Bolsonaro foi denunciado. E agora?”

Interessante ver devotos do ex-presidente negando a tentativa de golpe de Estado, quando seu advogado não nega a tentativa, mas diz que Bolsonaro não participou dela

Fonte: Pedro Benedito Maciel Neto* - Publicada em 27 de fevereiro de 2025 às 04:44

Tenho respondido à pergunta: “Bolsonaro foi denunciado. E agora?” da seguinte forma: como vivemos numa democracia e como o Estado democrático de Direito não foi apropriado por um punhado de traidores da democracia, o ex-presidente e cada um dos denunciados pelo Procurador Geral da República terão direito à ampla defesa e o devido processo legal será respeitado.

Bolsonaro não é mais um player da Política - ele é um caso de policia e um problema do sistema judicial brasileiro -, mas o bolsonarismo e os demais grupos do espectro da extrema-direita estão aí e darão trabalho para nós que não batemos continência à bandeira de outros países e que acreditamos na diversidade, no respeito e da democracia.

Interessante ver devotos do ex-presidente negando a tentativa de golpe de Estado, quando seu advogado não nega a tentativa, mas diz que Bolsonaro não participou dela; não estou delirando, pois, o grande advogado Celso Vilardi, que patrocina Bolsonaro, disse na semana passada à CNN, que o ex-presidente “não participou e não deu aval” a um plano de golpe de Estado, ou seja, reconhece que ocorreu a tentativa de golpe de Estado.

Razão pela qual peço aos bolsonaristas que parem de mandar para o meu whatsapp defesas que o próprio Bolsonaro deixou para trás; em tendo participado do plano do golpe, hoje o ex-presidente nega a participação e vira as costas para seus companheiros, dentre eles o general Braga Neto, seu colega na chapa derrotada.

O bolsonarismo, escorado no olavismo, representa a negação da politica e, o que é pior, vamos conviver com essa gente por uns trinta anos, a contar de 2013; desde as marchas de junho daquele ano a extrema-direita cresce, já chegou à presidência em 2018, com a ajuda de Moro e do TRF4, e venceu as eleições em 2020, 2022 (salvo para presidência), 2024 e deve fazer “barba e cabelo” nas eleições de 2026, ressalvo a presidência da república, afinal, Lula segue sendo o favorito, apesar dos ataques que sofre e de coordenar um governo cheio de contradições ideológicas, com ministros que não da esquerda à direita bolsonarista.

Temos que deixar Bolsonaro para o sistema de justiça e fazer política.

Acredito que Política - assim com “P” maiúsculo, palavra derivada do grego “politeia”, que indica todos os procedimentos relativos à Pólis, ou cidade-Estado grega, por extensão, também significa “cidade-Estado”, sociedade, comunidade, coletividade e outras denominações relativas à vida urbana – não interessa a Bolsonaro ou ao bolsonarismo, pois, hoje sabemos que ele de fato não acredita e não a prática, tanto que foi denunciado por tentativa de golpe de Estado, dentre outros crimes contra a democracia, contra os poderes, contra as instituições e contra, inclusive, aqueles que votaram nele.

Em muitos artigos, aqui no 247 ou em outros portais e jornais, defendi, mais de uma vez, que Bolsonaro é um delinquente que já deveria estar preso, para garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal; o ex-presidente é um arruaceiro, ele representa um tipo de política que nega a Politica tal qual eu acredito seja possível e necessária seu desenvolvimento válido.

Sua prisão, repito, é necessária, mas o mais importante é que voltemos a fazer Política; que PDT, PT, PSB, PCdoB, REDE, PV, PCB e até mesmo os partidos que se reconhecem de esquerda e que vivem em mundos paralelos, como o PCO e o PCBR, dentre outros, compreenda o urgência da busca de unidade para que possamos diminuir as perdas, que tenho como inevitáveis, em 2026, 2028 e 2030 e, creiam, como escrevi aqui, mais de uma vez: o governo pode muito, mas não pode tudo; Lula pode muito, mas não pode tudo, está na hora de os partidos começarem a pensar em algo que não sejam seus próprios umbigos.

Essas são as reflexões.

*Pedro Benedito Maciel Neto é advogado, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

Bolsonaro foi denunciado. E agora?”

Interessante ver devotos do ex-presidente negando a tentativa de golpe de Estado, quando seu advogado não nega a tentativa, mas diz que Bolsonaro não participou dela

Pedro Benedito Maciel Neto*
Publicada em 27 de fevereiro de 2025 às 04:44

Tenho respondido à pergunta: “Bolsonaro foi denunciado. E agora?” da seguinte forma: como vivemos numa democracia e como o Estado democrático de Direito não foi apropriado por um punhado de traidores da democracia, o ex-presidente e cada um dos denunciados pelo Procurador Geral da República terão direito à ampla defesa e o devido processo legal será respeitado.

Bolsonaro não é mais um player da Política - ele é um caso de policia e um problema do sistema judicial brasileiro -, mas o bolsonarismo e os demais grupos do espectro da extrema-direita estão aí e darão trabalho para nós que não batemos continência à bandeira de outros países e que acreditamos na diversidade, no respeito e da democracia.

Interessante ver devotos do ex-presidente negando a tentativa de golpe de Estado, quando seu advogado não nega a tentativa, mas diz que Bolsonaro não participou dela; não estou delirando, pois, o grande advogado Celso Vilardi, que patrocina Bolsonaro, disse na semana passada à CNN, que o ex-presidente “não participou e não deu aval” a um plano de golpe de Estado, ou seja, reconhece que ocorreu a tentativa de golpe de Estado.

Razão pela qual peço aos bolsonaristas que parem de mandar para o meu whatsapp defesas que o próprio Bolsonaro deixou para trás; em tendo participado do plano do golpe, hoje o ex-presidente nega a participação e vira as costas para seus companheiros, dentre eles o general Braga Neto, seu colega na chapa derrotada.

O bolsonarismo, escorado no olavismo, representa a negação da politica e, o que é pior, vamos conviver com essa gente por uns trinta anos, a contar de 2013; desde as marchas de junho daquele ano a extrema-direita cresce, já chegou à presidência em 2018, com a ajuda de Moro e do TRF4, e venceu as eleições em 2020, 2022 (salvo para presidência), 2024 e deve fazer “barba e cabelo” nas eleições de 2026, ressalvo a presidência da república, afinal, Lula segue sendo o favorito, apesar dos ataques que sofre e de coordenar um governo cheio de contradições ideológicas, com ministros que não da esquerda à direita bolsonarista.

Temos que deixar Bolsonaro para o sistema de justiça e fazer política.

Acredito que Política - assim com “P” maiúsculo, palavra derivada do grego “politeia”, que indica todos os procedimentos relativos à Pólis, ou cidade-Estado grega, por extensão, também significa “cidade-Estado”, sociedade, comunidade, coletividade e outras denominações relativas à vida urbana – não interessa a Bolsonaro ou ao bolsonarismo, pois, hoje sabemos que ele de fato não acredita e não a prática, tanto que foi denunciado por tentativa de golpe de Estado, dentre outros crimes contra a democracia, contra os poderes, contra as instituições e contra, inclusive, aqueles que votaram nele.

Em muitos artigos, aqui no 247 ou em outros portais e jornais, defendi, mais de uma vez, que Bolsonaro é um delinquente que já deveria estar preso, para garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal; o ex-presidente é um arruaceiro, ele representa um tipo de política que nega a Politica tal qual eu acredito seja possível e necessária seu desenvolvimento válido.

Sua prisão, repito, é necessária, mas o mais importante é que voltemos a fazer Política; que PDT, PT, PSB, PCdoB, REDE, PV, PCB e até mesmo os partidos que se reconhecem de esquerda e que vivem em mundos paralelos, como o PCO e o PCBR, dentre outros, compreenda o urgência da busca de unidade para que possamos diminuir as perdas, que tenho como inevitáveis, em 2026, 2028 e 2030 e, creiam, como escrevi aqui, mais de uma vez: o governo pode muito, mas não pode tudo; Lula pode muito, mas não pode tudo, está na hora de os partidos começarem a pensar em algo que não sejam seus próprios umbigos.

Essas são as reflexões.

*Pedro Benedito Maciel Neto é advogado, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

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