Cadeirante vence preconceito e comemora Dia dos Pais com a guarda provisória de uma criança

Jonata conta que sempre colocou as duas meninas para dormir, sempre se dedicou na preparação das mamadeiras e as deficiências físicas nunca atrapalharam a hora do lazer

Marina Espíndola Fotos: Arquivo Pessoal
Publicada em 08 de agosto de 2020 às 09:42
Cadeirante vence preconceito e comemora Dia dos Pais com a guarda provisória de uma criança

A condição do pai Jonata não influência nas atividades com as filhas

Um tiro de revólver acidental ainda criança, tornou Jonata Bispo  cadeirante. Se não fosse a prática em manusear o meio de locomoção há anos, não teria tanta habilidade em honrar o compromisso de pai.

Ele conta com orgulho que sempre colocou as duas meninas para dormir, sempre se dedicou com excelência na preparação das mamadeiras da madrugada e as deficiências físicas nunca atrapalharam a hora do lazer.

Um pai presente, amoroso, mas repressor quando  necessita. “Fui pai aos 19 anos da Ana Clara que é biológica, hoje ela tem 11 anos, mesmo não estando nos planos ter outra criança a Lívia Vitoria que hoje está com 4 anos, apareceu em nossas vidas”, relata.

ADOÇÃO X PRECONCEITO

Jonata revela ainda, que a adoção não estava nos planos no momento, porque as condições financeiras não eram das melhores, mesmo assim diante do acaso ele resolveu que ali nascia mais uma filha,” Uma amiga próxima teve problemas com drogas e não podia cuidar, então a pegamos no hospital com oito dias de vida. Minha esposa desempregada, não tínhamos nenhuma condição, as pessoas diziam: “Nossa eu não teria coragem de adotar” e diziam à minha esposa: “Você já lida com um cadeirante e ainda vai adotar?”, mas Deus é tão bom que pelo fato dela estar desempregada  cuidou das meninas em tempo integral, então ela começou a estudar, ganhou bolsa em um cursinho porque tinha o sonho de ser médica,  passou na Federal do Pará,  e mesmo assim cuidava da casa, das crianças e eu trabalho para manter a família, e até hoje e assim”, conclui.

Jonata diz ainda que lutar pela guarda da caçula na justiça não foi tarefa fácil. Durante três anos, o casal mantem a esperança pela guarda da menina. Falta ainda ser expedido o documento de adoção em definitivo, ” Pra mim a diferença está nos outros, pois na minha vida nunca houve diferença alguma, amo as duas de forma igual”, finaliza.

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