Bolsonarismo sem Bolsonaro não tem força
"É preciso reconhecer que a extrema direita forjou um líder de massas, sem aceitarmos essa realidade, qualquer análise do fenômeno é capenga", escreve Rocha
Silas Malafaia, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)
Bolsonaro segue sendo o único líder da extrema direita que mobiliza e tem corações e mentes.
É preciso reconhecer que a extrema direita forjou um líder de massas, sem aceitarmos essa realidade, qualquer análise do fenômeno é capenga.
Essa realidade levou pelo menos uns 10 anos de filtros e tentativas, para essa escolha. O cavalo selado se apresentou para Serra, em 2010, Joaquim Barbosa, em 2012, Aécio, em 2014, Moro em 2017, mas ninguém montou-o com decisão.
O próprio Bolsonaro foi entronizado no controvertido episódio da Facada, algo sobrenatural, que fez dele uma espécie de iluminado, mesmo com uma vida pessoal caótica, todos os “pecados” foram perdoados, a sua elevação tem, também, uma expressão de mitológica, que, no sentido grego, se distancia de bem e mal, mocinhos e bandidos. Mesmo na cosmogonia cristã há uma realidade mítica de perdão aos pecadores, como Maria Madalena, Davi, Salomão, que não seriam exemplos de “cidadãos de família”.
Dito isso, Bolsonaro encarou perfeitamente o programa de autodestruição do Estado, da Democracia e dos valores da civilização (burguesa) ocidental, pois a fração burguesa, o capital financeiro, se divorcia dos seus irmãos capitalista, não acreditando em Estado de Direito, muito menos Democracia.
Que político poderia encarar um pária político, dizendo-se apolítico? Exercendo o cinismo sem corar, que glorifica a burrice, menospreza a inteligência e todas as normas de comportamento humano ou político, ataque aos Direitos Humanos e de organizações coletivas, como sindicatos, partidos e entidades da sociedade civil.
Essa negação do “Sistema” é amplamente aceita porque o Estado de Bem-estar Social ruiu, o que sobrou dele não traz nenhuma esperança de bonança, como emprego, renda, estabilidade e perspectivas para os jovens. A ruptura da educação formal é dado fundamental nessa selva de feras e monstros.
Bolsonaro fez um não governo, assim como Trump e ambos quase foram reeleitos, mesmo com todas as barbaridades continuam influentes e líderes dessa massa ignara. Há dados concretos desse poder de mobilização, aqui, no Brasil, todos os atos convocados por Bolsonaro foram massivos, ele é reconhecido como líder.
Os eventos convocados pela extrema-direita, sem Bolsonaro foram fracassadas, ontem, 09.06.24, nem 2 mil pessoas na Paulista em pleno domingo em que a avenida está lotada, a manifestação foi ignorada. Há uma semana,, a Marcha de Jesus, teve o menor público de todas as anteriores, sem a presença e nem o chamado de Bolsonaro.
A extrema direita tem força, mas ao se fundir ao Bolsonarismo e eleger Bolsonaro como líder, criou seus próprios limites, é uma evidência de que não há futuro como linha política determinante, outra, qualquer liderança tem que se submeter ao Bolsonarismo, não existe militância fora dele, isso é um.alerta para Tarcísio, por exemplo.
É um alento para o campo democrático, mas também de muita preocupação.
Arnóbio Rocha
Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".
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Comentários
O Arnóbio está com toda a razão. O Bolsonaro sempre foi um miliciano pouco conhecido no Congresso, por ser ignorante e inexpressivo. Serviu à extrema direita para reduzir salários e aumentar seus lucros. Mas após um mandato fajuto na presidência, levou um ponta-pé no traseiro e foi jogado de volta à insignificância. Ainda tem meia-dúzia de lambe-botas que gostariam de vê-lo de volta ao poder. Mas até o Supremo bloqueou este desejo dos bolsomínions. Está inelegível.
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