Assembleia começa com sinais de harmonia e diálogo com Executivo

É o que todos queremos, enfim: um governo sério, que combata a  corrução e que realize o que prometeu e uma Assembleia que trabalhe duro, que crie leis importantes, que fiscalize o Executivo e que o faça trabalhar. Se isso ocorrer, todos terão cumprido seu papel. 

Sergio Pires
Publicada em 19 de fevereiro de 2019 às 10:32
Assembleia começa com sinais de harmonia e diálogo com Executivo

A Assembleia Legislativa abre suas portas oficialmente, a partir desta terça dando início à vigésima legislatura. Comandada pelo presidente eleito por 23 dos 24 votos, ela começa um novo momento de atuação, quando recém assumiu também o novo governo. Laerte Gomes  está no comando Chega ao posto com um currículo invejável na política rondoniense. Político experiente, o tucano que gosta de dialogar, mas que também é duro na conversa, quando tem que ser, foi prefeito e se reelegeu deputado com expressiva votação, chegando à presidência com apoio da quase totalidade dos seus pares, prometendo uma Assembleia recheada de muito trabalho, de convivência harmoniosa entre os poderes e de um  único alvo prioritário: aquele que apontará os interesses maiores da coletividade estadual. Na abertura, Laerte vai dizer isso e vai falar também sobre os rumos que o parlamento deve seguir, trabalhando unido e em harmonia com o governo e demais poderes, mas sempre ressalvando sua independência. Não se sabe ainda se ele anunciará, ainda na sessão festiva, algumas medidas que pretende tomar, como, por exemplo, criar uma CPI para abrir a caixa preta do Detran; suas taxas e emolumentos exagerados e as diárias que chegaram a mais de 4 milhões de reais, apenas no ano passado. A sessão de abertura terá a presença do governador Marcos Rocha, que lerá sua mensagem de abertura do ano legislativo, o que é tradição nas relações dos poderes. Ele vai falar sobre varias questões do Estado e convidar os deputados a trabalharem unidos com o Executivo, na busca de soluções para os graves problemas que enfrentamos, ainda mais nesse momento que ele chamará de “economia tão apertada”. Rocha vai dizer que gostaria de trabalhar junto com a Assembleia, “como se fossemos todos uma equipe, para atender os anseios da nossa população”.

A verdade é que, nesse momento, é clara a boa vontade de um relacionamento fácil e recheado de diálogo entre as duas partes. Houve sim alguns momentos de tensão, nesse mês em que Rocha assumiu, por conta de alguns dos seus assessores, que se achavam muito importantes, ao ponto de não receberem deputados ou, para os receberem, só com reunião agendada. O próprio Governador cortou esse barato, reuniu seu time e vários parlamentares, abriu as portas do governo ao parlamento e a crise, que parecia estar se formando, foi logo dissipada. É claro que haverá rusgas, desacordos, discussões, debates e   interesses contrariados. É assim a essência de um regime democrático, com poderes independentes. Mas o que se pode dizer, ao menos numa leitura de hoje, dentro do quadro que está desenhado, é que há muito boa vontade dos dois lados de trabalharem juntos pelo bem do rondoniense. É o que todos queremos, enfim: um governo sério, que combata a  corrução e que realize o que prometeu e uma Assembleia que trabalhe duro, que crie leis importantes, que fiscalize o Executivo e que o faça trabalhar. Se isso ocorrer, todos terão cumprido seu papel. 

CORRIDA FEDERAL CONTRA O AUMENTO

Liderada por Lúcio Mosquini, mas com participação intensa de todos os demais membros, a bancada federal rondoniense entra de sola na briga contra o abusivo aumento das contas de energia elétrica em Rondônia. Uma agenda cheia está preparada apenas para tratar desse tema. Começa nessa terça, a partir do início da tarde, com uma reunião dos onze rondonienses (os três senadores e os oito deputados federais), com a direção da Aneel. No encontro, os parlamentares vão registrar novamente o protesto contra o que chamam de aumento exagerado nas contas de energia, o que pode inviabilizar financeiramente milhares de famílias. E pedir que o reajuste seja suspenso. Ainda à tarde, outra reunião, também com a presença de representantes do Governo do Estado, será realizada na própria Câmara Federal, para ampliar as discussões. Nesta quarta de manhã, a partir das 10h, o grupo de políticos recém eleitos (e os reeleitos), vai se encontrar com o ministro do TRF 1, que relatou o processo e sugeriu a autorização para o reajuste. Novamente será explanada a situação dos rondonienses, principalmente os de menor poder aquisitivo, mas também de todas as classes, que estão sofrendo grandes prejuízos com os reajustes, que, em muitos casos, beira os 100 por cento, já que estão sendo cobrados também percentuais dos meses em que os valores a mais tinham sido impedidos de cobrança, por decisão liminar da Justiça. Ainda na quarta à tarde, a agenda aponta encontro com o Ministro das Minas, o Almirante Bento Albuquerque. O grupo federal ainda tenta marcar reunião com o chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni e irá ao presidente Jair Bolsonaro, se possível, levar os pleitos dos rondonienses. Vamos ver no que vai dar todo esse esforço. 

GASTO DAS MULHERES SOB INVESTIGAÇÃO

O caso de mulheres/laranjas, que está  causando grandes danos ao PSL nacional do presidente Jair Bolsonaro, a ponto de queimar seu ministro, amigo e presidente do partido, Gustavo Bebbiano, foi registrado em vários estados brasileiros. Inclusive aqui em Rondônia, onde o assunto está sendo investigado pela Justiça Eleitoral.  E não só no PSL, como em vários outros partidos. As cotas do financiamento público de campanha teoricamente gastos com candidaturas femininas, estão sob os olhos atentos do Judiciário. Em Rondônia,  há vários casos sendo investigados com lupa, pelo Ministério Público Eleitoral. Em Porto Velho, pelo menos duas mulheres (também não são do PSL), já foram ouvidas na Justiça Eleitoral, denunciando que seus nomes foram usados na campanha, o dinheiro foi encaminhado mas, para elas, tudo foi um engodo. Elas sequer teriam sido consultadas para participar da eleição e muito menos conhecem alguém do partido pelo qual foram lançadas. Há denúncias também vindas do interior, que estão sendo analisadas, caso a caso, para se saber se houve mesmo irregularidades e, se as houver, que permita iniciar processos contra os partidos que as promoveram. É rolo dos grandes, que ainda vai dar muita dor de cabeça.

VEM AÍ UMA NOVA ENCHENTE

As chuvas não param. Em todo o Estado, o Rio Madeira, na Capital, até essa segunda, estava prestes a sair do leito. Já há áreas mais baixas, como no bairro Nacional, em que a situação já é de enchente. A Estrada do Belmont, por exemplo, por ser interrompida a qualquer momento, tomada pelas águas em vários trechos, o que prejudicaria substancialmente o abastecimento de combustível na Capital e cidades próximas, caso não haja uma ação urgente do DER. Em vários trechos da BR, entre Ariquemes e Cacoal, o perigo está implantado. Já caiu uma barreira em Ariquemes, numa ponte que está sendo utilizada provisoriamente e próximo a Cacoal, no Riozinho, a água começa a passar por sobre a rodovia. Vários trechos estão tomadas pelas águas. Os rios não param de subir na região, Em Ji-Paraná, o rio Machado transbordou e já desalojou as primeiras famílias.  Há perigo real de que tenhamos novamente uma grande cheia em Rondônia e em Porto Velho. Não igual àquela tenebrosa, de 2014, mas igualmente com potencial para atingir milhares de pessoas e causar destruição. Mal nos recuperamos daquela que foi a cheia do século e já estamos na iminência de sofrer outra. Não está fácil para o porto velhense e para o rondoniense viverem nessas temporadas das chuvas amazônicas. E ainda tem mais dois meses de chuvaradas intensas...

ANYSIO PODE SER O NOME DO DEM

O Democratas pode estar preparando uma surpresa para 2020, em relação à disputa pela Prefeitura de Porto Velho. O partido que hoje, no Estado, tem como principal líder o senador recém eleito (campeão de voto,) Marcos Rogério, está alinhavando a possibilidade de lançar o nome do historiador e personagem dos mais conhecidos na Capital, Anysio Gorayeb, para entrar na briga pela sucessão de Hildon Chaves. O próprio Anysio não confirma nada, apenas ouve o que anda circulando nos meios políticos e dentro do próprio partido. Mas não refuga a ideia, o que significa que, lá na frente, pode até aceitar o desafio. O DEM estaria programando a realização de uma pesquisa, para as próximas semanas, para avaliar a situação de uma eventual candidatura do seu possível candidato. O assunto já e voz corrente no partido e em reuniões onde a sucessão municipal faz parte do cardápio. Anysinho, como é chamado pelos amigos, chegou a ensaiar uma candidatura a deputado estadual, mas depois desistiu da ideia. Agora está sendo tentado a pilotar uma candidatura à sucessão de Hildon. Há pouco menos de dois anos da eleição, a disputa em Porto Velho já está na pauta. 

QUEBRADEIRA NA PREVIDÊNCIA

Tem solução a previdência? Só milagre mesmo. Por exemplo: em nove estados brasileiros (ainda bem que Rondônia não esta nessa conta trágica), há nove servidores aposentados, para cada dez que ainda estão na ativa. Isso mesmo! Não por coincidência, entre eles estão estados totalmente quebrados, inviáveis economicamente, pelos enormes gastos com o funcionalismo e seus aposentados: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Ceara, São Paulo e Pernambuco também entram nessa seara. E a tendência é piorar. Em 2005, por exemplo, de cada 100 servidores na ativa, havia 58 aposentados ou pensionistas. Essa proporção saltou, em 12 anos, para quase 10 por um, ou seja, dez trabalham e nove estão em regime de aposentadoria, segundo dados oficiais da Previdência Social. Aliás, os sistemas de pagamento das aposentadorias e pensões estão prestes a quebrar na maioria dos Estados brasileiros. O Iperon, por exemplo, tem condições de pagar seus pensionistas até 2020. A partir daí, não haverá mais segurança alguma de que os pagamentos serão feitos normalmente. Ou seja, mesmo com todos os cuidados e com as mudanças estruturais, Rondônia pode entrar no mesmo time dos institutos de previdência quebrados. Imagine-se então os outros Estados, como estão. Terror puro, para quem trabalhou a vida toda e não saberá se vai receber sua aposentadoria.

BRS SEM CONTROLE POR RADARES

A BR 364, em toda a sua extensão, está livre para que os motoristas excedam a velocidade e cometam as loucuras que têm cometido no trânsito, porque não há qualquer controle sobre esperando por nova concorrência pública para que os radares de velocidade voltem a funcionar. Não há qualquer sistema em funcionando. Incluindo aquele maluco, na BR 319 (avenida a  Jorge Teixeira, dentro da zona urbana de Porto velho), em que a velocidade máxima permitida é de 30 quilômetros por hora, próximo à rótula com a avenida Migrantes. Quem circula pelas rodovias federais brasileiras (com exceção das que já estão privatizadas) anda  sem qualquer fiscalização. A não ser a feita pela Polícia Rodoviária Federal, que ainda tem como utilizar seus próprios radares móveis, atualmente a única forma de ficar  de olho no caótico trânsito nas BRs rondonienses e brasileiras. Até que situação seja normalizada e que o novo contrato seja efetivado – o que pode demorar ainda longo tempo – a maioria das estradas federais brasileiras estará ao Deus dará, em relação ao controle de velocidade por radares.

PERGUNTINHA

O vexame  que exportamos para o mundo, no domingo, com a  briga por beleza de dirigentes de Vaco da Gama e Fluminense (tudo com aval da Justiça) contra o torcedor brasileiro, não deixou você, amante do verdadeiro futebol, revoltado com o que anda acontecendo em nosso país? 

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