Parceria entre Poderes Executivo e Judiciário garante emprego a reeducandos em órgãos públicos de Rondônia
De 2018 a 2020, um total de 161 reeducandos já passaram neste convênio, atualmente 71 permanecem atuantes
Pelo trabalho prestado, os presos recebem bolsa auxílio de acordo com as regras estabelecidas no termo de cooperação com o Fundo Penitenciário
O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), em parceria com o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), oportuniza mão de obra apenada remunerada, onde reeducandos do sistema prisional possam prestar serviços sociais, administrativos e de manutenção predial no âmbito do Poder Judiciário.
Uma oportunidade aos apenados que sentem dificuldade em conseguir emprego e construir uma vida digna distante da criminalidade.
De 2018 a 2020, 161 reeducandos participaram do convênio e atualmente 71 permanecem atuantes, sendo 53 na capital e 16 nas unidades do interior.
De 2018 a 2020, 161 reeducandos participaram do convênio, atualmente 71 permanecem atuantes
O Convênio surgiu em 2013, devido a necessidade de mão de obra qualificada e imediata para promoção de pequenos reparos nas unidades do Tribunal de Justiça. Mas por falta de acompanhamento foi suspenso, retornando apenas em 2018.
Após a renovação, foi criada uma Coordenadoria dos reeducandos no TJ, composta por dois servidores efetivos do quadro estadual, sendo um da Sejus e outro da Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo (Fease).
Desde do reinício, do total que foram inseridos no convênio e os que permanecem, 90 foram desligados por diversos motivos, dentre eles alvará (término da pena), a pedido, não se adaptou, incapacidade física, inassiduidade, desistência e reincidência no sistema. Contudo, de acordo com a Sejus, é possível observar que o nível de reincidência é baixo, se comparado ao quantitativo geral e à classe.
Pelo trabalho prestado, os presos recebem bolsa auxílio financeiro de acordo com as regras estabelecidas no termo de cooperação com o Fundo Penitenciário (Fupen), têm remição de pena (a cada três dias trabalhados, um dia é remido), pode se matricular em cursos profissionalizantes e ainda participar de cursos oferecidos pela Sejus, desde que o horário seja compatível com o do trabalho.
No final, os reeducandos, com bom histórico recebem certificado pela prestação dos serviços. É importante mencionar que eles não possuem vínculo empregatício com o Poder Judiciário, apenas fazem jus a uma bolsa remuneratória, baseada no salário mínimo.
A seleção observou que aquele que cumpre pena em regime semiaberto, porém não obsta a seleção e inclusão daquele em regime fechado, bem como do egresso do sistema prisional, se verificar a real necessidade dada a função da qualificação que detiver. Mas cumpre ressaltar que foram observados os requisitos de assiduidade, pontualidade, comportamento e comprometimento com o trabalho, disposição, capacidade de iniciativa e obediência.
Os serviços executados pelos reeducandos são de serviços de conservação, manutenção e limpeza em geral das dependências internas, externas, contíguas e áreas verdes do Tribunal, incluindo patrimônio e bens imóveis e também a conservação e manutenção das instalações, tais como serviços de reparos e instalações eletrônicas, telefonia, hidráulicas, máquinas, equipamentos, entre outros. Inclusive, recepcionar e fornecer informações aos usuários, auxiliar em serviços administrativos e judiciários do cotidiano, de baixa complexidade, prestando atendimento telefônico, organizando, fornecendo informações, e facilitando o andamento dos serviços.
O PAPEL DA RESSOCIALIZAÇÃO E REINTEGRAÇÃO SOCIAL
O trabalho é um importante mecanismo para que o indivíduo seja reintegrado na sociedade
Ciente que o trabalho é essencial para que aconteça a reinserção do reeducando e retorno ao convívio social, conforme relatório nº 4 do TJ-RO, a ideia do convênio é propor afastamento dos apenados da criminalidade, uma vez que o hábito regular laboral pode ajudar a promover mudanças de comportamento, bem como proporcionar a ressocialização e a reintegração à sociedade.
Conforme levantamento em base de dados, através da mão de obra remunerada, a iniciativa tem proporcionado oportunidades para que os reeducandos deem continuidades aos estudos, inclusive, por meio do convênio, alguns dos colaboradores garantiram formação superior como Biblioteconomia, Direito, Arqueologia e Gestão em Segurança Privada.
Importante destacar que há um reeducando em especial que possui formação em Administração, Análise de Sistemas e está cursando, em fase final, o curso de Direito, sendo o único em sua unidade atuante a possuir pós-graduação.
O preconceito ainda existe, mas os apenados demonstram um nível de conhecimento sobre a oportunidade que estão usufruindo. “Para a gente que passou pelo sistema carcerário é importante ser reinserido na sociedade, pois muitas vezes a gente é vista com outros olhos lá fora, porque cometeu um erro, acham que vai continuar no erro e quando aparece a oportunidade e você agarra a sua vida pode mudar completamente, como aconteceu na vida de todos nós”, relata uma reeducanda.
Para alguns, a ação os ajudou a terem um pensamento mais amplo sobre a vida e seu papel na sociedade, como cita este apenado “Quando a gente está no mundo do crime, a gente não se ama, nem ama aos que estão ao redor”.
Para um deles, o trabalho é uma oportunidade para depositar energias em situações promissoras, sendo um fator de mudança na vida pessoal. “O trabalho ocupa nossa mente, aquele que fica com a mente vazia sempre fica trabalhando para o outro lado,. Hoje tenho a mente mais tranquila, durmo sossegado e a família dá apoio e estamos juntos aí”, destaca um reeducando.
Disciplinar, reeducar e restituir o tempo perdido de vida do cidadão após sua caminhada no sistema prisional e readaptar no meio da sociedade e da família são alguns dos deveres do Estado, pontuado no art. 226 da Constituição Federal. Por essa razão, o Poder Executivo e o Poder Judiciário têm unido forças e garantido alternativas para minimizar as consequências que permeiam a ressocialização, a fim de garantir uma existência mais digna às pessoas que, por algum momento, cometeram um erro e almejam uma mudança de vida.
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