Bancários de Rondônia páram dezenas de agência no Dia Nacional de Luta contra a MP 905

A MP 905 – que está sendo chamada de Programa Verde e Amarelo – é fruto da exigência dos bancos para atacar direitos dos bancários assegurados na própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Rondineli Gonzalez - SEEB-RO
Publicada em 21 de novembro de 2019 às 16:03
Bancários de Rondônia páram dezenas de agência no Dia Nacional de Luta contra a MP 905

Os trabalhadores dos bancos públicos e privados em todo o Estado de Rondônia paralisaram suas atividades e retardaram o atendimento ao público em uma hora, em todas as agências, na manhã desta quinta-feira, 21/11. O protesto fez parte do Dia Nacional de Luta contra a Medida Provisória 905/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 11, e que é considerada mais uma ‘reforma trabalhista’ que atinge duramente direitos dos bancários e de inúmeras outras categorias profissionais.

Em reunião ocorrida no dia 14, no Rio de Janeiro, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários havia conseguido segurar a implantação da Medida até que seja concluída a negociação com a representação da categoria, marcada para o próximo dia 26, terça-feira, em São Paulo.

A MP 905 – que está sendo chamada de Programa Verde e Amarelo – é fruto da exigência dos bancos para atacar direitos dos bancários assegurados na própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). E a prova disso é que além do aumento da jornada de trabalho, e da permissão de trabalho aos sábados, a MP vai permitir a negociação da PLR sem a participação das entidades sindicais (amplia o número máximo de parcelas, de duas para quatro, ao longo do ano, caminhando para transformar a PLR em parcela variável cada vez maior do salário), e vai estimular a demissão de trabalhadores antigos – que possuem salários assegurados na CCT – pela contratação de trabalhadores recebendo bem menos, pelo chamado “contrato verde e amarelo”.

“Estamos falando do segmento econômico que teve mais de R$ 50 bilhões de lucro líquido dos seis primeiros meses deste ano, os cinco maiores bancos. E mesmo assim é o setor que fecha agências e demite os trabalhadores indiscriminadamente, fecha as portas para os clientes, para toda a sociedade. Os bancos empurram os clientes para que eles mesmos, por via digital, façam o trabalho do bancário, e ainda paguem altas taxas para os bancos. Banqueiro não tem coração, ele tem um cofre no peito”, dispara José Pinheiro.

O dirigente diz que todos os bancários precisam estar unidos, agora mais do que nunca, pois essas medidas já estão em vigor, e vão atingir a todos, sem distinção de ideologia política, cargo ou função.

“O aumento da jornada de trabalho, segundo a MP, só não vai atingir os caixas. Mas essas pessoas não vão trabalhar de caixa para o resto da vida, e quando ascenderem na profissão, terão que trabalhar oito horas como todos os outros. E o próprio INSS confirma nós, bancários, somos a categoria que mais adoece no país. E já adoecemos com uma jornada de seis horas, imagina quando tivermos que trabalhar oito horas por dia, e mais quatro horas aos sábados?”, questiona o sindicalista, que conclama a todos os trabalhadores a resistir, a reagir, e se mobilizar, dentro e fora dos locais de trabalho, no dia a dia com amigos e familiares. “Vamos cobrar daquele seu deputado ou deputada federal que você elegeu, daquele senador, para que consigamos convencer que essa MP é danosa para todos, que só trará prejuízos, que não vai gerar emprego e que vai retirar mais direitos dos trabalhadores. Precisamos convencer os parlamentares a barrar essas medidas de um governo que governa com decretos e MP’s, sempre prejudicando a massa trabalhadora. É um governo que despreza os pobres, os trabalhadores... e governa apenas para os empresários e poderosos”, conclui Pinheiro.

Comentários

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    image
    Tô querendo emprego 22/11/2019

    Tá achando ruim, pede demissão!

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