Bloco Pirarucu do Madeira vai homenagear Bainha no carnaval de 2024

A iniciativa do Bloco Pirarucu do Madeira em homenagear o baluarte Bainha, reforça o compromisso de se manter partícipe da pauta de preservação da memória histórica da cidade e seus bens e suas respectivas importâncias patrimoniais, sejam eles materiais ou imateriais

Altair Santos (Tatá)
Publicada em 04 de dezembro de 2023 às 10:49
Bloco Pirarucu do Madeira vai homenagear Bainha no carnaval de 2024

O tema e o homenageado foram revelados em evento promovido pela Fundação Cultural de Porto Velho, no sábado, 2 de dezembro, Dia do Samba.  

O desfile do bloco de rua mais democrático de Porto Velho está previsto para o dia quatro de fevereiro de 2024 e honrando seu compromisso de homenagear quem contribui com a cultura popular, terá como tema do desfile Bainha – 85 anos de folia.
 
O folião e parceiro Waldemir Pinheiro da Silva, popularmente conhecido como Bainha, a ser cantado em verso e prosa pelo bloco que enche de cor a cidade é intérprete, compositor, sambista e colecionador de uma lustrosa trajetória de entrega e participação no campo da cultura.
 
A iniciativa do Bloco Pirarucu do Madeira em homenagear o baluarte Bainha, reforça o compromisso de se manter partícipe da pauta de preservação da memória histórica da cidade e seus bens e suas respectivas importâncias patrimoniais, sejam eles materiais ou imateriais.
 
 
Bainha - 85 Anos de Folia (Sinopse)
 
Por: Altair Santos (Tatá)
 
A cultura popular de Porto Velho guarda e vai abrir - em fevereiro de 2024 - um enorme e transbordante velho baú, a ser carnavalescamente escancarado ao conhecimento geral, ofertando como atrativo e mote, uma das mais ricas coleções de histórias e participações, vivências e entregas, em favor dos reluzentes temas e pormenores das modalidades culturais por aqui existentes e até então vividas.
 
Quando soarem alto e audíveis, ao longe, os clarins da Banda Puraqué e os foliões ecoarem no pé, a meca pirarucuense, frevista de carteirinha, rumará dançando e cantando a debulhar os folhetins que dizem do seu homenageado, seus feitos, conquistas e peripécias de quem do alto dos seus 85 anos parece um menino, um animado Zé Pereira a alegrar a folia e os foliões.
 
Assim para que conheçamos, o cidadão Waldemir Pinheiro da Silva, leia-se Bainha, para muitos é um ativo sambista ligado às composições e rodas de samba, para outros ele vai com religiosa frequência aos ensaios e desfiles de blocos de carnaval, para outros mais, ele é um incansável e inarredável do metiê das escolas de samba, para outrem um habitué das improvisadas ou pouco organizadas manifestações. Sim, tudo isso e muito mais, ele não foge da raia e vai em todas, o que reflete o seu compromisso e consanguinidade com as artes e a cultura e revela a sua pluralíssima vivência e expertise adquirida, de quem tivera sido talvez eternamente tragado a viver as ensolaradas e estreladas sessões de samba e boemia, fosse noite ou fosse dia.
 
Não somente nos espaços acima, como também noutros mais, onde a cultura lhe deu cancha e o fez um esmerado bamba, veio a dominar a arte de dançar rodopiando o salão valseando ou bolerando, além de ritmado percussionista que é, tirar sons e fazer viradas performáticas nos atabaques, marimbas e bongôs, como também a entoar canções dos naipes marchinhas, frevos, sambas de enredos, sambas de breque, sambas-canção e chorinhos, entre boleros, xotes, foxtrot e por aí vai...
 
É salutar e prudente frisar ter sido o moço, também, um craque do esporte bretão (o velho e bom futebol) em nossa cidade defendendo as hostes dos principais times locais à época, tendo também, se lançado desenvolto na cultura do Boi Bumbá onde, com sua agilidade e destreza, fez exitosos experimentos dançando como miolo do Boi.
 
Religioso e devoto é o fogueteiro oficial no Círio de Nazaré, aqui em Porto Velho. Também já foi Ogã no Terreiro de Santa Bárbara onde desenvolto tocava os tambores durante os rituais. Bainha responde por muitos incrementos estruturais inseridos nas escolas de samba locais como casais de mestre-sala e porta-bandeira e atuou como mestre de bateria, dando nome para agremiações e recentemente foi premiado como vencedor do Prêmio Bamba do Samba Nacional pela - Federação Nacional das Escolas de Samba – FENASAMBA.
 
Quem com ele ou como ele, andou nas paragens tantas pelo centro e periferias de Porto Velho, viu e partilhou com o menestrel de boas noitadas sob a luz difusa de boates, cabarés e similares, tendo nessa vivência a sua moringa regada e orvalhada pelo sereno com os refrescantes e nutrientes insumos da boemia´s operandi que por aqui comia no centro.
 
85 Anos de Folia a serem coloridamente ornados, musicados e dançados pelos foliões do Bloco Pirarucu do Madeira no próximo carnaval de 2024, traduzirá o cuidado e esmero com a que agremiação trata e traz ao lume, os marcantes valores da cultura popular brasileira, tendo como enredo e mote o inoxidável, ultrarresistente e longevo Menestrel Bainha de quem diz alguém: queira ou não queira, esse homem comeu cera!

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