Câncer colorretal aumenta entre os mais jovens

O oncologista Ramon Andrade de Mello aponta a importância dos hábitos alimentares saudáveis

Ramon Andrade de Mello
Publicada em 22 de setembro de 2020 às 12:09
Câncer colorretal aumenta entre os mais jovens

A morte recente do ator norte-americano Chadwick Boseman de câncer colorretal (CCR), com apenas 43 anos de idade, reforça um fenômeno que vem ocorrendo nos Estados Unidos, que registra a redução de incidência do tumor na população geral, mas aumento entre pacientes com menos de 50 anos de idade.

Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), esclarece que esse tipo de tumor está diretamente relacionado aos hábitos alimentares da população: “além de ser muito agressivo, uma parcela significativa dos pacientes só descobre a doença em estágios com menores chances de resultados positivos do tratamento”. 

Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil deve registrar 40.990 novos casos em 2020, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres. Nos EUA, as projeções da Sociedade Americana de Câncer (ACS) revelam que os adultos nascidos na década de 1990 têm um risco duas vezes maior de câncer de cólon e quatro vezes maior de câncer de reto se comparados com a população nascida na década de 1950.

“Ter uma alimentação saudável com produtos in natura e abandonar o consumo de álcool e tabaco são atitudes fundamentais para a prevenção do CCR”, ressalta Ramon de Mello. Segundo ele, o sobrepeso também é um fator que aumenta o risco de surgimento da doença.

O professor da Unifesp aponta que alguns dos sintomas do câncer colorretal são: sangue nas fezes, fraqueza e anemia, dor ou desconforto abdominal e perda de peso sem causa aparente. “A pessoa não deve se assustar ao ter sintomas como esses. Inclusive, eles são similares aos de doenças como verminose, úlcera gástrica, entre outras. Porém é preciso procurar um especialista para uma investigação melhor”, alerta o oncologista.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é membro do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO). 

O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).

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