Caos na saúde: prefeito reconhece o óbvio
O prefeito de Porto Velho, doutor Hildon Chaves, levou mais de um ano para reconhecer o óbvio: que o caos que impera na saúde municipal não resulta da carência de recursos.
O prefeito de Porto Velho, doutor Hildon Chaves, levou mais de um ano para reconhecer o óbvio: que o caos que impera na saúde municipal não resulta da carência de recursos. Pelo contrário, dinheiro há. O problema é de ausência de gestão. Trocando em miúdos: falta gente capacitada para comandar a pasta.
Eu não estou prefeito. Não estou secretário de saúde, não conheço os escaninhos da Semusa, não frequento os regabofes palacianos, tampouco sou especialista em coisa nenhuma, mas já sabia disso. Como? Basta dirigir-se a qualquer unidade de saúde. Por isso, não precisava doutor Hildon dar-se ao trabalho de vir a público para dizer o que disse.
O diagnostico está correto. O erro está no método de gestão, escolhido pelo colunista? Claro que não! Pela população? De jeito nenhum! Pelo prefeito, evidente! Ele é o comandante-em-chefe do município, a pessoa que dita às regras do jogo, embora nem sempre seguidas por muitos que o cercam.
Agora que o prefeito já conhece o mal que corrói as entranhas do sistema de saúde municipal, cabe-lhe prescrever o remédio. Afinal, foi para resolver esse e outros problemas que a população o elegeu num pleito memorável. Ou não? Uma das atribuições do município é proporcionar um sistema de saúde efetivo à população, que já enfrenta no dia a dia uma série de outras dificuldades, próprias do Brasil de hoje, e que não pode ficar no desamparo.
Um governo, vale destacar, só é digno deste nome quando consegue, ao lado de sua capacidade de arrecadação de impostos, viabilizar instrumentos de bem-estar social, preferencialmente, a custo zero, para os cidadãos. De outro modo não é governo, é mistifório.
Não é de hoje que dinheiro da saúde vem sendo jogado no ralo, seja pela incompetência de alguns, seja pela desonestidade de outros, como atestam as páginas da imprensa local e nacional. O caso do Rio de Janeiro é emblemático. O resultado é a completa falência do serviço público.
Espera-se que o prefeito Hildon Chaves, portanto, consiga implantar um novo modelo de gestão para o sistema de saúde municipal - um modelo que veja a população como o alvo das ações. Que tal começar com uma faxina no órgão, de alto a baixo escalão?
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