Apesar de alerta da Defesa Civil, ribeirinhos permanecem em áreas alagadas em Ji-Paraná
As chuvas nas regiões de Alvorada do Oeste, Urupá e Mirante da Serra contribuem para ocorrer enchente em alguns pontos de Ji-Paraná
Apesar do crítico momento do período chuvoso amazônico, forte indicativo de inundação e enchente, moradores que residem às margens dos rios Urupá e Machado insistem em não deixar as residências, conforme orientações da Defesa Civil de Ji-Paraná.
O aposentado Salvador Miranda da Silva, 69 anos, é um dos exemplos. O imóvel dele já está tomado pela água nas partes externas e apenas meio metro isola a edificação da área alagada, localizada na rua de acesso à unidade do Corpo de Bombeiros.
“Moro há 32 anos no mesmo endereço e já enfrentei seis grandes enchentes. Não pretendo me mudar, ainda que temporariamente. Pela experiência sei que esse ano a água não vai entrar na minha casa porque o carnaval já passou” disse Salvador Miranda, amparado pela vivência, que o período mais provável para acontecer enchente deveria ter ocorrido na semana passada, ocasião das festas carnavalescas.
Salvador Miranda é testemunha dos alertas expedidos pela Defesa Civil por meio do Corpo de Bombeiros sobre a importância de não correr riscos permanecendo no imóvel alagado. “Fui avisado sim, mas só saio de casa se a água subir muito e entrar nos cômodos”, declarou o aposentado.
Ribeirinho permanece em sua moradia, apesar dos alertas
“Até o mês de abril é possível que os rios ainda transbordem e provoquem enchentes. Estamos em alerta e notificando os moradores que vivem em áreas de risco. Nossa orientação é que estes ribeirinhos deixem os imóveis enquanto a água não invade por completo, pois assim o resgate se torna mais rápido e eficaz”, explica comandante do Corpo de Bombeiros de Ji-Paraná, capitão Dos Santos.
Na manhã de segunda-feira, a régua no rio Machado marcou 10,71 metros de água no leito do rio nas imediações do Corpo de Bombeiros. “Em 2014, aos 10,50 metros, já tínhamos registro de desabrigados no bairro Primavera”, lembra o comandante, ressaltando que o muro de contenção feito na praça do Beira Rio Cultural favoreceu a vazão d’água no leito do rio Machado evitando alagação comum naquele local.
RISCOS
“O perigo em permanecer nos imóveis em áreas já alagadas e propensas a alagar é recorrente. Orientamos as famílias que vivem nesse ambiente a deixarem imediatamente a residência, pois além de estarem sujeitas a perder bens, há risco de contraírem doenças e, ainda, serem picadas por animais peçonhentos”, alerta o comandante. dos Bombeiros.
Ao marcar 10,50 metros, a régua no rio Machado é um indicador ao Corpo de Bombeiros para notificação aos ribeirinhos
Com os transbordamentos dos rios Urupá e Machado estão na rota de prováveis desabrigados, os moradores ribeirinhos dos bairros Centro, Casa Preta, União e Urupá, no 1º Distrito; e, Duque de Caxias, São Francisco e Primavera, no 2º Distrito.
“É pertinente que os ribeirinhos acolham as orientações das autoridades, no caso o Corpo de Bombeiros, evitando transtornos futuros”, reforçou o secretário regional de Governo em Ji-Paraná, Everton Esteves, que acompanhou de perto uma das ações do Corpo de Bombeiros nas orientações aos moradores das margens dos rios.
O volume d’água no rio Machado vem mantendo o nível médio há três dias, porém caso ocorra chuvas regulares nas regiões de Cacoal, Pimenta Bueno e Rolim de Moura os riscos de enchentes aumentam.
As chuvas nas regiões de Alvorada do Oeste, Urupá e Mirante da Serra também contribuem para ocorrer enchente em alguns pontos de Ji-Paraná. É que os rios dessas regiões são afluentes do rio Urupá, que por sua vez tem a foz no rio Machado.
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