Capital já tem mais de 150 milhões para obras, mas não sabe se poderá investir essa fortuna

Somando-se todos os recursos, é mais ou menos esse valor que a Prefeitura já dispõe para dar início a um grande pacote de obras, entre os maiores a que essa Capital rondoniense já assistiu, num só ano.

Sergio Pires
Publicada em 19 de abril de 2018 às 08:53
Capital já tem mais de 150 milhões para obras, mas não sabe se poderá investir essa fortuna

O dinheiro está no cofre! Quase 150 milhões de reais. Isso mesmo! Somando-se todos os recursos, é mais ou menos esse valor que a Prefeitura já dispõe para dar início a um grande pacote de obras, entre os maiores a que essa Capital rondoniense já assistiu, num só ano. Pode haver mais grana ainda! Mas, se há toda essa dinheirama, porque não se ouve o som de fogos comemorativos, vindos dos lados do Palácio Tancredo Neves, que tem vivido dias de grande angústia, pelas duras críticas da comunidade, irritada com a situação da maioria das nossas ruas? O motivo é muito simples: não há projetos prontos para licitações e o tempo do verão pode passar, sem que dezenas de obras possam sequer terem sido licitadas. Some-se a isso a infernal burocracia e se entenderá o risco. Mas há outros ingredientes: falta de planejamento, má vontade; há também “encostos” que grudam em suas cadeiras por concurso público e se sentem os donos do pedaço, sem compromisso com a coletividade; há, enfim, um emaranhado de dificuldades.  A maioria delas, aliás, imposta de dentro para fora. Tudo isso leva a concluir que podemos assistir a um capítulo inédito da nossa história: dinheiro sobrando, mas sem ter como aplicá-lo. A burocracia destrutiva, que é uma espécie de culto religioso no serviço público brasileiro, se embrenhou de tal forma na Prefeitura de Porto Velho, que não há santo que faça os projetos andarem, mesmo com 80 engenheiros e arquitetos a serviço do município, todos  religiosamente pagos com nosso dinheiro. A maioria, aliás, dedicada e tentando resolver as coisas, mas que se registre também as exceções negativas.  Mas, mesmo os mais experientes, não estariam dando conta do recado, ao ponto de a Prefeitura pensar em contratar um escritório especializado, para não perder os prazos das licitações. 

O prefeito Hildon Chaves chega ao segundo verão do seu governo com uma espécie de faca afiada direcionada às suas costas. No sentido figurado, é claro. Com um pacote inédito de obras públicas, destacando-se asfaltamento de dezenas de ruas, obras de infraestrutura, combate a alagações e várias outras, certamente daria um passo importante para reverter o quadro perante o porto velhense, que hoje começa a ser negativo. A cidade espera, cheia de angústia e preocupação, que as obras iniciem no dia seguinte ao fim das chuvas. O problema é que a Prefeitura não está dando conta de se preparar para um evento de tal grandeza, simplesmente porque não há como licitar muitas das obras previstas, por causa da burocracia e da falta de projetos que se adequem a ela.  O mais difícil, o dinheiro, ela tem. O que não tem é formas de combater o emaranhado burocrático  que destrói governos e emperra tudo neste País e, ainda,  combater a inércia que existe também em suas entranhas. Os 150 milhões de reais podem ser muito dinheiro. Mas, se não tiver como gastá-los, de que adianta tanta grana?

BERON E A GUERRA POLÍTICA

A guerra política está instalada. Num discurso forte, em reunião do Congresso, Ivo Cassol fez duríssimas críticas ao governo Confúcio Moura, denunciando, entre outras coisas, que a dívida do Beron teria sido renegociada com imenso prejuízo aos cofres do Estado, passando de pouco mais de 2 bilhões de reais para algo muito acima dos 7 bilhões de reais. O deputado Luiz Cláudio, aliado de primeira hora do ex governador e hoje senador, também bateu firme, não poupando o governo que recém Confúcio passou a Daniel Pereira. Assessores confuncianos reagiram, negando que a negociação tenha sido nociva ao Estado. Uma das defesas do novo acordo com a União é que o Estado pagava cerca de 25 milhões/mês para amortizar a dívida e passará a pagar pouco mais de 13 milhões, segundo confirma o ex chefe da Casa Civil, Emerson Castro. Mas que os pagamentos continuam suspensos, por decisão do STF e que o Estado não renunciará ao processo em andamento. Enfim, a partir de agora, todo o contexto dos debates, sejam quais forem, terão como foco as questões políticas. O problema no caso do Beron é que o pagamento da dívida estava suspenso, por decisão judicial e praticamente não se falava mais no assunto. De repente, aparece uma bomba dessas, com Cassol anunciando que a dívida – antiga, lamentável, abusiva, extremamente punitiva ao Estado – foi renegociada por mais 20 anos e, então, é claro, o tema se tornou explosivo.  O governo continua negando que as denúncias tenham qualquer fundo de verdade.

MAIS REMENDOS NA 364

O ministro dos Transportes, Valter Casimiro, confirmou o que já havia sido anunciado há tempo por representantes da bancada federal: a BR 364 receberá obras de 50 quilômetros no total, de obras de uma terceira via, ao menos  nos pontos mais perigosos da rodovia, entre Vilhena e Jaru. Os senadores Valdir Raupp e Acir Gurgacz comentaram que é uma medida paliativa, mas ao menos vai dar um pouco mais de segurança à perigosa estrada que atravessa nosso Estado. Serão implantados 22 quilômetros de terceiras vias em diferentes trechos  de Pimenta Bueno a Ariquemes; outros 20 quilômetros de Vilhena a Pimenta Bueno e 8 quilômetros de Presidente Médici a Jaru. A BR-364 tem início em  São Paulo, passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e acaba no extremo oeste do Acre. É bom que se entenda que o ideal, a duplicação da 364, não faz parte dos planos do governo central nem para essa e nem para a próxima década. A privatização também está encontrando dificuldades, já que vários trechos não seriam economicamente viáveis. Isso significa que, por longo tempo ainda, vamos viver de remendos e pequenas obras.

BARBOSÃO CHEGA COM TUDO

Uns sobem, outros descem. Sobe o ex ministro Joaquim Barbosa, do STF, agora aposentado e virtual candidato do PSB à Presidência da República. Ele nem abriu a boca para confirmar sua pré candidatura, até agora e já aparece em terceiro ou quarto lugar, dependendo se Lula está ou não entre os nomes colocados nas pesquisas.  Barbosa já entra na corrida sucessória à frente de nomes entre os mais conhecidos da política nacional, como Ciro Gomes e Geraldo Alkmin.  À frente, num quadro com Lula, dá ele e Jair Bolsonaro, repetindo o que vem acontecendo há meses. Sem Lula, Bolsonaro sobe para primeiro, mas daí seguido por Marina e Joaquinzão. Em regiões onde a população é mais bem informada e em cidades com mais de 500 mil habitantes, o ex ministro do Supremo já aparece em ascensão, num terceiro posto respeitável. Os nanicos, aqueles que vêm dos pequenos partidos e mesmo os caras  novas da política, como o megaempresário Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, que, por enquanto, são pouco mais que traços nas pesquisas. Claro que é muito cedo ainda, mas é um retrato exato do momento. Lá por junho é que as coisas começarão, mesmo, a se definir. Antes não.

OLHO NA REELEIÇÃO!

O governo de Rondônia está começando a ter uma nova cara. Alguns poucos da turma de Confúcio Moura ainda estão em seus postos, mas na maioria dos casos, pode-se afirmar que será por pouco tempo. Daniel Pereira está colocando seu time em campo e todos os passos da atual administração, ao mesmo tempo em que há, claro, preocupação com os interesses maiores do Estado, serão direcionados para preparar o terreno para a reeleição do Governador. Entre os mais próximos, há um clima de otimismo. Um assessor importante de Daniel Pereira comentou que ele é uma máquina de trabalhar, não para nunca e sabe buscar seus objetivos como ninguém. Ele está tendo aqui e ali algumas dificuldades, principalmente em áreas mais técnicas, com nomeações de gente que não se sabe ainda estar preparada para enfrentar o desafio imenso de contribuir para o crescimento de Rondônia, mas, no geral, as coisas estão andando razoavelmente bem, da porta para dentro, no Palácio Rio Madeira/CPA. Daniel é mais midiático que Confúcio Moura e os estilos são bem diferentes. Mas, ao que tudo indica, os programas de governo – que é o que realmente importa – estão andando normalmente. Contudo, é bom reafirmar: tudo já está sendo feito com um dos olhos voltados para a reeleição.

O DETRAN, MAIS UMA VEZ!

Vale a pena registrar mais um desabafo, nas redes sociais, do policial Guilherme Nascimento, hoje subtenente, mas conhecido como Sargento Nascimento, sobre a vergonhosa cobrança de tributos e taxas do Detran de Rondônia. Vejam só mais esse absurdo: “temos mais uma situação estranha no Detran (aliás, várias). O cidadão vai no Detran pra fazer uma transferência de veiculo e ai tem que fazer uma vistoria. No Detran, essa vistoria custa 57 reais, mas aí ele é mandado pra fazer a vistoria numa empresa terceirizada. Ali, tem que pagar 100 reais. Mas, se é terceirizada, não deveria cobrar os mesmos 57 reais? Depois, o cidadão faz a vistoria, pega o laudo e  tem que voltar no Detran pra homologar o laudo. E o cidadão paga mais 18,26 reais. Peraí! Se o Detran terceirizou a vistoria, porque ele tem que homologar o laudo? Esse Detran perdeu a vergonha na cara. Está  fazendo o que bem entende com o cidadão. Covardia!”. Uma série de denúncias semelhantes têm inundado as redes sociais, nos últimos meses, inclusive com uma campanha para que o valor do IPVA dos veículos baixe para 1 por cento, ao invés dos 3 por cento atuais. O Detran não comenta nada. Alô, Sargento Nascimento: onde é que a gente assina junto sobre o que o senhor está denunciando?. 

CABEÇA DE CRIMINOSO

Um Magistrado gaúcho teve uma brilhante ideia, quando presos colocaram fogo num presídio do interior: como a cadeia foi destruída, os presos foram autorizados a cumprir suas penas em casa. Brilhante! Genial! Nas duas semanas seguintes, nove presídios do Rio Grande do Sul foram incendiados pelos presos, todos, obviamente, esperando a mesma benesse. Claro que não se pode criticar a intenção do Juiz, imaginando que seria um absurdo se exigir que seres humanos ficassem vivendo num prédio destruído pelo fogo. Mesmo que tenham sido eles mesmos os responsáveis. Mas o que assusta é a ingenuidade, a facilidade com que um homem que estudou anos e anos; que se preparou para uma missão entre as mais dignas; que tem sempre a melhor das intenções, cometa um erro infantil como esse. Ao dar a bandidos o tratamento que, acredita ele, os direitos humanos assim o determinam, esqueceu-se Sua Excelência de uma premissa básica: criminoso não pensa como suas vítimas ou como um Magistrado. Pensa como criminoso. E aproveita todas as brechas para ter alguma vantagem. Ora, se os caras destruíram a cadeia, que sejam levados para outras! Liberá-los é, prezado Juiz ingênuo, dar-lhes carta branca para colocar no chão todo o sistema prisional!.

PERGUNTINHAS

A comissão de direitos humanos do Congresso, composta apenas de petistas e aliados, também visitará Aécio Neves na cadeia, como o fez com Lula, caso o tucano seja condenado, como o  foi o ex Presidente?

BLOG: https://www.facebook.com/opiniaodeprimeira?fref=ts

Comentários

  • 1
    image
    joao barbosa 19/04/2018

    O dinheiro já está no cofre, só se for no cofre da casa do Hildon Chaves. kkkkkkkkk esse cara não vai fazer nada como os outro nunca fizeram. Porto Velho sempre foi governada por corruptos, inidôneos e crápulas que só quiseram fazer currículo. Roberto Sobrinho, Mauro Nazif, Hildon Chaves, tudo farinha do mesmo saco. Quando o Mário Português disse a verdade há alguns anos, o povo ficou chateado agora sabe que ele está dizendo a verdade. Porto Velho realmente se parece com uma grande favela. Na época de Carlinhos Camurça os ônibus eram com ar condicionado, agora, com o consórcio SIM apadrinhado por Hildo Chaves, é só sucata.

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