Brasil atinge a triste marca de 39,9 milhões de pessoas na miséria

Segundo o Ministério, esse total de famílias equivale a 39,9 milhões de pessoas com renda de até R$ 89 (renda per capita)

Assessoria
Publicada em 05 de janeiro de 2021 às 16:34
Brasil atinge a triste marca de 39,9 milhões de pessoas na miséria

O ano de 2021 mal começou e já nos deparamos com uma triste realidade: 39,9 milhões de pessoas vivem na miséria no Brasil. O Ministério da Cidadania divulgou que o País superou o número de 14 milhões de famílias em extrema pobreza cadastradas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico). Segundo o Ministério, esse total de famílias equivale a 39,9 milhões de pessoas com renda de até R$ 89 (renda per capita).

No último mês do governo Temer eram 12,7 milhões de famílias cadastradas, ou seja, houve um aumento de 1,3 milhão no atual governo. Além disso, há uma tendência de aumento para o próximo mês com o fim do pagamento do auxílio emergencial, por exemplo. Soma-se a isso o aumento da inflação, do preço do gás, da tarifa de energia com a volta da bandeira vermelha, a retração econômica, com um governo inerte e sem qualquer perspectiva de resposta nas políticas contra a Covid-19, na geração de emprego e na proteção social das pessoas mais vulneráveis.

Para a CONTAG, esse aumento considerável de pessoas na linha da pobreza e da miséria reflete a falta de compromisso dos governos Temer e Bolsonaro com a classe trabalhadora e com os mais pobres. Políticas públicas sociais e assistenciais foram extintas ou estão sendo desmontadas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Previdência Social, a reforma trabalhista que gerou trabalho precário e intermitente, e o alto índice de desemprego no País também tem contribuído para essa triste realidade. Aliado à pandemia que vem impactando todo o mundo, o governo brasileiro não vem demonstrando sensibilidade aos milhares de desempregados(as) e aos setores mais afetados, a exemplo da agricultura familiar, e na sua maioria são jovens e mulheres. Mesmo quem está trabalhando, o aumento do salário mínimo anunciado pelo governo foi tão insignificante que o seu poder de compra é o pior dos últimos 15 anos.

Foi vetado o auxílio emergencial para os agricultores e agricultoras familiares fora do CadÚnico, bem como outras medidas emergenciais de enfrentamento à pandemia. Os brasileiros e brasileiras que foram beneficiados agora não terão mais esse auxílio mesmo com os casos de Covid-19 aumentando no País.

A CONTAG, mais uma vez, exige a continuidade do pagamento do auxílio emergencial no valor de R$ 600 para as famílias afetadas pela pandemia e medidas de combate à fome e miséria no Brasil, que não pode ser combatida sem o fortalecimento da agricultura familiar, a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis e a recomposição dos investimentos no setor que foram reduzidos ao longo dos últimos anos nos governos Temer e Bolsonaro.

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