Clay Milton deixa legado de líder sindical combatente e incansável

Clay Milton era o exemplo vivo de modelo de líder sindical combatente, arrojado! Que não se intimidava diante do poder dos governos, nem se calava por pressões

Lucas Tatui
Publicada em 05 de janeiro de 2021 às 14:18
Clay Milton deixa legado de líder sindical combatente e incansável

Podemos dizer que o sindicalista Clay Milton Alves “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (2 Timóteo 4:7). Faleceu na segunda-feira (4) por problemas de saúde decorrentes da diabetes, e mesmo com a saúde debilitada há anos, encerrou a jornada na terra atuante, como presidente do Sindicato dos Motoristas Profissionais Oficiais do Estado de Rondônia (Simporo) -  encerraria a gestão em 2023.

Clay Milton era o exemplo vivo de modelo de líder sindical combatente, arrojado! Que não se intimidava diante do poder dos governos, nem se calava por pressões. Pouco diplomático, foi adepto, ao longo da prática sindical, das reivindicações populares, encarava uma greve se fosse preciso e ia às ruas gritar com carro de som. E ainda “dava a cara” na imprensa para denunciar a quem quer que fosse, sem “meias palavras”.

Legado

A morte foi precoce, para quem viveu apenas 56 anos (completados no último dia 6 de dezembro), mas o legado fica. “Ombreamos diversas causas em comum, e passei a desenvolver uma grande consideração por ele, como amigo, como sindicalista. Clay Milton sempre foi uma pessoa sincera, batalhadora, e nunca deixou de defender a sua categoria. Ele deixa para todos nós o exemplo de guerreiro que nunca abandonou os ideais de luta pelos direitos dos trabalhadores”, disse Mauro Roberto da Silva, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais de Tributos Estaduais de Rondônia (Sindafisco).

O legado deixado por Clay Milton também é observado por quem faz parte da nova geração de sindicalistas, como Daihane Gomes, que preside há 2 anos o Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de Rondônia (Singeperon). “Tive a oportunidade de participar de ações conjuntas com a participação do Clay Milton. Mesmo já debilitado fisicamente, ele estava ali, lutando conosco, e dando exemplo de determinação e força. Exemplo que devemos guardar!”, declarou Daihane.

Lutas

O sindicalista Caio Marin, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado de Rondônia (Sindsaúde), também lamentou a morte do amigo, e lembrou da participação de Clay Milton em causas voltadas a todos os servidores. “Nas manifestações intersindicais, em causas tocantes a todos os servidores ou classes específicas, Clay Milton era um dos que sempre estavam presentes, de forma atuante. Ele fará uma falta enorme ao movimento sindical. Era um sindicalista nato! Um defensor incansável dos direitos do funcionário público, e que sempre defendeu a sua classe com muito afinco”, destacou Caio.

Dentre as lutas que o sindicalista Clay Milton Alves travou ao longo da carreira, podemos elencar a luta em prol da Transposição dos servidores públicos de Rondônia do Ex-Território para os quadros do governo federal. Ele foi um dos pioneiros. Participou das primeiras discussões do tema, e integrou diversas mobilizações no Congresso Nacional e articulações junto aos parlamentares. Foi um dos membros da Comissão Intersindical da Transposição, formada na época através de portaria expedida pelo governo estadual.  

Clay Milton deixa um legado para todos!

O autor, Lucas Tatuí, é jornalista e atua como assessor sindical. O primeiro sindicato que assessorou foi o Simporo, em 2007, dirigido por Clay Milton. 

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