aprisionam. Quem tenta fazer isso é a mídia que precisa identificar, classificar e mensurar suas informações. Podemos resultar cômicos, tristes, melancólicos, ridículos e sem sentido. Essa zona é onde está a arte.
Você participa no Programa Zorra Total (TV Globo) há quantos anos?
Desde o início dele em 2000 já estava lá recebendo oportunidades do Manga, do Sherman, Dudu Miranda e Vicente Burger.
O humor esta em alta, Como vê o crescimento de comediantes, principalmente stand-up?
Vejo pouco, deveria ver mais. Em temporadas em São Paulo pude ver novos comediantes e humoristas lotando bares, boites e teatros. Há uma resposta imediata de jovens ao stand-up justamente pelo alto teor de irreverência nas observações e textos. Curto muito assistir trabalhos fora do eixo oficial, como As Satyrianas no espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt em São Paulo. Procuro os pequenos espaços onde encontro experimentos e inquietações. Pelas pesquisas que faço observo mais o movimento no transcurso da historia, nas origens sobretudo. Estudo e leio constantemente os gregos e o Theatron fabuloso que eles criaram. A atualidade não me comove nem me atrai tanto como deveria. Trabalho há 25 anos na Escola Estadual de Teatro Martins Pena e ali eu me insiro no novo, no devir. Os jovens que ali vão são os conectores do aprendizado e renovação.
O humor não está meio apelativo?
O que é apelativo? Pra quem é apelativo? Se definirmos bem estas perguntas certamente vamos alinhar preconceitos, cristalizações e condicionamentos. A liberdade é incômoda, nos tira da zona do conforto e da acomodação.
Quais foram e quem são os mestres do humor?
Aqueles que te fizeram entender alguma coisa pelo riso, gargalhada e irreverências.
Qual a importância da comédia no decorrer dos tempos na sua opinião?
Teatro na concepção original é a festa cômica. Critica demolidora, denunciadora. A comédia confunde se com as historias das sociedades, culturas e países, tem enorme influência na população e gera perseguições políticas desde sempre. Nada mais ameaçador ao autoritarismo que um comediante. Fui expulso de salas de aulas por isso, diversas vezes.
Escreveu o livro Comédia, a Arte da Irreverência, onde conta sobre a história da comedia em parceria com a pesquisadora Raquel Vilela. Pode contar um pouco sobre essa obra?
Trata-se de um overview sobre a comédia através dos tempos num viés da contracultura. Pesquisas de muitos livros e autores, sintetizados numa leitura simples e informativa. Uma leitura ótima para qualquer pessoa curiosa. O mais relevante é que Raquel Villela foi minha aluna numa Oficina de Comédia na Cal (Casa de Artes Laranjeiras) e ela teve a ideia de fazer esta síntese em parceria comigo e a partir do que despertei nela sobre a importância da comédia. Raquel soube me escutar e andar sozinha em busca das pesquisas. Voltava a mim com o material e discutíamos novas orientações condutoras para o leitor. O viés da contracultura foi o instrumento de recorte que sugeri a ela usar. O resultado é interessantíssimo.
Você tem um imensa lista de filmes no seu currículo. Recebeu algum prêmio?
Tenho prêmios como ator, diretor de teatro, autor de roteiros e de produção cultural. Recebi honras que muito me emocionaram. Fui reconhecido desde meus primeiros trabalhos. Isto me faz refletir sempre. Olho a prateleira do meu pequeno escritório e os prêmios ali em repouso me interrogam constantemente. Tento responder.
De todos os filmes que fez, qual foi o que mais marcou?
República dos Assassinos de Miguel Faria, onde faço ousadamente um travesti . Foi realizado e lançado na década de 70 e causou muita polêmica pela ousadia. Era outro tempo e não havia o entendimento e liberdade de hoje.
Como foi atuar no filme O Segredo da Múmia? Demorava para fazer a caracterização? Incomodava?
Eu sugeri ao diretor Ivan Cardoso fazer este papel que é a mascara total. Significa atuar com o corpo todo mascarado. Achei o desafio muito interessante e foi bem difícil, mas muito divertido. O Oscar Ramos, diretor de arte e a Nina de Pádua construíam a múmia com gazes, tintas e enchimentos por todo o meu corpo. Levava horas e precisei de muito auto controle pra segurar o incomodo que era estar sob esta caracterização. Mas o resultado é hilário. Aprendi a meditar neste trabalho. Em cinema esperamos muito. A espera é uma arte, a arte de espreitar. Adoro este filme.
É verdade que você foi convidado para fazer o herói do filme, mas pediu para ser a múmia?
Fui convidado pra fazer o repórter que é o galã cômico do filme e que foi feito pelo Evandro Mesquita, está la a assinatura inconfundível do Evandro. Um barato que logo explodiu na banda BLITZ.
Onde foram gravadas as cenas do Egito?
Na Barra da Tijuca que na época era um grande areal. A montagem é brilhante em unir este areal com cenas autenticas das pirâmides no Egito. A trilha sonora grandiloquente do cinemão americano, que foi utilizado nesta cena, acaba por tornar tudo hilariante. Um achado este filme.
Este areal hoje é um condomínio e é onde moro! Ou seja moro sobre as ruínas do Egito Antigo.
Qual foi o maior sucesso de bilheteria?
Vários dos meus trabalhos foram bem de bilheteria. Nada excepcional, mas bem dignos. Na década de 80 o cinema brasileiro era campeão de bilheteria, ganhávamos até do cinemão americano.
Gostaria que falasse sobre a série de telefilmes RIONOIR, com a colaboração de grandes nomes.
Um projeto magnífico que é uma série de episódios dramáticos sobre o Rio de Janeiro quando ele anoitece. Reunimos um time expressivo de colaboradores e ainda estamos tentando viabilizar. O modelo do filme especialmente feito para Tvs, é ao meu ver um filão prodigioso. O Rio de Janeiro que é um balneário solar transforma-se quando suas cores anoitecem e as sombras fazem surgir personagens notívagos e surpreendentes. A cidade nua enquanto o dia não vem. O grande Chico Anísio me mostrou roteiros incríveis que nos inspiraram muito. Cininha de Paula é uma das realizadoras junto a Alexandre Moreira Leite da produtora MIDMIX.
Você participou de vários curta-metragem. Porque os curtas não tem espaço na mídia?
Tem sim. A internet, o Canal Brasil, a Rede Brasil, os festivais, as mostras, o circuito dos cines clubes. Pode não ter na mídia mais evidente, mas é referência nas alternativas. O cinema na sua origem é o short-movie. O longa vem depois, é consequência da Segunda Guerra Mundial quando precisamos de mais entretenimentos para esquecermos a tristeza e devastação. O cinema curto é fantástico. Chaplin, Buster Keaton, O Gordo e o Magro, Três Patetas, e tantos seriados e animações desenvolveram a indústria americana de cinema, por exemplo.
O cinema nacional melhorou muito, como você vê a situação cinematográfica no momento?
Há um panorama de produção com tendências claras e comerciais e há cinema independente disso, buscando sua originalidade. Há surpresas, repetições e maneirismos.
O que precisa melhorar?
O financiamento, a distribuição. Roteiros também.
Fale sobre o filme Réquiem Para Laura Martin. Quando sera a estréia? Ele vai participar de um Festival na França?
Estamos na competitiva de Saint Tropez e vamos estrear no Brasil em final de maio deste ano. É um roteiro que muito admiro do Paulo Duarte que também dirige o filme com Luiz Rangel. É a história de um grande artista construindo de maneira surpreendente sua obra. O filme tem uma linguagem belíssima e a cidade de Gramado (RGS), é um cenário magnífico para belas atuações do elenco. Claudia Alencar, Ana Paula Serpa, Carlos Mossy, Fernando Muniz e Luciano Szafir brilham neste filme de notável musicalidade, que foi premiado pela musica, interpretação da Claudia Alencar e direção de Paulo Duarte e Luiz Rangel.
Já participou de alguma produção internacional?
Fiz um filme canadense, um finlandês e um americano.
Tem algum diretor preferido?
Muitos. há muitos diretores admiráveis. Fellini, Passolini, Godard, Nelson Pereira dos Santos, Luis Carlos Lacerda, Oswaldo Caldeira, Miguel Faria, Hugo Carvana, Paulo Duarte, Mauricio Sherman, Jose Joffily, Emiliano Ribeiro, Leon Hirszman, Nelson Xavier, Daniel Filho, Roberto Talma, Cininha de Paula, Antonio Pedro, Amir Haddad, José Celso, Antunes Filho,Bergman, Kurosawa, Cassavetes, Orson Wells, Paulo Tostelines, Julia Cruz, Beto Mattos, Rogerio Sgarnzela, Ivan Cardoso, Reginaldo Faria, Roberto Faria.
No teatro foi premiado como diretor. Qual foi a obra que lhe valeu o prêmio?
Um espetáculo de texto alemão, A verdadeira Historia de AHQ, de Cristopher Heiner. Um espetáculo fantástico que construí com colaborações maravilhosas de Daniela Visco, Sergio Fonta e Paschoal Villaboim.
É autor de vários textos teatrais, inclusive do premiado Um taxi para Viena D´Austria. Qual a sensação de ver seu trabalho sendo reconhecido?
A sensação que me comuniquei e fui entendido. Que esta comunicação foi reconhecida e sobretudo incentivada.
Você é fundador do Centro Cultural Casa de Ensaio e do Centro Experimental Teatro Escola Cia da Solidão. Você atua em vários projetos, inclusive promovendo workshop onde aborda técnicas de interpretação para tv e teatro?
Uma busca constante de espaços e estudos para o desenvolvimento e aperfeiçoamentos do artista. O sentido da arte, suas intervenções e construções, suas ruínas esquecidas no tempo, a antropologia e a filosofia expandindo diálogos múltiplos unindo ciência, arte e humanidades. É minha grande aventura ao conhecimento. Tenho fome de conhecimentos, sou muito ignorante.
O que da mais prazer, atuar ou ensinar?
O prazer está em fazer, em inventar- se nos encontros. Nada mais prazeroso que os encontros que podemos ter nesta vida, neste lindo planeta.
Algum projeto em andamento?
Muitos. Um espetáculo de cordel com Moraes Moreira, o Comédia Futebol Clube que estou dirigindo pra a Cia Teatral Maria Bonita, um espetáculo com colegas e amigos do Zorra , um novo livro já bem adiantado e dois projetos de instalação de Centros Tecnológicos de Vivenciações artísticas que podem acontecer em cidades diferentes. Desenvolvo o aprendizado de Velejar na lagoa de Marapendi, na região que moro.
Terminamos por aqui…arigatou!
Vídeos com Anselmo Vasconcelos
Reportagem
Cleo Oshiro – Colunista Social
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