Artigo: “Vale sombrio”, por Andrey Cavalcante
E está nesta campanha a oportunidade de demonstrar a intenção de aplicar, na prática, tais aspirações. Princípio filosófico que aborda os fundamentos da moral e dos valores que regem a conduta humana subjetiva e social, a ética é o parâmetro para avaliar ações benéficas ou prejudiciais à vida na sociedade e no mundo.
"A experiência humana não seria tão rica e gratificante se não existissem obstáculos a superar. O cume ensolarado de uma montanha não seria tão maravilhoso se não existissem vales sombrios a atravessar". Usei a referência à escritora e ativista social americana Helen Adams Keller, falecida em 1968, na solenidade de recepção aos novos advogados realizada na sede da OAB Rondônia. Modelo de determinação, Helen Adams dedicou a vida à luta em defesa das pessoas com deficiência, confiante na capacidade humana de atravessar cada vale sombrio. Era cega e surda.
Foi uma referência ao discurso que proferi no dia anterior, na saudação aos candidatos ao governo de Rondônia, na abertura do ato público, patrocinado pela OAB, em defesa da ética na política. E do combate ao caixa dois e à corrupção eleitoral, já tradicionalmente promovido pela Ordem em todo o país. Citei o senhor comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, na ordem do dia em comemoração do Dia do Soldado, em 19 de julho. Em suas palavras - quase um desabafo - o general lamentou a aguda crise moral que retarda o crescimento e compromete o futuro do país.
Ele literalmente reverberou o que eu houvera dito, em defesa da ética e contra a corrupção, a 19 de maio de 2017. Falei então sobre a dramática situação vivenciada pelo país, que evidencia de forma inequívoca e clara a necessidade de mudanças drásticas na condução dos destinos da nação. Adverti que estamos envenenados por práticas imorais em absolutamente todos os níveis de governo, com raríssimas exceções. E sentenciei: Não é uma crise sazonal, episódica ou pontual. Não é uma crise ética ou moral, porque ética e moral há muito infelizmente deixaram de existir não apenas no dicionário governamental, mas em praticamente todos os demais setores da vida nacional.
Reafirmei a necessidade de apagar esse quadro insalubre. É preciso começar de novo, estabelecer um marco zero. É inconcebível que o país seja forçado a viver à deriva, sempre na expectativa de um novo escândalo. É fundamental que os dirigentes se apiedem da população, que não suporta mais tamanho descalabro. Tanta ignomínia. Tanta humilhação. Tanta vergonha! Chamei também a atenção para a incorporação de qualificativos como honestidade, ficha limpa e ética terão nestas eleições, entre os valores considerados fundamentais pelos eleitores para a seleção dos candidatos.
Isso ficou evidenciado em pesquisas, insuspeitas porque destinadas à orientação de investidores, do Instituto de Pesquisas Sociais (Ipespe), o mesmo que registrou índices de 0,6% de confiança da população no Congresso e 0,2% nos partidos políticos. Equivale dizer que tais valores adquirem sentido prático ao serem incorporados às demandas e aspirações do cidadão. Estão acima e além da fugacidade e vulgaridade retórica dos palanques. E está nesta campanha a oportunidade de demonstrar a intenção de aplicar, na prática, tais aspirações. Princípio filosófico que aborda os fundamentos da moral e dos valores que regem a conduta humana subjetiva e social, a ética é o parâmetro para avaliar ações benéficas ou prejudiciais à vida na sociedade e no mundo.
Deveriam andar de mãos dadas em um mundo idealizado. E, obrigatoriamente, meta de todos os que operam no ramo da política.
Um governante que disso se afasta se distancia também da autoridade para cobrar o mesmo do cidadão, ou mesmo puni-lo quando algo for descumprido, pois não há legitimidade em uma política que não segue os princípios da ética. É importante salientar que a guarda de tais valores é responsabilidade histórica da OAB, em defesa da cidadania, do estado de direito, da constituição e dos ideais democráticos. Responsabilidade agora compartilhada com cada um dos novos advogados e advogadas para que possamos, todos juntos, ajudar o país a atravessar esse vale sombrio.
É, claro, um dever que vem acompanhado das prerrogativas dos advogados, do integral apoio que a OAB lhes oferece como suporte, experiências e novos conhecimentos, através de cursos e palestras permanentemente disponibilizados. Terão igualmente à sua disposição os coworkings - escritórios compartilhados - e salas de apoio na capital e em todo o interior do estado. Inclusive a sala agora inaugurada no CPA e Tribunal de Contas, algo inédito no país. Poderão contar com os benefícios da Caixa de Assistência dos Advogados de Rondônia - Caaro, das dezenas de comissões setoriais e da Escola Superior da Advocacia. Além de nossa mais recente conquista, a Universidade da Advocacia, em forma de plataforma digital (www.universidadedaadvocacia.com.br) e inédita no país, idealizada pelo conselheiro federal e ouvidor nacional da OAB, Elton Assis. Toda essa estrutura, colocada à disposição dos advogados, visa capacitá-los a oferecer o melhor da OAB ao cidadão e à justiça.
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