Final de tarde de terça-feira. Vereadores apostos. Estava tudo pronto para o plenário votar o Projeto de Lei que dispõe sobre o Plano Plurianual, para quadriênio 2018/2021, exceto por um detalhe: o projeto estava errado. O conteúdo do CD era diferente do material impresso. Parece que alguém resolveu engolir alguns dispositivos. A lambança, protagonizada pela assessoria técnica do prefeito Hildon Chaves, foi descoberta pela vereadora Ellis Regina, primeira secretária da Mesa, minutos antes de começar a votação da matéria. Por causo disso, a Câmara precisou adiar a discussão para hoje, quarta-feira, a partir das 14h.

Ninguém falou em má-fé, mas se não pode negar que ficou um forte cheio de desconfiança no ar. O vereador Jair Montes disse que estava em seu segundo mandato e nunca tinha visto algo parecido. A trapalhada me fez recordar o quinquênio.  Em fevereiro deste ano, o prefeito enviou à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei Complementar alterando a estrutura organizacional da prefeitura. A maioria dos parlamentares votou pela aprovação do projeto, consciente de que estava ajudando o prefeito a modernizar a máquina oficial e torná-la mais eficiente.

Logo, os vereadores perceberem que tinham caído numa arapuca, armada, até hoje, não se sabe por quem. Verdade é que alguém colocou escondidinho entre os mais setenta artigos do projeto um dispositivo que acabava com o quinquênio dos servidores. A notícia caiu como um torpedo na cabeça da categoria. Depois de muito puxa-encolhe, o prefeito acabou cedendo e devolveu o quinquênio aos seus legítimos donos. Ufa! Que alívio!

Antes de terminar a sessão, o vereador Alan Queiroz pediu desculpas aos colegas pelo mal-estar, garantindo que o problema já havia sido corrigido pela assessoria técnica e que os dois projetos do executivo estavam prontos para serem votados na quarta-feira. Como líder do prefeito, Alan tem descascado um abacaxi atrás do outro.

Já disse (e repito) que doutor Hildon Chaves não me parece ser uma má pessoa. Suas atitudes são de alguém que quer o melhor para sua cidade, mas, a cada dia, fica mais evidente que tem gente dentro da administração municipal remando contra, trabalhando para puxar-lhe o tapete.