Até ratos dentro do bebedouro em uma unidade de saúde do interior: É o lado trágico do serviço público

O problema é que, no serviço público brasileiro, no geral, o norte, lamentavelmente, tem sido a péssima gestão, a ignorância e o desprezo pelo dinheiro público. Parece mesmo que estamos num abismo sem fim.

Sergio Pires
Publicada em 11 de dezembro de 2018 às 08:37
Até ratos dentro do bebedouro em uma unidade de saúde do interior: É o lado trágico do serviço público

A ineficiência do serviço público é notória. Trágica. Uma lâmina de guilhotina sempre ameaçando cortar a cabeça dos gestores, porque já o faz todos os dias com os pobres cidadãos e cidadãs, que apesar de pagarem os maiores impostos do Planeta, nesse País têm o pior retorno de tudo o que investem. A cobrança tem sido grande e os órgãos de fiscalização têm feito o que podem, com a estrutura que possuem, para tentarem ao menos amenizar o sofrimento da população/contribuinte, que recebe um pacote de serviços cada vez pior, infelizmente e na maioria dos casos, ressalvando-se as exceções de sempre. Os exemplos que confirmam esse introito são constantes e atingem milhões de brasileiros, todos os dias. Alguns deles, também aqui em Rondônia, relatados pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Edilson Silva, que participou no último final de semana do programa Papo de Redação, com os Dinossauros da TV, são de arrepiar todos os cabelos e deixar a gente desesperançada. Ao conversar com Everton Leoni, Beni Andrade, Jorge Peixoto e Sérgio Pires, o presidente do TCE fez relatos que parecem ser tirados de livros de ficção, embora, infelizmente, sejam a mais absoluta verdade. Do flagrante de médicos que recebem seus salários como se estivessem atendendo normalmente, embora morem em Manaus a episódios em que foram descobertos ratos dentro de um bebedouro numa unidade de saúde; a falta de medicamentos em postos, apenas por má gestão: ao abandono da população à sua própria sorte, os fatos relatos por Edison Silva são de deixar as pessoas sérias e decentes, que pagam religiosamente seus pesados impostos, a beira do desespero e das lágrimas. 

O Tribunal de Contas tem feito sua parte. Tem fiscalizado, cobrado, dado cursos, orientações, coordenadas. Mesmo assim, continua recebendo, para análise, projetos sem pé nem cabeça, faltando informações cruciais, alguns quase infantis. Quando o TCE não os aceita, ainda é criticado. Quando condena e pune prefeitos e gestores, é considerado exagerado. Mas, flagrando apenas uma pequena parte das falcatruas, roubalheiras, sacanagens e outros erros grosseiros, alguns não feitos com o intuito de desviar dinheiro público, mas apenas por incompetência e burrice mesmo, o TCE consegue evitar que milhões e milhões de reais sejam jogados no lixo ou para bolsos ladrões. Edilson Silva e seus companheiros fazem tudo o que podem para cumprir bem seu papel. Outros órgãos de fiscalização também o fazem. O problema é que, no serviço público brasileiro, no geral, o norte, lamentavelmente, tem sido a péssima gestão, a ignorância e o desprezo pelo dinheiro público. Parece mesmo que estamos num abismo sem fim. O TCE e seu árduo trabalho, contudo, nos dizem que ainda há uma luz no fim do túnel.

MALAS FECHADAS, AGENDA LOTADA

Enquanto você, leitor, estiver lendo essas mal traçadas linhas, nosso Governador eleito e sua família começam a preparar o fechamento das malas, a confirmação das passagens e os projetos para aproveitar as últimas horas de folga antes do retorno a Porto Velho e à fervura do “esquenta” antes da posse dele. A chegada está prevista para a madrugada desta quarta e, já durante o dia, uma pesada agenda o aguarda. O Coronel que vai comandar o Estado a partir de janeiro, chega depois de participar, ao lado da sua esposa, dona Luana, como convidado pessoal do amigo, da diplomação do presidente eleito Jair Bolsonaro, nessa segunda, em Brasília. E logo ao chegar,  terá sucessivas reuniões com membros da sua equipe de transição, durante o restante da semana e receberá também empresários e lideranças de vários setores, com quem discutirá futuras ações da sua administração. Os encontros, a partir de agora, estão agendados inclusive para os finais de semana. Só um exemplo: a agenda do Governador eleito para o sábado, dia 15, já estaria totalmente lotada de compromissos. A maior de todas as expectativas agora é para o anúncio do secretariado, que está programada para o dia 18, mas que poderá ser antecipada ou postergada, por decisão de Rocha. Agora, o relógio voa até a posse...

ELEIÇÃO EM PIMENTA BUENO

A população de Pimenta Bueno foi às urnas e confirmou, nelas, que o PSL e Jair Bolsonaro é que estão por cima na política. É neles que o eleitor está depositando suas maiores esperanças, sonhando que só assim as coisas realmente possam melhorar. Exagero? Basta apenas ver os números da disputa pela Prefeitura da cidade, a um mandato tampão de dois anos, para saber o que está se tentando dizer. O candidato do PSL, aliado a Marcos Rocha e a Bolsonaro, praticamente não precisou fazer campanha, para ganhar a eleição com quase  84 por cento dos votos válidos. Foi moleza a vitória para o Delegado Araújo, que nem precisaria sair de casa, se assim tivesse decidido, para ganhar a disputar com um pé nas costas. Se a Justiça Eleitoral não tomar nenhuma nova decisão, para esculhambar tudo o que já foi decidido e feito (como o fez no caso de Rolim de Moura), o Delegado Araújo assume o comando da cidade, no início do ano que vem, praticamente ungido para o posto, pela ampla maioria da população da sua cidade. Torçamos que o novo Prefeito da cidade corresponda às expectativas do seu povo!

O LUIZÃO NÃO ENTENDEU!

O prefeito Luizão do Trento, que retornou ao comando da Prefeitura de Rolim de Moura por força de decisão monocrática do ministro Jorge Mussi, do TSE, reclama da coluna sobre eventuais críticas a essa medida. Luizão se considera injustiçado e lembrou que foi absolvido em primeira instância e, no TRE, onde foi condenado à perda do mandato, muitos dos documentos que comprovariam sua inocência, foram ignorados. Para ele, a decisão do ministro Mussi repôs a verdadeira Justiça. Garante ainda que vai ganhar a causa por 6x0, no plenário do TSE. Para se recompor a realidade, é importante destacar que os comentários aqui publicados não  entraram no mérito das questões, a não ser para criticar duramente a legislação eleitoral e as múltiplas e antagônicas decisões de magistrados dos tribunais eleitorais. O caso de Rolim de Moura, com toda a confusão que causou e está causando, com os prejuízos financeiros imensos que a comunidade terá que arcar; com as idas e vindas de decisões conflituosas da mesma Justiça, comprovam que as críticas têm procedência. Elas não foram direcionadas a esse ou aquele caso, até porque o colunista desconhece todos os detalhes jurídicos. Foram sim eivadas de contestações à legislação eleitoral, ao ponto de se pedir, aqui mesmo, o fim da Justiça Eleitoral e eleições gerais apenas a cada cinco, já que não podemos parar nosso país a cada dois anos para só viver em função de política, das urnas e de leis que uma hora são  assim, outra hora são assadas. Pronto. Falei!

JOÃO DE DEUS: UMA BOMBA

Daqui a pouco vai suergir alguma vítima de Rondônia. Em todos os estados brasileiros (e também em vários países), mulheres aparecem, depois das primeiras denúncias feitas na TV Globo, acusando o médium João de Deus, o homem das curas milagrosas, de ter abusado sexualmente de dezenas e dezenas delas, de todas as idades, incluindo crianças e grávidas. O assunto caiu como uma bomba atômica nos meios religiosos, onde um homem considerado quase santo, intermediário, para quem acredita, de espírito bondosos e com o poder de curar as mais terríveis doenças, se tornou um criminoso sexual, com pelo menos duas centenas de denúncias de mulheres que contaram como foram atacadas por ele, durante as consultas que  concedia, numa pequena cidade do interior de Goiás. O espiritismo, criado por Alan Kardec, sempre foi uma religião muito respeitada e, embora nada tenha a ver com o tipo de atendimentos que João prestava, certamente sofrerá agora um grande baque, com esse caso que vai se transformar em assunto internacional. João de Deus era adorado aqui e em outros países, ao ponto de atrair, para a pequena Abadia, nomes famosos no mundo inteiro, como a apresentadora Oprah Winfrey. Lamentável!

O FIM DA INDÚSTRIA DA MADEIRA

Há alguns anos atrás, Rondônia tinha duas mil madeireiras registradas legalmente. A legislação ambiental, ambígua e feita sob medida para transformar quem explorava a madeira como criminoso (embora qualquer estudante que sabe um mínimo sobre o assunto,  sabe que a renovação da floresta, com derrubada de árvores para plantio de novas, seja essencial ao ambiente), acabou com cerca de 1.850 delas, deixando milhares e milhares de pessoas desempregadas. Orientadas por ONGs internacionais, por setores da Igreja Católica, politizados à esquerda e que querem manter seu poder principalmente em regiões da Amazônia, o Brasil foi aceitando imposição de governos estrangeiros e abrindo as pernas para os malandros que querem se adonar de nossas riquezas, nos impondo uma legislação criminosa, que, a partir de agora, tomara que comece a mudar radicalmente. Quem defende essa gente que se acha gênio do ambiente e querem usar truculência e violência para impor suas verdades, precisa sentar com os engenheiros agrônomos da Sedam rondoniense e ouvir o que eles têm a contar e a contestar. A renovação primordial da floresta, com o reflorestamento, é tão importante quando o desmatamento controlado. Como já publicou essa coluna, um dia essas ervas daninhas que tentaram controlar nosso meio ambiente vão pagar por seus crimes. E esses tempos não estão tão longe assim...

MAIS UM CRIME LESA PÁTRIA

É uma vergonha! Um Congresso perdedor, absolutamente distanciado dos interesses maiores do país; composto por muitos parlamentares que, em sua passagem por ele, apenas envergonharam a antes rica história do nosso parlamento, teve o desrespeito e a petulância de dar um pontapé na dignidade nacional, ao autorizar praticamente o começo do fim da Lei de Responsabilidade Fiscal. Era ela um dos únicos resquícios de decência no controle da administração pública, dominada pela corrupção e por corruptos de todos os calibres, incluindo-se aí muitos dos marginais, travestidos de representantes do povo, que assacaram mais essa violência contra o Brasil. O golpe dado pela maioria dos parlamentares do Congresso, muitos deles em final de mandato e (por que não se pensar assim?) votando com espírito de vingança contra os eleitores que não os reelegeram, deixa muito claro o desprezo da maioria dos nossos homens públicos por nosso país e pelo nosso povo.  Fazem média com os prefeitos, certamente já de olho na próxima eleição, mesmo que isso custe muito caro a toda a população e signifique um enorme retrocesso no controle dos gastos públicos, que já são imensos e pornográficos, para dizer o mínimo. Com uma parte da nossa classe política venal, incompetente, antipatriótica e desrespeitadora das poucas leis que ainda nos salvavam, o que podemos esperar ainda desse país?

CORRIGINDO

Por uma informação desencontrada, foi publicado na coluna OPINIÃO DE PRIMEIRA de domingo que os denunciados na Operação Pau Oco, que estariam envolvidos em corrupção na Sedam, continuavam preso. Não estão. Na verdade, todos os denunciados já foram soltos e responderão em liberdade, aos processos em que estariam envolvidos. Ao menos até nova decisão da Justiça. Pedimos desculpas pelo erro.

PERGUNTINHA

Coincidência ou simples aparelhamento do Estado por petistas, o fato do COAF, que controla contas e movimentos bancários, só passar a funcionar agora, contra Bolsonaro, já que jamais denunciou qualquer irregularidade de todos os ladrões que passaram pelos dois últimos governos?

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