O senador Ivo Cassol (PP-RO) foi à tribuna na noite desta quarta-feira, 16, para anunciar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, que determinou o arquivamento do inquérito 2828, que investigava o suposto pagamento de vantagens a deputados estaduais em troca de apoio político.

Na época, como governador de Rondônia, Cassol denunciou vários deputados estudais que pediram dinheiro para votar favoravelmente aos projetos de interesse do governo. Muitos deputados foram presos depois que as gravações foram veiculadas na mídia.

No total, foram ouvidas 18 testemunhas e todas corroboraram a ausência de provas contra o senador. A Procuradoria Geral da República opinou pelo arquivamento e destacou, que em mais de 14 anos desde a ocorrência dos fatos noticiados, não foram reunidos elementos contra o senador.

Aos senadores, Cassol explicou que o inquérito foi uma represália por ter acabado com o esquema de corrupção na Assembleia. “Eu gravei e publiquei, tornei público porque eu estava sendo extorquido, e eu não queria e não aceitava que o povo de Rondônia continuasse na miséria e continuasse se arrastando sobre a gestão da maneira que vinha, de governo após governo. Portanto, esses Parlamentares hoje, além de estarem cumprindo pena... O que eu fiz foi combater a corrupção, e o presente que eu ganhei é ter que andar em carro blindado e com segurança. Por quê? Porque nós exterminamos grande parte da corrupção em Rondônia”, destacou Cassol

O senador lembrou que já foram mais de 14 inquéritos desde que assumiu o mandato no Senado, a maioria já arquivada.  Para Cassol, a classe política está marginalizada e é constantemente vítima de denúncias na Justiça, o que tem afastado as pessoas de bem de tentarem concorrer aos cargos políticos. “Nós temos que inverter isso. Nós temos que dar condição para o eleitor para escolher o melhor da sua cidade, aquele que cresceu junto com a cidade, porque ele é competente administrador, gestor, independentemente de cor partidária. E hoje essas pessoas de bem não querem se envolver com a vida pública. Por que não querem se envolver com a vida pública? Porque, posteriormente, o CPF dessas pessoas infelizmente fica sujo, fica tudo complicado, como se todo mundo estivesse no mesmo nível. Passam a enfrentar processos na Justiça. É tudo muito difícil”, argumentou.

Ao concluir o senador disse ter fé na Justiça e lembrou que dedicou sua vida ao desenvolvimento do Estado de Rondônia. “ Eu sempre confiei na Justiça. E sempre pedi a Deus que me proteja. A minha vida é dedicada ao povo de Rondônia, a construir um Estado cada vez melhor para todos”, encerrou. ​