Auditorias nos sistemas eleitorais ocorrem antes, durante e depois das eleições
TSE oferece diversas oportunidades de auditoria do código-fonte das urnas eletrônicas e dos sistemas para instituições e sociedade civil
A Justiça Eleitoral oferece aos partidos políticos, às instituições e à sociedade civil diversas oportunidades de auditoria da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais. Essas possibilidades de auditoria ocorrem antes, durante e depois das eleições, inclusive para o pleito deste ano.
Conforme a Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.673/2021, a auditoria é o exame detalhado que verifica se os softwares (programas de computador) estão implementados de acordo com as normas e os procedimentos legais. O objetivo principal é checar se eles estão funcionando normalmente.
Abertura do código-fonte
A abertura do código-fonte das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais para inspeções pelas entidades fiscalizadoras legitimadas teve início com a inauguração do Ciclo de Transparência das Eleições 2024, em 4 de outubro de 2023 – ou seja, mais de um ano antes do pleito.
Entidades fiscalizadoras
De acordo com a Resolução TSE nº 23.673, de 2021, 14 entidades fiscalizadoras podem acompanhar de perto todas as fases do código-fonte da urna eletrônica, que compreende desde o desenvolvimento do código até a Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas Eleitorais, que, neste ano, vai ocorrer no dia 10 de setembro.
Quem pode fiscalizar:
- partidos políticos, federações e coligações;
- Ordem dos Advogados do Brasil;
- Ministério Público;
- Congresso Nacional;
- Controladoria-Geral da União;
- Polícia Federal;
- Sociedade Brasileira de Computação;
- Conselho Federal de Engenharia e Agronomia;
- Conselho Nacional de Justiça;
- Conselho Nacional do Ministério Público;
- Tribunal de Contas da União;
- Confederação Nacional da Indústria, demais integrantes do Sistema Indústria e entidades corporativas pertencentes ao Sistema;
- entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos, com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública, credenciadas no TSE; e
- departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas no TSE.
Do total de instituições legitimadas a participar do processo de fiscalização, representantes do partido União Brasil (União), da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), do Senado Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF) realizaram inspeções, previamente agendadas entre o período de novembro de 2023 a agosto de 2024, no conjunto de softwares da urna eletrônica.
Fiscalização antes, durante e depois do pleito
Além da fiscalização do código-fonte da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais pelas instituições legitimadas, confira outros momentos de auditorias da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais:
Antes das eleições
- Teste Público de Segurança da Urna (TPS) – é um evento permanente do calendário da Justiça Eleitoral que tem como objetivo aprimorar os sistemas eleitorais, mediante a participação e a colaboração de especialistas em Tecnologia da Informação, para testar publicamente a segurança dos equipamentos que coletam o voto do eleitorado. A edição mais recente ocorreu de 27 de novembro a 2 de dezembro de 2023 e contou com a participação de 33 investigadoras e investigadores, que executaram 35 planos.
- Teste de Confirmação – é a etapa em que grupos de investigadores que participaram da primeira fase do Teste Público de Segurança da Urna retornaram ao TSE para verificar se as contribuições que ofereceram para o aperfeiçoamento das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais foram adotadas. Em 2024, o Teste de Confirmação ocorreu de 15 a 17 de maio.
No dia da votação
- Teste de Autenticidade dos Sistemas Eleitorais – é o evento de auditoria que verifica a autenticidade dos sistemas eleitorais instalados nas urnas eletrônicas. Ele ocorre por amostragem e é realizado no dia da votação. Nesse teste, as seções eleitorais envolvidas são selecionadas por sorteio, em cada unidade da Federação.
- Teste de Integridade das Urnas Eletrônicas – é a ocasião em que se realiza a auditoria de verificação de funcionamento das urnas eletrônicas em condições normais de uso. Ele ocorre no mesmo dia e horário da votação oficial, em ambos os turnos, e simula uma votação normal, em ambiente controlado. O objetivo é verificar se o voto depositado é o mesmo contabilizado pela urna.
- Teste de Integridade com Biometria – é feito com o emprego das impressões digitais de eleitoras e eleitores voluntários convidados, depois de eles terem participado da votação oficial. A testagem é aplicada em todas as capitais brasileiras, e os locais são definidos até dez dias antes da votação, contendo no mínimo 5% e no máximo 10% do total de urnas destinadas ao Teste de Integridade.
- Zerésima – é o relatório emitido pela urna eletrônica antes do início da votação que comprova que não existe nenhum voto registrado no equipamento. Ou seja: atesta que, naquela urna eletrônica, havia zero voto antes de começar a votação, daí o nome do relatório. Após a impressão, os presentes devem assinar o documento, incluindo o presidente da mesa receptora, os mesários e os fiscais de partidos políticos. Só então tem início a votação.
- Boletim de Urna (BU) – é o documento digital ou impresso que contém os resultados da urna eletrônica, ou seja, o número de votos que cada candidata ou candidato recebeu naquela seção eleitoral, entre outros dados. O relatório é impresso após o encerramento da votação e colocado na porta da seção para conhecimento público. Ele também tem um QR Code, que pode ser lido com a câmera do celular por meio do app Boletim na Mão.
- Boletim na Mão – aplicativo de smartphone desenvolvido pela Justiça Federal que possibilita às pessoas a captura dos códigos QR Code dos BUs de qualquer seção eleitoral do país. De posse desse resultado, qualquer pessoa pode comparar o resultado coletado dentro da seção eleitoral com o publicado pelo TSE.
Depois da eleição
- Resultados – os dados dos Boletins de Urna também podem ser utilizados para a conferência dos resultados das eleições. O TSE disponibiliza um site exclusivo para a eleitora e o eleitor acompanharem a totalização do pleito. Depois de totalizados, os votos são disponibilizados na versão web e no aplicativo disponível nas lojas virtuais e que pode se
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