Aparelhamento partidário: praga comum até em Rondônia

Ora!, quem fala: Ivo Cassol, ele mesmo, apareceu nas manchetes dos principais veículos da mídia tupiniquim chamando delegado da Operação Carne Fraca de “irresponsável”.

Gessi Taborda
Publicada em 22 de março de 2017 às 23:36

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FILOSOFANDO

“Ciência sem religião é manca, religião sem ciência é cega.” ALBERT EINSTEIN (1879/1955), físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral ao lado da mecânica quântica. Ganhou o prêmio Nobel de Física em 1921.

HUMOR

Ora!, quem fala: Ivo Cassol, ele mesmo, apareceu nas manchetes dos principais veículos da mídia tupiniquim chamando delegado da Operação Carne Fraca de “irresponsável”. Deve ser humor negro ou não é o Cassol condenado pela Justiça e que mesmo assim consegue manter-se numa cadeira de senador. Será porque a mídia nacional nem perdeu tempo em registrar a ranhetice desse político rondoniense contra o integrante da Polícia Federal? Até parece um político acima de qualquer suspeita, né cara-pálida?

LIBERDADE

Não existe meia-liberdade. Já sofri nos longos anos de exercício do jornalismo diversas intimidações e tentativas de cerceamento e censura. Democracia de fato não pode conviver com censura, não pode aceitar decisão que fere a liberdade de informação, o sigilo da fonte, o direito à livre opinião, nem mesmo de um membro do judiciário.

Por acreditar piamente nisso me solidarizo com o blogueiro Eduardo Guimaraes, mesmo sem nunca tê-lo conhecido.

A acusação contra ele beira o ridículo. É acusado de ter antecipado notícia de uma operação que iria ocorrer, no caso a condução coercitiva de Lula. Correr atrás do “furo” é uma obrigação do bom repórter, do bom jornalista. Estaremos todos perdidos se no Brasil vir a prevalecer a ideia de que o jornalismo precisa de autorização para publicar matérias ou para antecipar ações de qualquer natureza.

DE BANDEJA

Kátia Abreu é uma das figuras de proa do PMDB no cenário nacional. Senadora pelo Tocantins, Kátia foi ministra da Agricultura no governo Dilma. Foi ela quem nomeou Gil Bueno de Magalhães, apontado agora como chefe da quadrilha da fiscalização dos frigoríficos no Paraná. Pois é, agora que o escândalo estourou com a Operação Carne Fraca, a senadora do PMDB confessou num mea culpa feito na tribuna do Senado que só nomeou o “bandido” para superintende da Agricultura por pressão política de seu partido. Disse mais: sabia que Gil respondia processos administrativos e mesmo assim não conseguiu demiti-lo, graças à enorme pressão da cúpula do PMDB.

Isso demonstra que a coluna não está – como dizem áulicos de Raupp – de marcação com o partido em Rondônia. Diante de tantos fatos transformando Raupp num personagem de destaque no noticiário da corrupção, não dá mesmo para maquiar a realidade, tapando o sol com a peneira.

MEMÓRIA

O aparelhamento partidário nas nomeações do serviço público não é privilégio só dos outros estados. É só puxar um pouquinho pela memória para lembrar que no segmento da Agricultura tivemos aqui também as nomeações esdruxulas. Ou será que já se esqueceram da temporada de “Cambuquira” no comando da agência da Agricultura rondoniense, graças ao empenho de um deputado federal peemedebista de Ariquemes... E deu denúncias de desvios e incongruências que, pelo visto, nunca foram apuradas.

O PROBLEMA

Os governantes e seus aliados políticos são sempre o problema. No caso da carne e de tantas outras maracutaias existentes por ai. Cargos e mais cargos (principalmente os de proventos mais altos) são distribuídos por acordos políticos quando deveriam ser estritamente técnicos.

Foi assim num período petista, até em órgãos eminentemente técnicos (não é o caso do Sivam) convertidos em reserva de domínio para as indicações de conveniências partidárias. Isso não acabou. Se algum órgão do controle externo resolver atuar, puxando o fio da meada vai descobrir que mesmo em instituições que deveriam ser as primeiras a cumprir os preceitos republicanos o loteamento político-partidário é um fato.

DOIS ANOS

Operação Carne Fraca: Foram dois anos de investigações e mais de mil policiais federais para autuar 21 dos 4.837 frigoríficos nacionais, dos quais foi preciso interditar três, responsáveis por menos de 2% da produção brasileira de carnes; dos 11.300 funcionários do Ministério da Agricultura, 33 foram afastados. E os 21 frigoríficos colocados sob fiscalização especial exportaram, em 2016, US$ 120 milhões. No total, 0,89% das exportações brasileiros de carne.

COISA ERRADA

Continuo torcendo em favor do sucesso de Hildon Chaves como gestor de Porto Velho e como um debutante capaz de dar nova vida às ações políticas. Os motivos são simples: a capital rondoniense não pode continuar vítima de prefeitos desastrados, corruptos e incompetentes como os gestores antigos. Hildon é a síntese dessa esperança de vermos o resgate das nossas mais singelas aspirações.

Mas o novo prefeito precisa se cuidar para não cair nas mesmas esparrelas políticas de seus antecessores. Novo no ramo não pode deixar de ouvir as vozes das ruas ou até mesmo de seus aliados de verdade. Há coisas erradas nessa nova gestão que precisam ser consertadas antes de virarem um problemão incontrolável.

ALERTA

Uma pessoa que teve papel preponderante na vitoriosa campanha do prefeito faz um alerta a Hildon, em sua coluna que está nos principais sites da rede social. Para aquele que foi o marqueteiro de Hildon Chaves é hora de fazer uma sintonia fina na nova administração.

Quem sabe se acertar o passo do pessoal do primeiro escalão o prefeito continue sendo credor do enorme apoio que ainda detém. Erros primários, capazes de ser sanados por simples vontade política, não tem justificativas para continuar indefinidamente.

A manutenção do sistema decrépito das praças e vias públicas ocupadas pelo comércio clandestino é apenas um desses erros, assim como a manutenção do transporte nas mãos do “SIM” de forma que nem é mais emergencial e nem regular.

É DE ASSUSTAR

Uma dessas pesquisas para consumo interno dá bem a dimensão das incertezas envolvendo a disputa eleitoral de 2018. De acordo com o que se ouviu ontem numa fonte do setor político, a principal barreira que nomes até então tidos como imbatíveis será o alto índice de rejeição. É cada vez maior o número de eleitores que não aceitam votar de jeito nenhum nos medalhões do palco político rondoniense.

FANTASMAS

Valdir Raupp aparece indignado com as denúncias de “funcionários fantasmas” rondando seu gabinete em todos os canais de TV do país. Não sei por que o piti do senador não me comove enquanto martela na minha cachola aquela frase de livro antigo: “nada de novo no front da política” com os “fantasmas” e “gafanhotos” sempre presentes nas maquiadas folhas onde cabos eleitorais e outros serviçais de políticos deitam e rolam até que algum órgão de investigação decida mexer o doce. Será que com toda essa ciranda infernal o resultado de 2018 ainda vai dar na pior?

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