Independente de qual seja a justificação das autoridades responsáveis pela segurança pública da população, Porto Velho não pode continuar submetida ao medo. Frequentemente, são anunciadas providências supostamente destinadas a estancar a onda de selvageria que toma conta da cidade, porém, na prática, elas estão muito longe de acontecer. Aqui e ali, vemos viaturas circulando pela cidade, o que é muito importante, mas essa movimentação não tem se traduzido na oferta de mais paz e tranquilidade aos habitantes da capital.

Diariamente, os sites de noticias vêm pejados de ocorrências escabrosas, que apenas revelam o quanto tem crescido a quantidade de delitos. É como se a cidade tivesse sido entregue de pés e mãos atados à marginalidade, deixando todos assustados. Sair de casa virou uma aventura arriscada. Não se sabe se o retorno está garantido. Já passou da hora de as autoridades deixarem de lado o discurso e partirem para a ação. A população está se sentindo desamparada, desassistida e vilipendiada em seus mais comezinhos direitos. 

A sociedade, diante dos fatos, clama por uma ação verdadeiramente decisiva contra a criminalidade. Chegamos às raias do intolerável, em que pese algumas medidas isoladas, que, como se sabe, jamais conseguirão resolver o problema. É sabido que a violência envolve uma séria de fatores. Trata-se de uma questão complexa, que jamais será resolvida num passe de mágica, sobretudo num país que se debate há anos com os tipos mais trágicos de dificuldades, mas se não pode ficar parado, simplesmente jogando os problemas para debaixo do tapete. É preciso enfrentá-la. E esse enfretamento precisa ocorrer de maneira firme, paciente e obstinada, pois só assim os bons resultados aparecerão. Não é possível continuar ignorando os problemas, tentando passar a impressão de que vivemos numa cidade tranquila, quando, na prática, a realidade é completamente diferente. É inaceitável tolerar o domínio da delinquência sobre uma população trabalhadora e honesta. Basta de violência!