Carta aberta aos políticos daqui
E se não for para enfrentar esse caos, nem peçam meu voto!
Até agora, segundo o site G1, temos pelo menos sete candidatos a prefeito em Porto Velho e exatos 434 candidatos a vereadores. E somente vinte e quatro dos senhores serão eleitos: um prefeito, óbvio, e a partir de agora, serão 23 vereadores. Muitos dos candidatos não são filhos da cidade, mas como moradores já há algum tempo e como cidadãos de bem e no exercício de suas prerrogativas políticas, têm todo o direito de se candidatarem a um cargo eletivo. Mas para quê? Porto Velho tem problemas até hoje “insolúveis”, mas dependendo da gestão, já teria resolvido a maioria desses obstáculos. Além de vontade política, é preciso que cada um dos senhores candidatos demonstre amor incondicional ao lugar em que nasceram ou que escolheram para viver. Eu não nasci aqui, muito menos escolhi “essa joça” para viver. Mas aqui estou pagando impostos há 43 anos.
Em janeiro de 1981, quando passava por aqui em direção ao Peru, Nicarágua e depois Cuba ou União Soviética, resolvi “dar um tempo” em Porto Velho e até hoje não saí. E todos os senhores candidatos têm e devem reconhecer que essa “curva de rio” amaldiçoada, atrasada e subdesenvolvida é só um arremedo de cidade. E quem diz isso não é o Professor Nazareno, um forasteiro que mora aqui, tem esposa rondoniense, dois filhos nascidos em Porto Velho e uma ficha de trabalho em escolas desde Calama no baixo Madeira até o Projeto Terceirão na escola João Bento da Costa. Quem afirma isso com todas as letras é o ITB, Instituto Trata Brasil. Porto Velho é a pior cidade do Brasil em qualidade de vida. Sem água tratada, sem saneamento básico, sem arborização, sem mobilidade urbana e sem IDH é o pior município para se viver dentre todas as 27 capitais.
Pensem bem, senhores candidatos! Como prefeito ou prefeita eleita ou mesmo como vereador (a) você vai resolver esses problemas? Ou pelo menos vai tentar resolvê-los? E não são apenas essas questões. E as queimadas que todo ano atormentam os nossos moradores? Quais as suas propostas para deter o caos e também para os porto-velhenses pararem de atear fogo na mata? Porto Velho tem o pior ar para se respirar em todo o país.
E o hospital de pronto-socorro municipal? Temos aqui o pior hospital público de todo o Brasil. A prefeitura não poderia ter um hospital de pronto-socorro muito melhor do que o velho “açougue” João Paulo Segundo? O “Built to Suit” prometido pelo governador Marcos Rocha & companhia já acabou em “beiju de caco”. Entra prefeito e sai prefeito e nenhum desses problemas é resolvido. E os senhores têm consciência desses empecilhos?
Ser prefeito ou ser vereador de um lugar é ter competência e boa gestão para tentar solucionar os problemas de toda a comunidade. O atual prefeito da cidade, por exemplo, nada fez para enfrentar essas questões, mas estão dizendo por aí que ele vai sair do poder com 84% de aprovação popular. Quanto de rede de esgotos o Dr. Hildon fez na cidade? E a questão das alagações foi resolvida? E por que ele não fez nenhuma declaração sobre a fumaça? E o porto rampeado abandonado lá na beira do rio Madeira? Como fica? Porto Velho vai ficar assim mesmo sem porto? E a delicadíssima questão do aeroporto com escassez quase total de voos regulares? Não é à toa que Porto Velho está se esvaziando a cada dia. Dos quase 600 mil habitantes há uns dez anos, hoje a população mal ultrapassa os 460 mil moradores. Além de suja e imunda, a “Capital das Sentinelas Avançadas” quase não tem áreas de lazer. E se não for para enfrentar esse caos, nem peçam meu voto!
*Foi Professor em Porto Velho.
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