Barreiras sanitárias da Prefeitura já abordaram quase 70 mil pessoas em 40 dias de funcionamento
Secretaria Municipal de Saúde já identificou casos positivos para covid-19 durante abordagens na rodovia
Investigação adiconal pode ser recomendada: profissionais podem encaminhar viajantes para unidades de saúde
As barreiras sanitárias da Prefeitura de Vilhena já abordaram quase 70 mil pessoas em pouco mais de 40 dias de atividade na BR-364, próximo ao posto Catarinense. No local os servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) avaliam sintomas, histórico, temperatura e orientam os viajantes quanto às normas de prevenção e combate à covid-19. Inclusive, alguns casos positivos para o novo coronavírus já foram identificados por meio da iniciativa, que encaminha pacientes para unidades de saúde, para isolamento ou para a Central de Atendimento à Covid-19.
“Na rodovia iniciamos as barreiras em 17 de abril. Até o dia 31 daquele mês foram feitas 21.429 abordagens e de 1° de maio até o dia 26 já haviam sido realizadas outros 47.292 viajantes haviam sido abordados, totalizando 68.721 pessoas investigadas, uma média de mais de 1,7 mil pessoas por dia. É um trabalho importantíssimo de conscientização, prevenção e controle da disseminação da pandemia em nosso município. Apesar de sermos uma cidade com grande trânsito de pessoas de todo o Estado e país, estamos mantendo uma condição mais controlada que o restante das grandes cidades de Rondônia”, revela o prefeito Eduardo Japonês.
CASOS POSITIVOS IDENTIFICADOS - As barreiras diárias no local já identificaram também pelo menos dois casos positivos de covid-19. Ambos são motoristas de caminhão, sendo um residente de Vilhena e outro do estado do Paraná. Além disso, uma pessoa que mora com o paciente positivado de Vilhena é considerada suspeita, por ter dividido o veículo e morar na mesma residência. Estes dois são acompanhados pelos profissionais do posto de Saúde do Setor 12, enquanto o paranaense segue internado na Central.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Afonso Emerick, a ação é realizada pelos servidores de todos os postos de saúde, que se revezam todos os dias na fiscalização no local. “A cidade, o Estado e até mesmo o país passam por um momento muito difícil para aquisição de equipamentos e itens de combate à covid-19. Mesmo assim, o controle de entrada de pessoas de outras cidades é vital para que a doença não se espalhe. Oferecemos máscaras, faceshields (protetores faciais) e evitamos que os profissionais tenham contato com os viajantes. Por meio do termômetro infravermelho, a temperatura é medida com o mínimo de contato possível”, revela.
Afonso explica que “a barreira é útil para a inspeção de saúde, não é um consultório, nem hospital”. Mesmo assim os atendimentos mais complexos estão garantidos por meio da identificação pela equipe, que direciona todos os viajantes que precisem de investigação adicional para as unidades de saúde ou para a Central de Atendimento à Covid-19, em isolamento, para que todos os procedimentos necessários sejam feitos com segurança. O secretário garante que as equipes estão atentas e a identificação de casos positivos nessas abordagens nos veículos é prova dos resultados eficientes das barreiras.
A Semus ressalta o apoio da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária nesta barreira, que ajudam na orientação e até mesmo escolta de pacientes com sintomas no município.
EPIS NA BARREIRA - A Semus explica que o uso de máscaras N95 em Vilhena, devido sua escassez no mercado nacional e mundial, segue a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária expressa na Nota Técnica 04/2020, que esclarece que o uso de máscaras N95, FFP2 ou equivalentes deve ocorrer somente na realização de procedimentos que gerem aerossóis. Como exemplo, é possível citar casos de intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais e broncoscopias.
O uso de óculos de proteção, nas barreiras de Vilhena, foi substituído pelo faceshield (protetor facial), que oferece uma barreira física em frente a todo o rosto do profissional de saúde. Boa parte dos protetores disponíveis são oriundos de parceria da Prefeitura de Vilhena com o Ifro (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) de Vilhena, firmada em 6 de abril, com apoio da cooperativa de crédito Sicoob Credisul, em previsão à necessidade de seu uso nas barreiras e na Central de Covid-19.
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