Bradesco continua o desprezo com ser humano e com a opinião pública e demite mais dois empregados em Rondônia

Agora já são 18 demitidos pelo Bradesco em Rondônia de setembro até este final de outubro

Rondineli Gonzalez - SEEB/RO
Publicada em 03 de novembro de 2020 às 09:03
Bradesco continua o desprezo com ser humano e com a opinião pública e demite mais dois empregados em Rondônia

Menos de 24 horas após as manifestações e protestos do Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco, que aconteceu simultaneamente em todo o país e que, em Rondônia, paralisou agências em Porto Velho, Ariquemes e Cacoal (além de manifestação com faixas e cartazes em Rolim de Moura), o banco voltou a demitir no estado. Dessa vez foram duas bancárias desligadas de ontem (29/10) para hoje (30/10), uma em Ouro Preto do Oeste e outra em Porto Velho, ambas oriundas do extinto HSBC, ‘incorporado’ pelo Bradesco no processo de fusão de 2016.

Agora já são 18 demitidos pelo Bradesco em Rondônia de setembro até este final de outubro.

De acordo com o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), a bancária demitida hoje em Porto Velho tinha mais de 23 anos de banco, e a de Ouro Preto, 17, o que comprova que o Bradesco despreza toda e qualquer dedicação de seus empregados, assim como não dá a mínima se estes bancários estão adoecidos, se possuem alguma estabilidade profissional. O que importa, para o banco, é demitir. E um exemplo cabal desta sanha abominável do Bradesco é o desligamento recente de uma bancária de Ariquemes, que foi mandada embora mesmo estando grávida e, mesmo com nossa tentativa de diálogo, o banco continua irredutível em revogar esta demissão desumana.

“Mesmo com todos os protestos, que acontecem a nível nacional e que ganham as ruas e chegam ao conhecimento público, mesmo com as campanhas virtuais massificadas nas redes sociais, como os tuitaços promovidos pelo movimento sindical, alcançando os Trending Topics no Twitter brasileiro, ainda assim o Bradesco não para de demitir. É como se o banco estivesse obcecado em tirar o sustento de tantos pais e mães de família que, neste cenário de pandemia e crise econômica e com desemprego batendo recordes, precisam do seu emprego mais do que nunca. É desumano e imoral”, avalia José Pinheiro, presidente do Sindicato.

O Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco fez parte de uma campanha que o movimento sindical bancário realiza em todo o país, com o objetivo de denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.

Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Um claro descumprimento ao acordo firmado em março.

O Bradesco fechou 372 agências no terceiro trimestre do ano. Ao final de setembro, eram 4.167 agências físicas. O número de demissões chegou em 853 e o total de funcionários era de 95.934 ao final de setembro.

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