Assembleia Legislativa realiza audiência pública para discutir privatização da Eletrobras Rondônia

​​​​​​​Funcionários da empresa são contra proposta de privatizar a central elétrica.

Assessoria
Publicada em 05 de março de 2018 às 15:20
Assembleia Legislativa realiza audiência pública para discutir privatização da Eletrobras Rondônia

A Assembleia Legislativa realizou, na manhã desta segunda-feira (5), uma audiência pública para discutir junto aos servidores e autoridades a privatização da Eletrobras Rondônia, antiga Ceron, e da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd). 

O deputado Jesuíno Boabaid (PMN), presidente da audiência, afirmou que foi procurado por representantes dos sindicatos dos trabalhadores das empresas. “Eles falaram dessa demanda e por entender que essa discussão é de interesse da população rondoniense nós convocamos essa audiência”, destacou.

Apesar de atender a reivindicação popular, o parlamentar lembra que decisões como a privatização da Ceron são de condão federal, tendo de ser discutido com os representantes de Rondônia nas bancadas federais.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Rondônia (Senge), Adenir Cunha, fez uma apresentação onde mostrou levantamentos feitos pelo sindicato indicando a porcentagem de reclamações feitas para empresas privadas que cuidam da energia de outros Estados brasileiros.

“Nos dados levantados se observou que os indicadores financeiros das distribuidoras privatizadas melhoram em relação aos das públicas, gerando mais valor para seus acionistas. No entanto não há evidência de que a privatização impactou na melhoria dos indicadores técnicos ou na qualidade do serviço”, relatou Adenir.

Ele lembrou que, além do aumento do valor do serviço, a maior crítica da classe de trabalhadores é a venda da Ceron pelo valor de R$ 50 mil. “Nós queremos que a Assembleia, junto ao Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal busquem assegurar, através de medidas legais e cabíveis, que o processo de privatização não represente nenhum prejuízo ao consumidor ou represente a demissão em massa de empregados da empresa”, destacou.

Nailor Guimarães, presidente do Sindicato dos Urbanitários (Sindur), agradeceu ao deputado Jesuíno pela proposição da audiência e disse que a privatização é uma decisão errada do governo, que trará uma perda inestimável ao Estado. “A Ceron, em 2016, teve uma renda bruta de R$1,6 milhões e o Estado quer entregar a empresa por R$ 50 mil. Com esse projeto a energia vai aumentar muito e não caber no bolso do cidadão”, afirmou.

Francisco Kelven, responsável pelo Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), disse que a privatização fará com que o conjunto da população pague a conta. “A dívida é com a própria Eletrobrás, de investimentos, e o governo do Estado não defende a empresa, nem a Ceron e nem a Caerd”, citou.

Waldemar Cavalcante, representante da Casa Civil e do governador, afirmou que o maior problema, quando o assunto é a privatização, são os funcionários da Ceron e da Caerd. “São pessoas que não entraram na empresa pela janela”, enfatizou. Ele disse que deve haver um cuidado nas falas quando não se tem informações concretas.

“Não posso afirmar aqui se a privatização vai ser boa ou ruim. Não sei como estão pensando em fazer essa privatização, nem tenho dados quantitativos para saber se isso é negativo ou positivo. Me disponho a ajudar a sensibilizar a bancada federal, independentemente do que acontecer”, completou.

O representante da Eletrobrás, Edson Ramos ressaltou que a fala dos sindicatos sobre o aumento na tarifa de luz é real, mas que o acréscimo já ocorreu e justamente por conta do processo de privatização. “Eu só preciso refletir o que está em documento e o que é de domínio público. Não cabe a mim dizer se é bom ou ruim, mas é fato. Concordo com o Jesuíno quando ele diz que é uma discussão de âmbito político e que precisa acontecer”, acrescentou.

O deputado Léo Moraes (PTB) afirmou que deverá ser aberta uma nova discussão para maiores explicações. “O foco aqui é que se evite a entrega de uma empresa do povo por um valor tão irrisório”, especificou.

Por fim, Jesuíno encaminhou um ofício para ser aprovado na sessão desta terça-feira (6), solicitando uma audiência pública com realização em Brasília para que o assunto seja discutido no âmbito federal.

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